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Coluna Gran Willy: os destaques e decepções da temporada 2020 do tênis em simples



Chegou ao fim a temporada 2020 do circuito mundial de tênis. Pelo menos no mais alto nível, já que ainda estão rolando alguns torneios Challenger. Mas com o término do ATP Finals, os melhores tenistas do mundo entraram de férias e agora deverão descansar e se preparar para 2021. 

O retorno de Torneio de Wimbledon, a disputa dos Jogos Olímpicos e um possível adiamento do Australian Open marcam uma temporada que sequer começou, mas que já movimenta muitas notícias e desperta curiosidade dos fãs da modalidade. 

Mas quem deverá entrar em alta na temporada 2021 da ATP e da WTA? Confira na minha análise, três destaques do circuito masculino e feminino de tênis, além das decepções em 2020 e as incógnitas para o próximo ano. 


Em alta

ATP

- Novak Djokovic: A grande meta para Djokovic nesta temporada era vencer pelo menos um título de Grand Slam e aumentar seu número de semanas como número 1 do mundo. E ele teve sucesso ao alcançar esses objetivos, mesmo com todas as polêmicas que colecionou em 2020, dentro e fora das quadras.

Ele venceu o Australian Open, antes da pandemia de coronavírus, fez final em Roland Garros, onde não teve chances contra Nadal e foi desclassificado no US Open após uma bolada numa juiza de linha. Mesmo assim, conquistou quatro títulos no ano, vencendo dois Masters 1000 (Cincinnati e Roma) após a parada de cinco meses do circuito. 

Além disso, Djokovic está cada vez mais perto de quebrar o recorde de semanas como número 1 do mundo, que por enquanto ainda é de Roger Federer (310 semanas). Caso o sérvio bata mais esta meta, a tendência é que amplie cada vez mais a vantagem, que deverá ser combatida apenas pelo suíço, caso faça um retorno mais 'magico' ainda do que foi em 2017. 


- Dominic Thiem: Que ano para o austríaco. Conquistou seu primeiro título de Grand Slam no US Open em uma final épica contra Alexander Zverev. Mesmo com o vsegundo vice seguido no Finals, Thiem foi um dos melhores tenistas nesta temporada. 

Atual número 3 do mundo, o austríaco treinado por Nicolas Massú está jogando cada vez melhor no piso rápido, mudando aquela visão dos analistas de que ele era bom apenas no saibro. 

Ao longo de 2021 Thiem poderá fazer frente ao reinado de Novak Djokovic, se juntando na briga pela liderança do ranking mundial, que não tinha um novo integrante há anos. 

De quebra, Thiem deverá disputar os Jogos Olímpicos de Tóquio, evento no qual ele dizia não ter interesse em disputar (não jogou na Rio 2016, por exemplo). 


- Daniil Medvedev: Fechou de forma incrível uma temporada que parecia ter sido aquém do esperado. O tenista russo venceu o Masters 1000 de Paris e o ATP Finals em sequência e graças a esses resultados ele garantiu a quarta colocação no ranking mundial. 

É um ótimo tenista, sólido principalmente nos pisos rápidos. Precisa demonstrar uma evolução no saibro, caso queira um dia lutar pela liderança do ranking mundial da ATP. Mas durante o Finals ele demonstrou toda sua força ao bater no mesmo torneio Djokovic, Nadal e Thiem, os três melhores do mundo atualmente. 

Se voltar a ter atuações como esta ou como no US Open de 2019, quando foi vice-campeão, poderá fazer uma ótima temporada em 2021. 


WTA

- Naomi Osaka: Atleta mais bem paga da história do esporte feminino no período de um ano, a tenista japonesa foi símbolo de representatividade dentro e fora das quadras. Clamou pelo fim do racismo nas ruas e num Major, o US Open. Usou sete máscaras no Grand Slam disputado em Nova York, todas elas com nomes de pessoas negras brutalmente assassinadas nos Estados Unidos. 

Ela superou críticas daqueles que falavam que ela só queria 'lacrar'. Conquistou o título do US Open em uma decisão épica contra Victoria Azarenka, chegando ao seu terceiro título de Grand Slam, tendo apenas 23 anos. 

Entre as tenistas da nova geração, Osaka é a atleta de maior destaque, tendo sido número 1 do mundo no ano passado. Se estiver recuperada da lesão na coxa sofrida ainda durante o US Open, a japonesa poderá fazer o melhor ano de sua carreira, tendo como um de seus palcos, os Jogos Olímpicos de Tóquio, em casa. 


- Victoria Azarenka: Superação. Essa palavra é o que resume o esforço da tenista bielorrussa. De forma inimaginável, ela eliminou fortes candidatas e conquistou o Premier de Cincinnati, quando talvez mais ninguém mais esperasse por grandes resultados dela. 

No US Open, Vika, como é chamada pela comunidade mundial do tênis, teve um desempenho ainda melhor, perdendo apenas na final para Naomi Osaka, ficando com seu terceiro vice-campeonato no Major nova-iorquino.

Azarenka é atualmente a 13ª colocada no ranking mundial da WTA e poderá voltar ao Top-10, quem sabe ao Top-5, caso continue com boas atuações e uma sequência de resultados importantes. E o melhor: em paz, cuidando de seu filho Leo, após anos de problemas na justiça envolvendo sua guarda.


