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Análise: Brasil e Alemanha devem passar com tranquilidade; Costa do Marfim vem para aprontar com jogo ofensivo

Neymar, Gabriel Jesus e Gabigol sergurando a medalha de ouro na Rio-2016 Foto: Bruno Kelly/Reuters


O Brasil conheceu nesta quarta-feira (21) os seus adversários na primeira fase do futebol nos Jogos de Tóquio. Atual campeã olímpica, a equipe masculina terá Alemanha, Costa do Marfim e Arábia Saudita em seu grupo. Entrando no clima, o Surto Olímpico preparou uma análise da chave, detalhando os confrontos e as seleções em si.


Será a sexta partida contra o selecionado alemão no futebol olímpico, a segunda após a unificação entre orientais e ocidentais. A Arábia Saudita enfrentará o Brasil pela segunda vez após perder por 3 a 1 em Los Angeles-1984, já a Costa do Marfim vai enfrentar pela primeira vez a seleção verde-amarela com a seleção sub-23 (ou sub-24).


Curiosamente, este grupo é formado exclusivamente por países vice-campeões de seus classificatórios continentais. Entretanto, devido ao formato do Pré-Olimpico Sul-Americano, apenas o Brasil não encarou um mata-mata para conseguir a vaga em Tóquio 2020.  Sem mais delongas, vamos agora falar sobre as seleções o grupo D.


Brasil

O atual campeão olímpico treinado por André Jardine vem de um ano de poucos jogos devido à pandemia de Covid-19. As partidas ficaram restritas ao Pré-Olímpico e a dois amistosos contra a Coreia do Sul e o Egito


O Brasil dominou a fase de grupos do torneio qualificatório e passou pro quadrangular final com 100% de aproveitamento, mas derrapou na fase decisiva, ao empatar os primeiros dois jogos contra a Colômbia e o Uruguai. A classificação só veio no jogo decisivo, em que a equipe venceu bem a Argentina por 3 a 0.


Nos amistosos contra a Coreia e contra o Egito, o Brasil apresentou falhas defensivas que contra o time asiático ficou mascarado pelo resultado final de 3 a 1, com dois gols de David Neres e um de Mateus Cunha. Porém estas falhas ficaram evidentes na derrota por 2 a 1 para o Egito, onde a seleção saiu na frente com Matheus Cunha, mas levou a virada em um segundo tempo sofrível, não aparecendo para o jogo.


Em entrevista após o sorteio, Jardine afirmou que quer manter a base do time, o que no ataque significaria manter Matheus Cunha, Paulinho e David Neres. Além disso, podemos ter a entrada de Vinícius Jr e Richarlison, que são estrelas mundiais e com certeza agregariam ao potencial ofensivo.


O ponto mais agudo aqui, porém, seria a formação do meio campo. Nos dois amistosos a seleção teve a presença de Dodô, Tetê, Maycon, Wendel e Reinier, os três últimos como titulares. Destes, apenas Reinier pode estar mais próximo da vaga, mas tem que lidar com a sombra de Paquetá, que faz boa temporada no Lyon. 


Os jovens meio-campistas do Palmeiras, como Patrick de Paula e Gabriel Menino, que já foi convocado para seleção principal, pedem passagem e podem ser destaques em Tóquio, atuando com Bruno Guimarães, atualmente no Lyon.


Na defesa, outro jogador do Palmeiras, o lateral Danilo pede passagem para ocupar uma das laterais. Já na zaga, Jardine disse que pensa em usar Éder Militão, do Real Madrid, em uma das vagas, o que certamente fortaleceria o setor. Para o gol, ele deve manter Daniel Fuzato e chamar Santos para disputar o bicampeonato.


O Brasil tem elenco para passar sem problemas para a fase mata - mata, para isso deve apresentar o futebol a nível de seus jogadores e evitar o sufoco que foi a fase de grupos da campanha no Rio, onde empatou com África do Sul e Iraque nas duas primeiras partidas.


Alemanha

A atual vice campeã reencontrará o Brasil e logo na estreia no dia 22 de junho, o time se classificou pelo Europeu Sub-21 de 2019. quando encaixou seis jogadores na seleção do torneio e ainda teve o artilheiro Luca Waldschmidt com sete gols, atualmente jogando no Benfica.


O time participou da fase de grupos da edição 2021 do torneio na última semana do mês de março terminando a fase em segundo com cinco pontos, vencendo a Hungria e empatando com a Romênia e a Holanda.


A seleção alemã apresentou um forte jogo aéreo e o utilizou muito para criar jogadas de perigo, nesta primeira fase o meia Lukas Nmecha, jogador do Anderlecht se destacou com dois gols, um deles de cabeça em cobrança de escanteio. Chamou a atenção também sua movimentação no campo de ataque principalmente na área, se posicionando sempre de forma que facilite a finalização.


Os jogos também deixaram claro que a defesa tem dificuldade em se recompor em contra-ataques adversários e em jogadas individuais. Este ponto é muito importante para o Brasil que tem bons talentos individuais e meias velozes, aqui Vinicius Júnior e Bruno Guimarães podem despontar.


Embora não tenha apresentado um futebol vistoso, a seleção alemã tem jogo organizado e uma já citada forte artilharia aérea, deve conseguir a classificação com o Brasil e disputar a primeira posição do grupo.

Foto: DFB


Costa do Marfim

A seleção marfinense vai pela segunda vez a uma Olimpíada, após participar em 2008 quando foi eliminada pela Nigéria nas quartas de final perdendo por 2 a 0. O país africano se classificou através da Copa Africana de Nações sub-23 de 2019, perdendo a final para o Egito por 2 a 1.

Os marfinenses se classificaram para a semifinal como líderes do grupo e eliminaram Gana nos pênaltis após empatar em 2 a 2 no tempo normal. O time apresentou um futebol ofensivo de bom toque de bola e também um bom número de finalizações de fora da área.


A seleção africana é perigosa, assim como outras seleções do continente, podem aprontar para cima dos favoritos. O Brasil deve em hipótese alguma deixar os marfinenses se aproximar da área trocando passes com tranquilidade, isso é dar de mão beijada a chance de gol dos pequenos elefantes, apelido dado a seleção olímpica do país.

Dividida no jogo entre Costa do Marfim e Gana - Foto: Reuters


Arábia Saudita

O país da península arábica se classificou através da Copa da Ásia sub-23, onde foi líder do grupo B com duas vitórias e um empate, uma delas sobre a seleção japonesa. Nas quartas de final, eliminaram a Tailândia vencendo por 1 a 0, mesmo resultado na semi contra o Uzbequistão, perdendo a final na prorrogação para a Coreia do Sul pela vantagem mínima.


Na última semana de março, os sauditas realizaram dois amistoso contra a Libéria, empatando um por 0 a 0 e vencendo outro por 3 a 2. Tanto no amistoso quanto no torneio asiático, ficou claro que a seleção joga em função do erro adversário, portanto, a maior qualidade deste time é o oportunismo.


Sem um elenco estrelado, o país é o azarão do grupo e deve manter seu estilo de jogo principalmente contra Brasil e Alemanha, onde irá jogar recuado a espera de uma bola.



  Foto: AFC

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