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A 100 dias de Pequim-2022, veja as chances de classificação do Brasil para a Olimpíada de Inverno


Nesta quarta-feira (27), faltam exatamente 100 dias para os Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022. Será a nona participação consecutiva do Brasil no evento e o Comitê Olímpico do Brasil (COB), a Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG) e a Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN) esperam levar a maior delegação do país na competição. 

O recorde de participação brasileira foi em Sochi-2014, quando tivemos 13 atletas em sete modalidades: esqui alpino, esqui cross-country, esqui estilo livre, snowboard, bobsled, biatlo e patinação artística. Até o momento, o Brasil já tem quatro vagas garantidas. 

Neste especial, vamos passar pelos processos de qualificação de cada modalidade e ver as chances do Brasil e as vagas já conquistadas.

ESQUI CROSS-COUNRTY

O esqui cross-country foi o primeiro esporte em que o Brasil conseguiu se classificar para Pequim-2022. Cada país tem direito a pelo menos uma vaga em cada gênero, caso tenha atletas que obtenham o índice "B" de participação (300 pontos FIS). Além disso, os países podem conquistar vagas extras pelo ranking de nações Da Federação Internacional de Esqui (FIS). 

Jaqueline Mourão tenta ir para sua 8ª Olimpíada -Foto: Roberto Nahom/COB
O Brasil conseguiu a cota mínima tanto no masculino, como no feminino. O bom desempenho da equipe feminina na temporada 2020-21, colocou o país em 25º lugar no ranking das nações, garantindo uma segunda vaga para uma mulher brasileira. Ainda é possível conquistar mais vagas através do processo de realocação, mas como o Brasil está em posições mais baixas na lista, isso é improvável.

No masculino, dois atletas conseguiram o índice A (menos de 100 pontos no “distance”) na última atualização da lista de pontos da FIS. Manex Silva, que competiu nos Jogos Olímpicos da Juventude de Inverno em 2020 em Lausanne na Suíça, tem 95.26 pontos e Steve Hiestand tem 97.77. Alguns outros brasileiros estão próximos da marca, como Victor Santos (105.24), representante do Brasil em 2018, e Lucas Lima (109.54). O índice A é importante, pois permite que o atleta possa participar de todas as provas em Pequim.

Manex Silva em Lausanne-2020 - Foto: Divulgação/COB
Entre as mulheres, a expectativa é pela classificação de Jaqueline Mourão. A atleta já participou de sete Jogos Olímpicos, incluindo três Jogos de verão (no ciclismo mountain bike) e quatro de inverno (no esqui cross-country e no biatlo).  Entre as outras atletas também na briga por uma das duas vagas estão: Bruna Moura, Mirlene Picin e Eduarda Ribeiro.

ESQUI ALPINO

Até o momento, o Brasil tem garantida uma cota masculina no esqui alpino. O atleta será selecionado pela CBDN. O favorito é Michel Macedo, representante do Brasil em 2018. Também são elegíveis à vaga, os jovens Christopher Holm e Valentino Caputi. É possível que o país consiga cotas extras pelo ranking da Copa do Mundo e pelo processo de realocação.

Michel Macedo nos Jogos de Pyeongchang-2018 - Foto: Guillaume Horcajuelo/EFE
Nenhuma brasileira tem os índices necessários no momento para uma vaga no esqui alpino. Mas algumas atletas ainda tentam a classificação para Pequim, como Isabella Springer que retornou ao circuito internacional no início do mês em competição na Bélgica.

ESQUI ESTILO LIVRE

Sabrina Cass, campeã mundial júnior no Moguls em 2019 pelos Estados Unidos, adquiriu cidadania brasileira e agora vai defender o Time Brasil nas competições. Ela já tem os requisitos mínimos para a vaga e na última atualização do ranking pré-olímpico Sabrina estaria entre as classificadas. 

Sabrina no pódio do Mundial Júnior. de esqui estilo livre de 2019 - Foto: Divulgação/US
Ski & Snowboard
No masculino, os irmãos Dominic e Sebastian Browler tentam se classificar no slopestyle e no halfpipe. Dominic já tem o índice mínimo do slopestyle e precisa de um top-30 em uma etapa de Copa do Mundo para ser elegível à vaga olímpica. Sebastian ainda precisa do índice e do resultado na Copa do Mundo.

SNOWBOARD

Dois brasileiros tentam a vaga no snowboard. Noah Bethonico ficou em 11º lugar nos Jogos Olímpicos da Juventude de Inverno no snowboard cross. O atleta precisa conseguir 100 pontos FIS e um top-30 em uma etapa de Copa do Mundo da modalidade. No momento, Noah tem 85 pontos FIS.

Noah competindo em Lausanne-2020 - Foto: Divulgação/COB
Augustinho Teixeira tenta a classificação no slopestyle e no halfpipe. O snowboarder precisa de 50 pontos FIS e um top-30 em Mundial ou Copa do Mundo. No slopestyle, Augustinho tem 79.33 pontos, mas foi o 34º no Mundial de 2021. No halfpipe, a situação do atleta é a contrária, já que foi 24º no último Mundial, mas tem apenas 31.60 pontos FIS.