- Iga Swiatek: Ninguém poderia imaginar que no início de 2020, uma jovem polonesa espantaria o mundo ao ganhar o torneio de Roland Garros batendo a estadunidense Sofia Kenin (campeã do Australian Open) na final. Talvez nem a própria Swiatek. 

Como se não bastasse isso, ela ainda chegou às semifinais do Aberto da França nas duplas, concluindo um ano cheio de resultados surpreendentes. 

Atual 17 do mundo, Swiatek deverá defender a Polônia nas Olimpíadas de 2021. Durante os Jogos Olímpicos da Juventude de Buenos Aires, em 2018, ela conquistou a medalha de ouro nas duplas ao lado da eslovena Kaja Juvan. 



Em baixa

ATP e WTA


- Marin Cilic: Campeão do US Open de 2014 e finalista de Wimbledon 2017 e do Australian Open de 2018, Cilic não está em boa fase. Dos 26 jogos que disputou neste ano, ganhou apenas 14, não conseguindo obter uma sequência de três vitórias desde antes da pausa obrigatória do circuito por causa da pandemia. 

O tenista croata não conquista um título individual desde sua vitória no ATP 500 de Queens em 2018, ao bater Djokovic na decisão. No fim daquele ano ele ainda ganhou a Copa Davis com a Croácia l, numa final contra a França, fora de casa. 

Cilic ocupa atualmente a 42ª posição no ranking mundial da ATP. 


- Nick Kyrgios: Das oito partidas que disputou em 2020, o australiano venceu seis, mas perdeu o maior desafio, contra Rafael Nadal no Australian Open. Kyrgios não entra em quadra desde que abandonou uma partida contra Ugo Humbert no ATP 500 de Acapulco.

O australiano parece estar mais maduro e com vontade de jogar tênis. Recentemente ele revelou que passou por tratamento contra depressão e que aproveitou o período de isolamento social durante a pandemia para ficar com a namorada e a família, cuidando de sua saúde mental. 

Desde a paralisação do circuito, em março, Kyrgios não jogou mais e pouco se sabe sobre suas condições físicas para a temporada 2021.


- Serena Williams: Mais uma vez a tenista estadunidense não conseguiu igualar o número de títulos de Major da australiana Margaret Court. A marca de 24 Majors parece cada vez mais distante para Serena, apesar de não ser impossível.

Desde seu retorno ao tênis após o nascimento de sua filha Alexis Olympia, Serena disputou quatro finais de Grand Slam: Wimbledon 2018 e 2019 e US Open 2018 e 2019, perdendo todas as decisões. 

Em 2020, Serena sequer chegou à final de um Major, parando na terceira rodada do Australian Open, semifinal do US Open e desistindo de Roland Garros na segunda rodada após uma lesão. 


Incógnitas

ATP e WTA

- Roger Federer: Após duas artroscopias no joelho direito em 2020, o retorno do tenista suíço é o mais aguardado para a próxima temporada. Apesar dele negar rumores de que irá se aposentar em breve, sabemos que cada vez mais se aproxima a retirada de Roger Federer do circuito. 

Federer já colocou como metas para 2021 a conquista do título de Wimbledon e a busca pelo tão sonhado ouro olímpico no torneio de simples em Tóquio. Ele deverá retornar no Australian Open, palco do seu último triunfo em Majors, em 2018. 

Poderá Federer fazer um retorno com mais sucesso que em 2017/2018, quando venceu três Grand Slams e reassumiu a liderança do ranking mundial da ATP? Será que ele ainda tem força para parar o reinado de Djokovic? Vamos aguardar. 


- Andy Murray: Atual número 121 do mundo, o tenista britânico não teve bons resultados em 2020, vítima do calendário comprometido por causa da pandemia e de problemas físicos que acumulou nas poucas partidas que disputou. 

Murray é o atual bicampeão olímpico, mas no momento não estaria elegível para as vagas diretas das Olimpíadas de Tóquio. No entanto, a Federação Internacional de Tênis pode conceder um convite para o britânico, algo destinado para campeões olímpicos e de Grand Slam que não conseguiram se classificar para às Olimpíadas. 

Mas a grande dúvida sobre Murray está relacionada a sua capacidade física. Ele demonstrou que ainda não está pronto para disputar partidas em melhor de cinco sets nos Majors, que podem servir de atalho para subir no ranking mundial. 

Caso esteja bem fisicamente, Murray ainda tem muita 'lenha para queimar'. Além disso, ele ama o tênis e mesmo com tantas lesões, sente felicidade ao entrar em quadra, coisas fundamentais para um profissional. 


- Bianca Andreescu: Revelação do tênis mundial em 2019, a canadense conquistou o US Open ao bater Serena Williams na decisão. Mas desde então Andreescu, 20,  é atormentada por lesões no joelho e no pé. 

A última partida disputada por Andreescu foi no dia 30 de outubro de 2019, contra Karolina Pliskova. Na ocasião a canadense abandonou o jogo por causa de uma lesão. 


A canadense deverá fazer seu retorno no Australian Open de 2021, caso esteja de fato 100% recuperada fisicamente e psicologicamente deste grande período sem entrar em quadra. 

Foto: John Walton/PA Images

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