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Bruno Fratus e sucesso do Brasil nos saltos motivam Augusto Dutra e Fernando Ferreira a fazer história


Olhar pra trás e ver o sucesso do Brasil na sua prova. Olhar para o lado e ver o sucesso de um brasileiro em outra modalidade. Não tem jeito melhor de recomeçar do que sendo inspirado por histórias de quem já chegou no topo. O saltadores Augusto Dutra e Fernando Ferreira encerraram a passagem pelo treinamento de campo na Missão Europa, parceria entre o Comitê Olímpico do Brasil (COB) e a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), olhando pra frente sem esquecer do passado.

“O Brasil tem campeões mundiais ou olímpicos em quase todos os saltos, com Thiago Braz, Fabiana Murer, Duda, Maurren Maggi, e no salto triplo nem se fala. Já no salto em altura, ainda não temos. Estou lutando para fazer história, todo dia penso nisso. É meu sonho: colocar o salto em altura no topo também”, afirma Fernando, lembrando ainda do lendário José Telles da Conceição, primeiro brasileiro a conseguir uma medalha olímpica no atletismo, o bronze no salto em altura nos Jogos de Helsinque 1952.

“Essa história de sucesso da modalidade me motiva muito. Treinei durante seis anos com o Thiago Braz e a Fabiana Murer. Vi as lutas diárias deles, o que faziam no treino, não é nada diferente das minhas dificuldades, do que faço. O Thiago Braz saiu da mesma cidade que eu. Então, vejo que não é impossível. Se eles conseguiram, eu também vou conseguir”, diz Augusto Dutra, do salto com vara.

No Rio Maior Sports Centre, os atletas dos saltos verticais trabalharam ações específicas durante a corrida e a aproximação para superar sarrafos cada vez mais altos. Fernando espera atingir o índice olímpico, 2,33m, que seria o novo recorde brasileiro, enquanto Augusto quer voltar a ultrapassar os 6,00m em treinamentos e bater o recorde de 6,03 do campeão olímpico Thiago Braz.

“A corrida é 80% do salto com vara. Se você acerta, o salto acontece. Sempre tive problema na questão da corrida, mas mudei bastante coisa de dois anos pra cá. Foi esse o diferencial de ter feito o índice para os Jogos (5,80m) e novamente 6,00m em treino. Então, é possível bater o recorde do Thiago. O que preciso estabelecer é minha técnica em relação à corrida”, avalia Augusto.

“Meu foco é bastante explosão. Nos verticais, tem alguns exercícios específicos para ir para cima, que são os saltos sobre as barreiras mais altas e com cargas nas costas. Mas ainda preciso trabalhar a corrida e a aproximação. As três últimas passadas têm que ser extremamente rápidas, sem deixar o tronco passar do centro de gravidade. O salto em altura é uma das provas mais técnicas do atletismo”, analisa Fernando.

Fernando e Augusto enfrentaram dificuldades durante a Missão. Um ficou sem técnico e o outro não pode treinar durante duas semanas. Mas o que fica é, mais uma vez, a superação e a inspiração para os próximos desafios.

“Já conhecia as instalações de Rio Maior. Aqui consegui voltar a correr, saltar no colchão, fazer realmente o que preciso para treinar. As duas primeiras semanas foram mais puxadas, eram dois períodos, com cinco horas de treinos por dia. Depois, foi um pouco mais leve e específico”, explica Fernando. “Aqui na Missão a gente teve contato com multicampeões, como o Bruno Fratus. Almocei com ele, ficamos mais de 20 dias juntos. Foi uma proximidade muito boa. Sentimos esse gostinho de Jogos Olímpicos”, completa.

“Saio da Europa com uma cabeça diferente da que entrei. Fiquei sozinho, foi ruim. Mas isso me fortaleceu bastante. Assistia a vídeos antigos de salto, dava uma vontade danada de ir para a pista. Levei essa quarentena de uma forma mais positiva, não deixei me abalar. Pensava o tempo todo: saindo daqui, vou treinar isso, vou treinar aquilo. Ali dentro estava mentalizando tudo que ia fazer quando saísse. Retorno ao Brasil com ainda mais vontade. Mas o primeiro passo já foi dado, com o retorno aos treinos ainda em Rio Maior. Tenho certeza que vai dar tudo certo”, finaliza Augusto.

Foto: COB/Valter França

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