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Colômbia e Marrocos fazem história na Copa do Mundo feminina de futebol; Suíça e Noruega avançam

O domingo de Copa do Mundo foi marcado pela definição do Grupo A. Após três rodadas, Suíça e Noruega deixaram Nova Zelândia e Filipinas para trás e asseguraram classificação ao mata-mata em primeiro e segundo lugares respectivamente. O dia também foi de surpresas no Grupo H, visto que o estreante combinado de Marrocos bateu a Coreia do Sul pelo placar mínimo e fez história ao alcançar seu primeiro triunfo e consequentemente o seu primeiro gol na história de mundiais femininos. Já a Colômbia venceu a favorita Alemanha e assumiu a liderança isolada da chave, modificando o cenário previsto e que interfere diretamente nas perspectivas de chaveamento do Brasil na segunda fase caso a seleção de Pia Sundhage avance às oitavas de final.

Grupo H (2ª Rodada) – Alemanha 1x2 Colômbia

Foto: Mark Evans (EFE)

Em um dos melhores jogos do mundial até agora, a Colômbia assumiu a liderança do Grupo H ao bater a Alemanha em Sydney. O 2x1 significou três pontos históricos por serem obtidos diante da favorita da chave e também pela chance de escapar da França nas oitavas de final. Por outro lado, cresce a chance de as colombianas serem rivais do Brasil nessa etapa da Copa.

O primeiro tempo foi equilibrado e sem muitas chances de gol. Mérito principalmente de uma organizada Colômbia que fechou espaços e também jogou com bola no pé quando preciso. Sua real grande chance aconteceu aos sete minutos. Após cobrança de escanteio, um cabeceio de Mayra Ramírez na segunda trave passou perto do poste direito de Merle Frohms.

A melhor chegada alemã antes da meia-hora ocorreu aos 21’. Após rápida troca de passes nos arredores da área adversária, a bola sobrou limpa para Lina Magull quase que na linha da pequena área. Entretanto, a meio campista do Bayern de Munique furou em bola e não finalizou bem. Na sequência do lance, o chute de Lena Oberdorf seria desviado para escanteio.

As emoções ficaram guardadas para a etapa final, ainda que Alexandra Popp tenha desperdiçado uma chance incrível aos 41 minutos. Após sobra de bola na área colombiana, a capitã europeia finalizou por cima da meta de Catalina Pérez mesmo estando completamente livre para que buscasse um melhor domínio ou equilíbrio antes de finalizar.

E o segundo tempo começou de maneira espetacular com o gol grandioso de Linda Caicedo logo aos sete minutos. A joia colombiana aproveitou rebote dentro da área e cortou Svenja Huth e Sara Däbritz com um só movimento de corpo antes de finalizar com maestria no ângulo esquerdo alemão. Um golaço dos mais belos de toda a Copa do Mundo até o momento.

Ainda que as europeias realizassem vários cruzamentos à área e também tenham finalizado de média distância, a defesa colombiana não chegou a ser bombardeada. A goleira Catalina Pérez, por exemplo, praticamente não faria defesas. E dessa maneira o jogo se desenrolaria até os 42 minutos, quando uma rápida movimentação alemã acabaria em pênalti.

Lea Schüller descolou belo passe para Lena Oberdorf, que invadiu a área sul-americana e foi derrubada por Pérez no momento em que buscava o drible. Pênalti claro e marcado no campo. Pouco tempo mais tarde, Alexandra Popp cobraria no centro e rasteiro, empatando a partida e deixando o confronto em aberto para os minutos que viriam.

Isso realmente aconteceu. A Alemanha teve mais a bola no campo de ataque, mas é fato que a Colômbia chegaria com mais perigo. Mayra Ramírez, de excelente atuação, teve chute bloqueado em lance que mais tarde acabaria em gol. Aos 51’, Leicy Santos cobrou escanteio pela direita e Manuela Vanegas subiu bem para vencer a goleira com um cabeceio certeiro.

O 2x1 fez jus a um jogo de altíssimo nível técnico e que mostrou a Colômbia como uma equipe que respeitou, mas em nenhum momento temeu a Alemanha. O duelo mostrou que a forte equipe de Martina Voss-Tecklenburg tem problemas a serem corrigidos para a sequência do mundial. O mais visível foi a falta de criatividade diante de um rival técnico e organizado.

