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Judocas brasileiros relembram histórias da infância praticando a modalidade



O judô é uma das modalidades mais populares entre a garotada no Brasil. Nos clubes, escolas e projetos sociais é, geralmente, uma das opções mais procuradas e não por acaso. A modalidade é famosa por contribuir para uma formação muito além da esportiva, já que a disciplina e o código de conduta e respeito presentes em sua filosofia são levados para a vida. Em clima de Dia das Crianças, atletas olímpicos patrocinados pela Ajinomoto relembram experiências marcantes do judô em suas infâncias. 

“Eu tinha uns oito ou nove anos quando me senti apaixonada pelo judô pela primeira vez. Estava em uma competição e ganhei meu primeiro campeonato pela escola. Eu me senti muito feliz. Tive certeza que realmente amava esse esporte e o escolhi para minha vida desde aquele dia”, relembra Larissa Pimenta. 

Bronze no Mundial Júnior de 2019, Larissa entrou no judô aos oito anos, na Escola Estadual Antônio Luiz Barreiros, em São Vicente (SP). Seus dois irmãos mais velhos também praticaram a modalidade. “Eu aprendi e aprendo muitas coisas com o esporte. Aprendi a respeitar, ter compaixão com o próximo, ter disciplina, superar meus medos, ser justa e construir relacionamentos significativos”, explica a campeã pan-americana dos Jogos em Lima da categoria até 52kg, que já tem três medalhas em Grand Slams. 

A tradição familiar também levou Allan Kuwabara, da categoria até 60kg, para os tatames. Medalhista de bronze no Mundial Júnior de 2011, ele tem o esporte em seu DNA. O pai, Junior Shoji Kuwabara, era faixa preta de karatê, e os avós maternos, faixas preta de judô. O primeiro contato formal de Kuwabara com a modalidade foi aos seis anos, em Mogi das Cruzes. “Desde criança treinava em três períodos. O judô tem uma parte filosófica que ajuda na formação da pessoa fora dos tatames, a luta em si é só uma parte do que representa na minha vida. A filosofia do bushido (código de conduta respeitado pelos samurais e baseado em princípios morais), do respeito e do benefício mútuos, forma cidadãos para a sociedade”, destaca. 

Uma recordação especial de infância foi seu primeiro título no Campeonato Pan-Americano, aos 12 anos, na Costa Rica, integrando a seleção sub-15. “Era minha primeira viagem internacional com a seleção e sem meus pais. Eu precisava de uma declaração deles para viajar, mas no dia do embarque esqueci de levá-la e acabei não viajando com a delegação. Viajei no dia seguinte, com o então presidente da Confederação Brasileira de Judô, Paulo Wanderley, que hoje preside o COB”, relata Kuwabara. 

Já Eduardo Barbosa, da categoria até 73kg, vivenciou o peso da tradição do judô para os japoneses. Ele morou no Japão durante parte da infância e da adolescência e a modalidade desempenhou um papel importante em sua adaptação no país. “Quando tinha uns 10 ou 12 anos, fomos campeões estaduais por equipe. Foi a primeira vez que ganhamos, levantando o nome da nossa região e da nossa academia”, relembra, destacando que sua região não era tradicionalmente forte no evento. “Com isso, eu ganhei bastante respeito e admiração na escola em que estudava. Digo isso porque era estrangeiro e muitos sofrem lá, não por discriminação, mas porque é diferente. Todo mundo era japonês e somente eu, brasileiro. Lutando judô, quebrei essa barreira”. 

Barbosa começou no judô aos seis anos, influenciado pelo pai e pelos irmãos. Aos 17 anos, decidiu retornar para o Brasil, seguindo os passos da irmã Danielli, que integrou a equipe brasileira nos Jogos de Pequim. “O judô é um esporte muito importante para a formação de uma criança, principalmente nos valores de disciplina e respeito. Também ajuda muito na parte física, no desenvolvimento da coordenação motora e consciência corporal. Muitas crianças que praticaram judô e depois foram para outro esporte tiveram sucesso na nova modalidade por isso”, afirma Barbosa, que já tem duas medalhas em Mundiais por equipe (prata, 2017 e bronze, 2019). 

Volta à ativa
Os judocas participaram de um treinamento de mais de 70 dias em Portugal, juntamente com outros integrantes da seleção brasileira. Na Europa, o grupo participava de dois treinos diários, divididos entre preparação física e luta, além de treinos regenerativos e preventivos, para evitar lesões. 

"Ficamos 75 dias em Portugal e passamos por várias fases de treinamento até voltarmos ao Brasil prontos para competir e em alto nível. Foi muito importante para voltarmos ao alto nível", destaca Kuwabara. “Conseguimos fazer o handori (luta de treinamento), que ainda não tínhamos condição de praticar no Brasil. Treinamos com atletas de Portugal, Espanha e Suécia. Foram treinos bem ricos e com intensidade bem alta”, completa Barbosa, que foi medalha de bronze na Taça Internacional Kiyoshi Kobayashi, em Coimbra, antes de retornar da Europa.

Foto: Divulgação/Ajinomoto do Brasil

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