Foram dois jogos memoráveis de Thomaz Bellucci. Primeiro, uma virada após estar perdendo por 2 sets a 0 para Pablo Andujar, salvando um match point. Depois uma vitória sólida sobre Roberto Buatista Agut, número 15 do mundo.
O tenista foi o herói brasileiro no triunfo histórico sobre a gigante e
tradicional Espanha. Confiança não falta ao número 83 do mundo para
repetir as atuações que ajudaram a garantir o retorno do Brasil à elite
da Copa Davis em 2015. Ele ainda saboreia - merecidamente - os frutos do
feito no saibro do ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, e mira repetir
as belas apresentações da Davis no Circuito Mundial para aos poucos
subir no ranking.
- Acreditar é o primeiro passo, se não acreditar não ganha de ninguém.
No Circuito, as pessoas me respeitam. Já tive boas vitórias, já perdi
jogo que poderia ter ganhado. Quando estou jogando bem sou perigoso.
Consegui render muito bem na Davis. Se conseguir jogar assim (no
Circuito) não me preocupo muito (em defender pontos nos Challengers).
Com o tempo vou conseguindo voltar ao meu ranking normal. O mais
importante é estar com a cabeça limpa para os próximos torneios - disse
Bellucci.
Aos 26 anos, o tenista alcançou sua melhor posição no ranking em julho
de 2010, quando chegou a ser o número 21 do mundo. Por quatro anos,
Thomaz se firmou no top 50, com apenas uma saída do grupo às vésperas
das Olimpíadas de Londres, em 2012. No entanto, uma lesão abdominal o
tirou de ação por meses, e Bellucci caiu muito no ranking, chegando ao
posto 168.
- Thomaz está reencontrando seu melhor tênis. Isso nos dá uma grande
esperança, uma certeza de que em pouco tempo ele deve estar no top 50 ou
melhor. Ele está dando o melhor de si. É um grande profissional, um
guerreiro. Ele se esforça para melhorar, para crescer. Na maneira dele,
está buscando isso. Devemos confiar no Thomaz. Ele vai voltar a jogar no
Circuito o que pode jogar. Ao mesmo tempo é preciso ter paciência.
Tênis é dinâmico, se joga toda semana - disse João Zwetsch, capitão da
equipe brasileira da Davis.
O próximo desafio de Bellucci é o Challenger de Orléans, na França, a
partir do dia 23 de setembro. Lá ele quer colocar em prática o
aprendizado que teve durante o duelo com a Espanha em São Paulo. O
tenista carregou o peso de ser crucial para a vitória. Justamente ele,
tantas vezes contestado por se perder em quadra, soube ter controle
mental para reverter situações difíceis mesmo cansado em partidas
longas.
- Foi uma grande lição para mim mesmo de que sou capaz de administrar
isso tudo e render o mais alto nível que às vezes o tênis exige. A
maturidade vem com o tempo. É difícil administrar tudo extra quadra que
envolve o jogo de tênis. Por isso às vezes o jogo é tão complicado. Tem
de resolver problemas às vezes em segundos. Com a maturidade, vai
conseguindo administrar bem esse tempo entre os pontos e os games -
disse Bellucci.
- Thomaz tem muita força, ele está aprendendo a tirar essa força de
dentro dele. O Pato (Clavet, espanhol técnico de Bellucci) é muito
positivo e está ajudando o Thomaz. Ele mostrou na Davis que é capaz de
fazer muito. Os treinadores têm influencia até certo ponto, mas o
jogador que define, que toma as decisões no jogo - disse João Zwetsch.
Foto: Vipcomm
Fonte: SporTV.com
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