Um empate em Perth contra o Marrocos garante a liderança da chave para a Colômbia, que apesar do novo triunfo ainda não está 100% garantida na fase final. O detalhe é que o time africano também têm chances de avançar, e certamente fará um confronto duro. A partida está marcada para acontecer na próxima quinta-feira a partir das 7h.

A Alemanha também precisa confirmar sua classificação na ultimada rodada, mas a princípio só depende dela. Em caso de vitória contra a desesperada Coreia do Sul, em duelo onde é franca favorita, a equipe se garante nas oitavas de final. Esse jogo está marcado para acontecer em Brisbane também na quinta-feira a partir das 7h.

Grupo H (2ª Rodada) – Marrocos 1x0 Coreia do Sul

Foto: AP

A seleção africana fez história ao marcar o seu primeiro gol em mundiais e também conseguir os seus primeiros pontos na competição. O 1x0 diante da Coreia do Sul em Adelaide significou também que Marrocos segue com chances de classificação à etapa decisiva da Copa. Já as coreanas não estão matematicamente eliminadas, mas precisam de um milagre para avançar.

O gol do jogo saiu logo aos seis minutos. Após boa troca de passes pelo lado direito do campo, Hanane Aït El Haj efetuou ótimo cruzamento em direção à área. A bola chegou em boas condições para Ibtissam Jraïdi, que se antecipou às defensoras do conjunto asiático e desviou de cabeça para o fundo das redes.

Precisando desesperadamente de gols, a Coreia avançou e teve bons momentos no campo de ataque. As alas, pouquíssimo utilizadas contra a Colômbia na estreia, foram mais ativas e colaboraram nesse jogo ofensivo coreano. No lance mais perigoso, a atacante Park Eun-sun subiu livre entre as zagueiras antes de cabecear rente ao poste direito de Khadija Er-Rmichi.

Marrocos respondeu com inteligência para atacar pelos lados do campo e aproveitar o espaço existente entre zagueiras e alas da Coreia. Aos 27, quase chegou ao 2x0. Fatima Tagnaout subiu bem pelo setor esquerdo e cruzou rasteiro. A armadora Salma Amani dominou com o pé direito e chutou com o esquerdo, mas a bola subiu demais.

O segundo tempo foi nos apresentou um número menor de oportunidades de gol. Os lances de bola parada acabariam sendo aqueles de maior sucesso para ambos os times, mas sem exigir real trabalho da goleira adversária. A Coreia chegou mais próxima do empate aos 41’, mas a finalização de Casey Phair saiu perto do poste esquerdo marroquino.

A histórica jornada do futebol marroquino, estreante em mundiais, adquiriu seu primeiro capítulo vitorioso em Adelaide. Para seguir na Copa, a equipe precisará de um bom resultado diante da líder Colômbia, em duelo a acontecer na próxima quinta-feira (03) em Perth. A vitória seria o ideal, mas até mesmo o empate pode servir caso a Alemanha tropece.

Agora, vale dizer que a Coreia do Sul ainda não está matematicamente fora do páreo. Apesar das derrotas, a equipe de Colin Bell têm chances remotas de classificação. Para alcançar o mata-mata, as asiáticas precisam golear a favorita Alemanha em Brisbane e contar com um tropeço de Marrocos diante da Colômbia. Ambos os confrontos estão marcados para as 4h.

Grupo A (3ª Rodada) – Noruega 6x0 Filipinas

Foto: David Rowland (Reuters)

Demorou, mas o interessante conjunto norueguês parece enfim ter chegado à Oceania. A equipe de Hege Riise venceu sua primeira partida dentro da Copa do Mundo e alcançou a classificação à etapa final da Copa do Mundo após bater Filipinas por 6x0 em Auckland. Ainda que não tenha terminado o Grupo A na liderança, ao menos a Noruega confirmou o avanço.

O grande nome da partida foi Sophie Haug, atacante da Roma. A jogadora novamente teve a dura missão de substituir Ada Hegerberg, e dessa vez a cumpriria com louvor. Se ela passou em branco no duelo contra a Suíça, dessa vez Haug desencantou e balançou as redes em três oportunidades. Antes dos 20 minutos, já eram dois gols.

O primeiro, marcado aos seis minutos, foi com uma boa dose de qualidade. A atacante se deslocou para a segunda trave e aproveitou cruzamento de Thea Bjelde, pegando de primeira e encobrindo a goleira adversária com um bonito toque por cobertura. O 2x0 viria num cenário parecido, mas com Haug completando de cabeça um lançamento surgido pelo lado direito.

