As duas últimas semanas foram históricas para as seleções paralímpicas
de tênis de mesa do Brasil. Durante os Abertos da Eslovênia e da Eslováquia,
ambos fator 40, o mais alto do Circuito Mundial, os brasileiros
conquistaram 12 medalhas – três ouros, quatro pratas e cinco bronzes –,
importantes vitórias e feitos inéditos. Para os técnicos José Ricardo
Rizzone e Paulo Camargo, os resultados demonstram que o trabalho está no
caminho certo para render frutos nos Jogos Parapan-Americanos deste ano
e nos Jogos Olímpicos Rio 2016.
“Voltamos com um saldo muito positivo, de grande valia. Estamos
conseguindo manter um alto nível, entre os melhores do mundo. Os dois
eventos foram muito fortes. Com exceção da China, os melhores estavam
presentes. E conseguimos grandes resultados. O Brasil entrou de vez
entre os melhores do mundo em algumas classes”, avaliou Rizzone,
responsável pela seleção cadeirante.
Dos três ouros conquistados, dois foram para Cátia Oliveira e Carla
Azevedo, nas disputas por equipes da Classe 2 de ambas as competições.
Foram os primeiros títulos para as brasileiras em torneio fator 40 –
Cátia levou ainda uma prata, na Eslováquia, e um bronze, na Eslovênia,
no individual.
“A Cátia e a Carla tiveram uma evolução muito boa, conseguiram grandes resultados”, elogiou Rizzone.
O terceiro ouro foi para Bruna Alexandre nas disputas de simples da
Classe 10, no Aberto da Eslovênia. A mesatenista, terceira colocada do
ranking mundial, demonstrou uma grande evolução.
“A Bruna jogou muito bem, diferente do que vinha jogando. Foi mais
ativa, agressiva, atacando primeiro. Uma postura muito positiva”,
analisou Paulo Camargo, treinador da equipe andante, que destacou ainda
outros pontos da campanha.
“O Paulo Salmin conquistou sua primeira medalha no fator 40 (bronze na
Classe 7), ganhando do quinto e do 12º do mundo. O Diego Moreira, na 9,
venceu o 20º. Carlos Carbinatti perdeu por 3 a 2 para o sexto na 10, num
jogo muito bom. Na 9, o Luiz Filipe Manara também foi muito bem. E
tivemos 100% de classificação para a segunda fase na Eslováquia”,
completou.
Outro objetivo foi alcançado por Danielle Rauen. A atleta da Classe 9
disputou os torneios por equipes na 10 e teve um bom desempenho,
conseguindo uma inédita vitória sobre a turca Ümran Ertis, sexta do
mundo.
“Estávamos planejando que ela vencesse uma atleta bem ranqueada da
Classe 10 no médio prazo. E a Dani já conseguiu esse feito. Foi um passo
muito importante”, disse Camargo.
Para os dois treinadores, os resultados alcançados nos dois últimos
torneios confirmam que a seleção brasileira já é colocada entre as
melhores do mundo.
“Hoje, o Brasil já é encarado de outra forma. Os adversários nos
estudam, chegam com uma estratégia bem definida. Somos notados e
respeitados no tênis de mesa paralímpico mundial”, afirmou Camargo, em
sintonia com o colega de seleção.
“O trabalho está sendo bem feito, estudado, planejado, com objetivo
central no Rio 2016. Agora, vamos dar uma parada, analisar o que será
melhor para o segundo semestre. Teremos o Parapan como evento mais
importante. Depois disso, vamos avaliar e ver o que será necessário em
termos de treinamentos e torneios”, completou Rizzone.
Foto: Divulgação
0 Comentários