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Coluna Gran Willy: Roland Garros e a falta de sensibilidade com Fernando Verdasco





Há dez dias, na mesma data em que foram sorteadas as chaves do torneio de Roland Garros, ocorreu uma coisa curiosa e que poucos deram a devida atenção. O tenista espanhol Fernando Verdasco foi excluído da competição antes mesmo de ter seu confronto de primeira rodada definido, por causa de um teste positivo para coronavírus. 

O problema em questão é que Verdasco já teve a doença em agosto deste ano. E depois de ter se curado, ele voltou ao circuito e disputou os torneios de preparação para o Major parisiense.

A partir disso podemos detectar facilmente dois possíveis problemas. Ou Verdasco nunca se livrou do coronavírus e todos os testes que realizou desde então estavam errados, o que parece improvável, ou o teste feito para a disputa de Roland Garros não mostrou um resultado fiel a realidade. 

Mas outro fato agravou mais ainda a situação. O espanhol solicitou uma contra-prova, uma vez que ele já tinha sido infectado e estava curado. Mas a organização do torneio francês não disponibilizou o teste e excluiu o tenista do evento, dizendo que a realização de uma nova testagem seria uma vantagem indevida. Depois de ser excluído, Verdasco fez dois testes particulares que deram resultado negativo para a doença. 

Para piorar mais ainda a situação, Verdasco viu a organização mudar de ideia em relação a este protocolo poucas horas depois de ser excluído. O torneio decidiu que um novo teste seria disponibilizado para evitar falsos positivos para coronavírus, evitando a perda de mais atletas. 

A sequência de fatos demonstra uma falta de respeito e empatia com a situação do atleta, que foi semifinalista na chave de duplas há três anos. Isso não deveria ocorrer com ele e nem com outros e outras tenistas. Imagine ser retirado de um torneio por conta de uma doença que você já teve e que não há indícios concretos de reinfecção e a organização simplesmente ignorar isso e não permitir um novo teste para a confirmação.

O acontecimento deixa mais uma mancha na imagem da Federação Francesa de Tênis, que desde antes do fim do período de isolamento social, já pressionava para que Roland Garros fosse realizado com a presença de público. O evento deveria receber ainda mais pessoas do que ocorre atualmente, mas graças a uma determinação das autoridades sanitárias francesas, o limite diário de fãs no complexo de tênis em Paris é de 1.000 pessoas por dia, devido o número crescente de casos de coronavírus na França. 

Prejudicado, Verdasco pedirá indenização para a organização do torneio, por ter sido impedido de jogar, além de ter sofrido um abalo emocional devido ao que chamou de "negligência dos organizadores".

Foto: 

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