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Esgrimista polonesa ganha processo para competir sob bandeira estadunidense em Tóquio



Quatro vezes competidora olímpica, a esgrimista polonesa Aleksandra Shelton ganhou uma batalha jurídica que agora lhe dá direito de participar dos Jogos Olímpicos de Tóquio, adiados para 2021, sob bandeira dos Estados Unidos. 

De acordo com a atleta, que tem dupla nacionalidade (polonesa e estadunidense), ela teve o apoio reduzido pelo Comitê Olímpico da Polônia após ficar grávida em 2016, logo depois da disputa dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Além disso, segundo relatos da própria esgrimista, ela recebeu comentários feitos por oficiais poloneses ligados à modalidade, que afirmavam que ela estava muito velha e que deveria ficar em casa para cuidar de seu filho, nascido em 2017. 

As autoridades polonesas até negaram terem disparados tais comentários, mas Shelton se sentiu frustrada e decidiu que tentaria se qualificar para as Olimpíadas de Tóquio defendendo a bandeira estadunidense. 

No início de 2019, a Federação Polonesa de Esgrima concedeu à Shelton o direito de competir pelos Estados Unidos, fazendo desnecessária a obrigatoriedade de que a atleta ficasse fora de competições por três anos para disputar os Jogos Olímpicos por uma outra nação. Tudo parecia certo, até que o Comitê Olímpico da Polônia mudou de ideia e não permitiu a mudança de nacionalidade esportiva. 

Ainda em 2019, a atleta concedeu entrevistas à imprensa polonesa, criticando a falta de apoio financeiro da Federação Polonesa de Esgrima. A entidade então teria ameaçado abrir um processo contra a esgrimista caso ela não se retratasse e desistisse de competir pelos Estados Unidos. 

Neste ano Shelton decidiu levar o caso ao Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) buscando uma solução justa para sua carreira. E a corte decidiu a seu favor, alegando que seus comentários aos repórteres eram "irrelevantes" para o caso e que o Comitê Olímpico Polonês havia em 2019 "concordado com a mudança imediata" da nacionalidade esportiva de Shelton e com o cancelamento de o período de espera de três anos para poder participar dos Jogos, que normalmente é obrigatório.

“É um grande alívio. Espero que meu exemplo dê coragem a outras mulheres para se levantar e lutar por nossos direitos", disse Shelton em entrevista ao The New York Times. 

Especialista no sabre, Shelton foi medalhista de bronze no mundial de esgrima disputado em Havana, em Cuba, 2003. Além disso ela conquistou dois ouros em campeonatos europeus, um em 2004, na competição individual e outro em 2008, por equipes, com o time polonês. 

Foto: Tibor Illyes/PAP

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