Parece que levou uma eternidade desde a vitória de Daniil Medveded contra Dominic Thiem na final do ATP Finals, último jogo da conturbada temporada de 2020 (no nível principal). Mas o tênis está de volta, com um início de calendário reformulado, ainda sofrendo os efeitos da pandemia de coronavírus. E sem Rio Open até o momento.
Após a confirmação do adiamento do ‘nosso’ ATP 500, ficou difícil não relacionar o fato com a forma como estamos atuando durante a pandemia. O Brasil está ficando cada vez mais desprestigiado devido às atitudes dos governantes e da própria população. O evento ainda pode ser realizado em 2021, mas em outra data, segundo a ATP.
Os primeiros torneios deste ano serão realizados em Delray Beach e Antalya (ATP) e Abu Dhabi (WTA). O Australian Open, tradicionalmente realizado em janeiro, mudou para fevereiro. Mas o que dá para esperar desta nova temporada?
No tênis feminino é aguardado o retorno da líder do ranking mundial, Ashleigh Barty. Campeã de Roland Garros em 2019, a australiana não jogou após a paralisação do circuito causada pela pandemia. Ela tem 1.462 pontos de vantagem para a vice-líder, Simona Halep.
Quem também voltará às quadras é a campeã do US Open de 2019, Bianca Andreescu. A canadense ficou mais de um ano sem disputar partidas por causa de uma lesão no joelho.
Quem ganha com o retorno dessas atletas é a própria WTA, que tem um dos circuitos esportivos mais interessantes e equilibrados entre todos os esportes. Enquanto Serena Williams tenta chegar ao tão esperado 24º título de Major, Naomi Osaka nunca perdeu uma final de Grand Slam, já contando com três troféus em sua coleção.
Outras tenistas buscam seu primeiro título da Grand Slam, como a tcheca Karolina Pliskova, que até mesmo já foi líder do ranking mundial. Cori Gauff é uma atleta em ascensão e mesmo tendo apenas 16 anos, já furou o top-50 da WTA.
Citando apenas quatro ou cinco nomes já é possível prever tamanho equilíbrio no tênis feminino, graças as qualidades das jogadoras. Mas há uma quantidade maior ainda de atletas que podem fazer uma boa temporada e podemos sempre acompanhar novidades surgindo na WTA.
Já o tênis masculino ainda gira em torno do ‘Big 3’. Com Novak Djokovic muito perto de bater o recorde de Roger Federer em semanas na liderança do ranking mundial, e Rafael Nadal formando pilhas e mais pilhas de troféus em Roland Garros, é difícil imaginar uma temporada diferente das anteriores.
Certo, Federer já não é mais o mesmo e completará 40 anos em agosto, não disputará o Australian Open deste ano, mas ainda pode ser gigante em quadra e um dos poucos a bater Djokovic e Nadal, dependendo do piso. Seu foco para essa temporada está na disputa pelo título no Torneio de Wimbledon, nos Jogos Olímpicos de Tóquio e no US Open.
Quem de fato pode ameaçar o ‘Big 3’ em 2021 é Dominic Thiem. Campeão do US Open no ano passado, o austríaco número 3 do mundo está apenas 725 atrás do segundo colocado do ranking, Nadal.
Além de muito eficiente no saibro, onde já demonstrou ter força para competir contra o espanhol, Thiem evoluiu muito no piso rápido e chega como um dos favoritos no Australian Open, torneio no qual fez final no ano anterior, perdendo para Djokovic.
No mais, é difícil acreditar que outro tenista possa tomar os holofotes no tênis masculino. Não se sabe ao certo as condições de Andy Murray para uma partida de cinco sets. Stan Wawrinka já não tem o mesmo vigor. Juan Martin del Potro segue numa batalha que parece interminável contra seu próprio corpo e as lesões. Marin Cilic também não está mais entre os melhores. Então é difícil imaginar um novo cenário.
Daniil Medvedev e Alexander Zverev podem até tentar roubar a cena neste ano, mas não é algo que dá para ‘cravar’.
Com a pandemia ainda em cena, outras mudanças de calendário podem ocorrer, tornando a temporada da ATP um pouco menos previsível e da WTA mais inesperada ainda. No entanto, fica a torcida de que os torneios e os tenistas sigam os protocolos necessários e que todos os torneios sejam realizados com segurança para todos os envolvidos.
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