O Meeting Paralímpico em Curitiba (PR), realizado na segunda-feira, 11, na Universidade Positivo, pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), possibilitou tanto atletas já medalhistas em competições internacionais quanto atletas com deficiência do Estado do Paraná e região poderem novamente disputar uma competição oficial desde a pandemia e buscarem um "recomeço" em suas carreiras. Em Curitiba, foram cerca de 70 atletas com deficiência que participaram das provas de atletismo e outros 80 que disputaram as provas de natação.
A nadadora Tisbe Andrade, da classe S5, foi uma das atletas para quem o Meeting foi um importante recomeço. Medalhista de bronze nos Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019 e atual recordista nacional nos 50m costas, a atleta gaúcha radicada em Curitiba ficou afastada das competições oficiais desde o começo da pandemia e demonstrou a importância da disputa regional para o seu retorno.
"É uma sensação muito boa de voltar a competir e ter a noção de como estamos [fisicamente]. Foram quase dois sem competir, essa é a minha primeira competição desde a pandemia. Para mim, foi uma quebra de gelo, é como se fosse a primeira competição da vida de novo. Ainda não estou no meu ideal, mas é muito bom poder voltar. Agora o foco é o Meeting São Paulo", afirmou Tisbe Andrade, que nasceu com artrogripose múltipla congênita, uma doença que afeta as articulações.
"A medalha do Parapan foi uma grande realização, mas eu ainda tenho o sonho de um Jogos Paralímpicos. Estou treinando muito para estar em Paris 2024, e essas competições fazem parte de todo o processo. É muito importante ter esse retorno, para medir como estão indo os treinamentos", completou a nadadora de 23 anos.
Já para o lançador e arremessador Trajano Ferreira Caldas Neto, da classe F11 (para atletas com deficiência visual), a possiblidade de disputar uma competição oficial do paradesporto na sua região vai além dos resultados do campo.
"É uma ótima oportunidade para a gente, foram quase dois anos parado. Estávamos sempre acostumados a competir. Estamos animados com a volta das competições e, com certeza, a autoestima dos atletas vai se elevar bastante com isso", apontou o atleta de 35 anos de Guarapuava e radicado em Ponta Grossa.
No evento, estavam também presentes os medalhistas nos Jogos Paralímpicos de Tóquio Eric Tobera, da classe S4 (para atletas com limitações físico-motoras), que ganhou a medalha de bronze na prova de revezamento 4x50 livre misto - 20 pontos, além das gêmeas Beatriz Carneiro (S14, para atletas com deficiência intelectual), bronze na prova dos 100m peito, e Débora Carneiro, que também faturou o terceiro lugar no pódio no revezamento 4x100m misto S14.
"Estou muito orgulhoso de poder estar aqui em Curitiba podendo motivar outras pessoas com deficiência iguais a minha ou não", apontou Eric Tobera, de Telêmaco Borba (PR), nadador com paralisia cerebral. O nadador também disputou sua primeira prova após os Jogos de Tóquio e agora vai iniciar um novo ciclo visando Paris 2024.
Para participar do Meeting Loterias Caixa, o atleta deve ter no mínimo 14 anos (nascidos até 2007), representar um clube e ter deficiência física, visual e/ou intelectual com elegibilidade ao esporte.
A etapa de Curitiba foi a terceira do Meeting Loterias Caixa. Anteriormente, já havia sido realizada nas cidades de Porto Alegre (RS) e Florianópolis (SC). A próxima será no Rio de Janeiro no sábado, 16 de outubro.
Foto: Alê Cabral/CPB
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