A Federação Internacional de Levantamento de Pesos (IWF) nomeou Intarat Yodbangtoey (THA), acusado de corrupção, como novo presidente. O Conselho Executivo da entidade realizou uma reunião de surpresa nesta terça-feira (13), que não contou com Ursula Papandrea (USA), até então presidente interina. O Comitê Olímpico Internacional (COI) viu com preocupação a mudança e novamente ameaçou retirar a modalidade dos Jogos Olímpicos.
Em nota, o COI demonstrou estar preocupada com a troca na presidência da Federação Internacional da modalidade, que é acusada de acobertar casos de doping, e avisou que excluirá o levantamento de pesos de Paris 2024 caso não melhore suas políticas de governança.
"O COI está muito preocupado ao saber sobre a decisão tomada pelo Conselho da Federação Internacional de Levantamento de Pesos (IWF) de substituir a presidente em exercício, Sra. Ursula Garza Papandrea, a forma como a decisão foi tomada e o substituto escolhido. O COI teve uma excelente cooperação com ela durante seu mandato e apoia totalmente as reformas que ela iniciou na IWF".
"Atualmente, o COI não recebeu todas as informações para avaliar a situação em sua totalidade. Este incidente e suas consequências serão, obviamente, levados em consideração pelo Conselho Executivo do COI quando se tratar de tomar outras decisões", dizia a nota.
As acusações de acobertamento de doping na IWF se tornaram públicas em janeiro, o que fez o romeno Tamás Aján ser suspenso da presidência e renunciar ao cargo em abril depois de 44 anos no poder. A americana Ursula Papandrea assumiu o cargo interinamente e, com apoio do COI, começou uma reforma administrativa da entidade.
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O COI ressaltou a relevância das reformas propostas por Papandrea para a garantir a independência das operações antidoping da IWF e a modernização de suas estruturas de governança e gestão e enfatizou a importância de manter a relação entre vagas disponíveis para cada país e seu histórico de doping.
"Essas áreas de preocupação foram comunicadas à IWF. A Federação também foi informada de que o COI, ao revisar atualmente o programa do evento e as cotas dos atletas para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, se reservaria o direito de tomar outras medidas dependendo de quaisquer desenvolvimentos futuros, incluindo, mas não se limitando a, uma revisão do local do levantamento de pesos no programa dos Jogos Olímpicos Paris 2024 e consideração do programa de eventos Paris 2024 e cotas de atletas, que serão determinadas em dezembro de 2020" concluiu em nota o COI.
Em junho, um relatório independente produzido pelo professor especializado em direito do esporte Richard Mclaren, apontou diversas irregularidades e casos de corrupção na entidade. Na época, Thomas Bach, presidente do COI, afirmou que o esporte poderia deixar os Jogos Olímpicos caso não tivesse maior cuidado com os atletas dopados e os casos de corrupção continuassem.
O presidente tailandês que assumiu nesta terça, inclusive, é citado no relatório como um dos acusados de corrupção. A Tailândia está proibida de competir internacionalmente no levantamento de pesos e não estará presente em Tóquio 2021.
Foto: IWF
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