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Ana Marcela Cunha explica preparação e motivação para ouro olímpico

Ana Marcela Cunha maratona aquática

Para um espectador desavisado, a prova de maratona aquática pode parecer quase duas horas de nado até um sprint final. Ana Marcela Cunha provou ao espectador brasileiro que é necessário muita tática e força, seja física ou mental, para controlar a prova e guardar energias para a hora certa. Ela sagrou-se campeã olímpica nos 10km da maratona aquática nos Jogos Olímpicos de Tóquio.

Em coletiva de imprensa, ela comentou que foi uma tática montada por ela e seu treinador Fernando Possenti. Na coletiva, ela foi só elogios para Fernando, "o cara que mais acreditou em mim e me fez acreditar em mim"

Em geral, eu sempre chegava ao final da prova e pensava 'poxa, dava para eu ter nadado de forma diferente'. Só que hoje não. Eu vim para ser campeã olímpica. Há dez dias eu estou pronta. Ficamos mais de 50 dias treinando na Espanha. Na minha série eu sabia que para ganhar de mim seria muito difícil.
Ela ainda acredita e espera que os jovens sejam motivados pela conquista para investirem no esporte. "É uma nova geração que pode sonhar e vale a pena sonhar. Abrimos portas para quem vem, para a continuidade do esporte. E dá uma motivação para todas as mulheres que vem aí. Todas atletas, com ou sem medalhas, sabem como é nosso dia a dia e pode ser uma boa inspiração".

A medalha de ouro foi a oitava garantida pelo esporte feminino nacional em Tóquio 2020 e Ana Marcela foi perguntada sobre o que as mulheres tem feito pelo Brasil nos Jogos Olímpicos. 

 Mulher pode ser o que ela quiser, onde ela quiser e quando ela quiser. O tanto que a gente vem recebendo de ajuda do Comitê Olímpico e de igualdade está dando os resultados. Tem que acreditar, seja masculino ou meninino e ajudar com igualdade. As mulheres tão vindo com esse gostinho a mais.

Na prova realizada no Parque Marinho de Odaiba, com início às 6h30 da quarta-feira (4) em Tóquio, Ana Marcela sempre esteve no pelotão da frente, chegando a liderar por vários momentos. No final, quando ela disparou, venceu a prova com boa margem diante da neerlandesa Sharon van Rouwendaal, ouro na Rio 2016.. Sobre esse momento, ela revelou que tentou "ser europeia como falamos aqui, com sangue frio, tranquilidade, muita razão e não tanta emoção como é com os latinos".

As três medalhistas reforçaram a importância da preparação mental para os jogos. "É tão importante quanto preparação física. Nos treinos, assim como física, eu sempre me preparei muito mentalmente, foi sempre completo. É algo natural para mim. Acho que minha cabeça sempre foi muito forte. Nunca tive pensamentos ruins, problemas ou coisas do tipo. Sempre acreditei muito em mim, se antes eu não conquistei uma medalha não foi pelo lado mental", revelou a campeã olímpica Ana Marcela.

Segundo a baiana de 29 anos, ela aproveitou-se em não ser considerada a principal favorita para os Jogos Olímpicos por veículos ou modelos de projeção como um impulso para sua performance. "Eu sou uma pessoa muito motivada, e guardo muito as coisas, sempre para o lado bom. Alguns lugares não me colocaram no pódio, outros em segundo [como foi o caso da previsão do Surto Olímpico], outros em terceiro e nenhum me colocou como campeã olímpica. E nada mais justo do que estar aqui e ter guardado como uma coisa boa, jamais como ruim", revelou a nadadora.


E o que a motiva agora? Ela não descartou Paris 2024 e Los Angeles 2028, mas disse:


Eu ainda não fui campeã mundial dos 10km então fica esse gostinho.


Foto: Jonne Roriz/COB

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