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Federação Islâmica pede que França reconsidere proibição do hijab em Paris 2024

Nouhaila Benzina durante partida da Copa do Mundo Feminina usando hijab
Benzina faz história para as mulçumanas ao disputar o Mundial de Futebol com hijab. - Foto: AFP/Brenton Edwards

 

A proibição de atletas francesas usarem hijab durante os Jogos Olímpicos do próximo ano “enviaria uma mensagem de exclusão” ao mundo, alertou a Federação Islâmica de Esportes de Solidariedade (ISSF). A ministra dos esportes da França, Amélie Oudéa-Castéra, anunciou no mês passado que os atletas do país não usarão véu durante Paris 2024.

 

Amélie alegou que isto era para proteger o "regime de secularismo estrito" da França, mas a proibição foi criticada pelas Nações Unidas e agora condenada pela ISSF com sede em Riad, na Arábia Saudita que representa 59 países.

 

“Acreditamos que isso contradiz os princípios de igualdade, inclusão e respeito pela diversidade cultural que as Olimpíadas representam. O hijab é um aspecto da identidade de muitas mulheres muçulmanas e deve ser respeitado. Esta proibição não só viola a liberdade religiosa dos atletas muçulmanos franceses, mas também pode negar-lhes a oportunidade de participar nos Jogos”, disse um comunicado da Comissão de Atletas da ISSF.

 

A ISSF alegou que a proibição era um ataque às esportistas de todo o mundo, não apenas aos atletas muçulmanos que esperavam representar a França em Paris 2024, contradizendo o progresso alcançado pelo Comité Olímpico Internacional na promoção da igualdade de género e da inclusão nos esportes.

 

“As Olimpíadas têm historicamente celebrado a diversidade, a unidade e a excelência atlética. Ao implementar a proibição do uso do hijab para os seus atletas, um anfitrião enviaria uma mensagem de exclusão, intolerância e discriminação que vai contra o espírito olímpico”, seguiu o comunicado da ISSF.

 

A ISSF instou o governo francês a reconsiderar esta proibição, o que significaria permitir que todos os atletas participassem sem comprometer a sua identidade ou fé. Eles pediram um engajamento significativo com a comunidade esportiva muçulmana na França. 

 

A ISSF acrescentou: “As Olimpíadas devem ser uma plataforma onde atletas de todas as origens se unam, inspirem e promovam o entendimento entre as nações”.

 

A FIFA permite que os jogadores usem véu, sendo a marroquina Nouhaila Benzina a primeira jogadora a usar véu a participar num Campeonato do Mundo Feminino da FIFA no início deste ano. 

 

Ibtihaj Muhammad, a primeira esgrimista muçulmana dos Estados Unidos a competir usando lenço na cabeça e a ganhar a medalha de bronze no Rio 2016, expressou seu desafio às proibições da França em sua conta nas redes sociais. Ela escreveu: “Ser desafiada pelo lenço na cabeça apenas fortalece nossa determinação de usá-lo”.


No início deste ano, a França proibiu o uso do vestido abaya pelas meninas nas escolas, enquanto as mulheres muçulmanas já estão proibidas de usar o véu em instituições públicas, como repartições governamentais, escolas e universidades.


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