BIATLO

O Brasil participou do biatlo em Jogos Olímpicos apenas em 2014 com Jaqueline Mourão. Para 2022, conquistar uma vaga não deve ser fácil. O principal representante do país na modalidade é Matheus Vasconcellos. O jovem de 21 anos precisa obter 180 ou menos pontos IBU para ser elegível aos jogos (seu melhor resultado no sprint é 196.39 de uma competição na Itália em 2020). Como o Brasil não deve ficar no top-20 do ranking das nações, o atleta precisa ter bons resultados na temporada para tentar uma vaga pela lista de pontos da União Internacional de Biatlo (IBU).

Matheus Vasconcellos em treinamento na Eslovênia - Foto: Reprodução/Instagram/CBDN

BOBSLED

O bobsled é o esporte no qual o Brasil deve conseguir mais vagas para os Jogos Olímpicos de Inverno. A seleção masculina, composta por: Edson Bindilatti, Edson Martins, Rafael Souza, Erick Viana, Luís Henrique Gonçalves e Jefferson Sabino - embarcou no começo de outubro para os Estados Unidos para se preparar para a temporada. As vagas são definidas pelo ranking mundial.

Seleção brasileira de bobsled - Foto: Pedro Bicudo/CBDG
São 30 vagas no two-man (trenó para dois atletas) e 28 no four-man (trenó para quatro atletas) e o Brasil vai tentar participar das duas provas. A equipe disputa entre novembro e dezembro as etapas da Copa América de Bobsled. Caso necessário, a equipe também irá disputar algumas provas na Europa em janeiro para ganhar pontos no ranking.

Este ano tem uma novidade no bobsled: o monobob feminino. A prova é disputada em um trenó individual e está no programa dos Jogos Olímpicos da Juventude de Inverno. A representante do Brasil na prova é Marina Tuono, que em 2020 conseguiu a terceira colocação na World Series de Monobob. São 20 vagas em jogo e Marina deve participar de provas na América do Norte para pontuar no ranking mundial.

Marina Tuono competindo em Calgay, no Canadá - Foto: Girts Kehris/IBSF

SKELETON

Nicole Silveira é um dos principais destaques do Brasil nos esportes de inverno na atualidade e teve grande evolução no ciclo olímpico. A atleta ficou em 17º lugar no Mundial de 2021 e no último fim de semana terminou na oitava colocação no evento-teste realizado na pista de Yanqing, onde vão acontecer as provas de trenó nos Jogos Olímpicos. A classificação olímpica é feita pelo ranking mundial. São 25 vagas em jogo e pelos resultados recente, Nicole deve conseguir se classificar sem complicações.

Nicole Silveira no Mundial de 2021 - Foto: Divulgação/IBSF

PATINAÇÃO DE VELOCIDADE

O Brasil tenta uma classificação inédita na patinação de velocidade em Pequim-2022. Larissa Paes e João Victor Silva conseguiram o índice para participar da Copa do Mundo da modalidade. Agora eles precisam de bons resultados na competição para somar pontos no ranking olímpico, além do índice para os Jogos Olímpicos.

João Victor Silva e Larissa Paes - Foto: Reprodução/Instagram/CBDG
A chance dos brasileiros é maior na prova de largada em massa, onde os atletas tem que fazer um tempo mínimo na prova dos 1500m. Larissa tem o recorde nacional no feminino com 2:11.08, com o índice sendo 2:10.00. No masculino, o tempo necessário é de 1:57.50. O recorde nacional de João Victor é de 1:54.80 em 2020, mas o índice tem que ser feito nesta temporada. Seu season best é de 1:59.14, de uma competição nos Estados Unidos em setembro

OUTROS ESPORTES

Nas demais modalidades olímpicas de inverno o Brasil não tem mais chance de classificação ou não tem atletas competindo na modalidade. Na patinação artística, Isadora Williams tentou uma vaga em sua terceira Olimpíada, mas não conseguiu completar o pré-olímpico. A patinadora teve problemas após ficar muito tempo sem conseguir treinar durante a pandemia e teve uma lesão no início da temporada que prejudicou seu desempenho no torneio classificatório.

No curling, o Brasil disputou o qualificatório para o Pré-Olímpico Mundial, mas não conseguiu ir para o torneio que define as últimas vagas em Pequim-2022. O melhor resultado foi o de Anne Shibuya e Scott McMullan nas duplas mistas. Os dois conseguiram avançar para os play-offs, mas foram eliminados pela dupla de Belarus.

No salto de esqui, combinado nórdico, luge, hóquei sobre gelo e patinação de velocidade em pista curta, o Brasil não tentou a classificação olímpica. 

Foto de capa: Peter23/Wikimedia Commons

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