Caroline Graham Hansen, envolvida em polêmicas nos últimos dias, ampliou a vantagem aos 30 minutos com um chute perfeito de fora da área. Poucos minutos antes, a craque do Barcelona havia feito linda jogada pelo lado direito e o golaço só não aconteceu porque o desvio de calcanhar realizado por Sophie Haug foi interceptado por Hali Long em cima da linha.

O 3x0 do primeiro tempo fez com que a Noruega pela primeira vez na Copa do Mundo pudesse fazer o seu jogo sem estar pressionada. E a etapa final começaria com mais bola na rede. Antes dos dez minutos, o placar já havia sido alterado duas vezes. Aos 3’, Frida Maanum cruzou rasteiro pela direita e a defensora Alicia Barker marcou contra ao tentar cortar o cruzamento.

Quatro minutos mais tarde, Jaclyn Sawicki derrubou Guro Reiten dentro da área. A penalidade não foi marcada em campo, mas a arbitragem mudaria de ideia após rever o lance em câmera lenta com auxílio do VAR. A própria Reiten cobrou o pênalti com categoria, deslocando Olivia McDaniel, e foi a responsável pelo quinto gol norueguês no confronto.

Outra interferência do vídeo aconteceu aos 22 minutos, e serviu para expulsar a lateral filipina Sofia Harrison por conta de uma entrada dura em Thea Bjelde. As nórdicas ainda ampliariam a vantagem aos 50’, e novamente com participação de suas atletas de maior destaque dentro do jogo. No caso, Guro Reiten cruzou na área e Sophie Haug, em novo cabeceio, bateu McDaniel.

O 6x0 fez com que a Noruega encerrasse a campanha no grupo com cinco pontos conquistados e o segundo lugar assegurado. Já Filipinas se despedem de sua primeira participação em Copas com duas derrotas e a última colocação da chave. Apesar disso, a equipe fez história ao vencer a Nova Zelândia na segunda rodada e assegurar primeiros pontos e primeiro gol em mundiais.

Grupo A (3ª Rodada) – Suíça 0x0 Nova Zelândia

Foto: AP

O domingo foi marcado também pela eliminação de uma das anfitriãs da Copa do Mundo. A Nova Zelândia ficou no empate sem gols contra a Suíça em Dunedin e se despediu do torneio ainda na fase de grupos. Já as europeias asseguraram a liderança da chave com esse pontinho conquistado e disputarão a etapa final de um mundial pela segunda vez na história.

A etapa inicial viu as donas da casa buscando o ataque. A necessidade da vitória e também o apoio da torcida auxiliaram a equipe, que praticamente não sofreu em seu campo defensivo. A melhor chance foi criada aos 23 minutos, quando Jacqui Hand foi acionada às costas da linha de defesa suíça e acertou a trave de Gaëlle Thalmann após um bonito chute de pé esquerdo.

E o detalhe para a Suíça é que a goleada imposta pela Noruega em confronto simultâneo ante Filipinas acabaria eliminando a seleção de Inka Grings caso a equipe sofresse um gol da Nova Zelândia e deixasse o campo com a derrota. Dessa forma, o passar do tempo foi aumentando a tensão e também a estratégia suíça dentro das quatro linhas.

As chances de gol foram rareando, mas eram mais comuns no ataque neozelandês. Aos 28 da etapa final, Malia Steinmetz pegou rebote dentro da área e finalizou bem. Entretanto, a bola iria exatamente de encontro à goleira Thalmann, que defendeu sem maiores dificuldades. Seis minutos mais tarde, em outro escanteio, a suíça defenderia cabeceio de Claudia Bunge.

O desespero neozelandês era tanto que uma falta cobrada aos 50 minutos viu Victoria Esson avançando até a área adversária em busca do gol da classificação. E uma falta cobrada por Katie Bowen de fato achou a cabeça da goleira das donas da casa, mas a finalização seria torta e sem real perigo. Essa, aliás, foi a real última oportunidade do confronto.

Apesar da disposição apresentada e também das modificações realizadas pela comissão técnica, a Nova Zelândia se despediu da Copa do Mundo já na fase de grupos após o 0x0 diante da Suíça. O apito final trouxe comemorações pelo lado rival, que encerrou essa etapa do mundial como líder da chave. O adversário suíço nas oitavas de final será Espanha ou Japão.

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