Manter a preparação em alto nível e estar pronto para o que possa acontecer. Principal nome do florete masculino brasileiro, o gaúcho Guilherme Toldo retornou para a Itália há pouco mais de um mês. E a confiança segue alta. Resultado de um trabalho feito durante os meses sem competições, logo após a declaração da pandemia.
Toldo mora em Roma e atua no Frascati Scherma, há nove temporadas. Chegou a retornar ao Brasil em março, quando deixou o país europeu para disputar o Grand Prix de Anaheim, nos Estados Unidos (cancelado), e encontrou fronteiras fechadas. Ele já retomou o ritmo de treinos intensos na Europa.
Mas a volta, ao contrário do que poderia se esperar após um tempo sem movimentação, foi bastante tranquila. Filho de professores de Educação Física, ele sabe muito bem a importância de um ótimo condicionamento para os atletas de alto rendimento. Focou nisso durante o início da pandemia e agora se mostra preparado para o que der e vier.
“Voltei a treinar aqui no dia 29 de agosto. Acabei aproveitando esse período para fazer uma preparação mais comprida, até aumentar a carga depois. E o mais legal é que passei a perceber os estímulos do meu corpo, que se adaptou melhor aos treinamentos quando retornamos, com o aumento da intensidade”, explica o esgrimista.
Com 28 anos, Toldo é o 26° colocado no ranking mundial. O objetivo em Tóquio é brigar por medalhas, algo que ficou bem próximo em 2016, no Rio de Janeiro, quando parou nas quartas de final. Sua classificação para os Jogos Olímpicos está praticamente garantida, pois é o melhor atleta das Américas no ranking, sem contar os norte-americanos, que devem classificar a equipe diretamente. O gaúcho ficaria, portanto, com a vaga individual do continente.
A única coisa que atrapalha no planejamento de Toldo é a indefinição sobre o calendário internacional de torneios e os Jogos de Tóquio. Porém, a preparação segue um padrão alto, o que o deixa seguro para um grande desempenho caso a Olimpíada seja confirmada.
“O nível aqui é muito alto. Não houve muita mudança na nossa rotina na Itália. Claro, tomamos todos os cuidados, mas acho que a principal modificação na nossa rotina são os horários específicos de treinamentos e algumas restrições de acesso. A Europa vive uma ameaça de segunda onda do coronavírus, o que nos traz um pouco de incertezas em relação aos torneios”, diz Toldo.
Foto: Wander Roberto/COB
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