A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou na última quinta-feira o "Ato de Capacitação de Atletas Olímpicos, Paralímpicos e Amadores de 2020", um projeto de lei que concede ao Congresso o poder de destituir membros do Conselho de Administração do Comitê Olímpico e Paralímpico dos Estados Unidos (USOPC). O projeto deverá ser enviado para o presidente estadunidense Donald Trump, para que seja assinado até o dia 13 de outubro.
Apesar de ter enfoque principalmente na proteção de atletas, após o escândalo de abuso sexual na USA Gymnastics, o projeto de lei já chama atenção do Comitê Olímpico Internacional (COI) que proíbe a interferência do governo em seus Comitês Olímpicos Nacionais. A própria entidade já havia demonstrado preocupação com o caso, quando a própria executiva-chefe da USOPC, Sarah Hirshland, chamou atenção sobre as consequências para a organização e atletas do país se a lei viesse a ser sancionada.
No entanto, o projeto liderado pelos senadores Jerry Moran e Richard Blumenthal passou a ganhar apoio de Hirshland e da prórpia USOPC. Se aprovada, a lei passará a valer a partir de outubro de 2021, o que aumentaria as chances do país com mais sucesso no mundo olímpico ser suspenso das Olimpíadas de Inverno de 2022, que será realizada em Pequim, 2022. Pelo menos é isso que dizem as regras do COI:
As regras do COI determinam que o Conselho Executivo do COI pode tomar medidas, incluindo a suspensão, "se a constituição, lei ou outros regulamentos em vigor no país em questão, ou qualquer ato de qualquer órgão governamental ou outro, causar a atividade do CON ou a expressão de sua vontade de ser prejudicada".
"Os atletas da equipe dos EUA tiveram uma grande vitória nos corredores do Congresso hoje com a aprovação da Lei de Atletas Olímpicos, Paraolímpicos e Amadores de Capacitação", disse Hirshland em um comunicado oficial.
"Isso vai cimentar aumentos na representação dos atletas nos movimentos olímpicos e paralímpicos dos EUA, melhorias nas proteções de segurança dos atletas e reforçar a transparência e a responsabilidade em nosso sistema. Este projeto de lei ressalta o valor e a necessidade da voz do atleta e do engajamento na construção de movimentos olímpicos e paralímpicos mais fortes e melhores para as gerações atuais e futuras".
O COI já vive outro problema deste tipo, com a Itália, que também aprovou um projeto de lei que dá poderes para que o governo nacional interfira no Comitê Olímpico do país.Vale lembrar que a entidade já suspendeu países como o Kuwait e a Índia por questões semelhantes.
O projeto também exige que a USOPC dê ao US Center for SafeSport US$ 20 milhões em financiamento anual para que o órgão possa fazer seu trabalho com mais eficácia.
Foto: The Gazette
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