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Surto de A a Z: Conheça mais sobre o softbol


Na edição do Surto de A a Z da semana passada, falamos sobre a origem do beisebol, que é uma adaptação feita do jogo inglês chamado rounders. Mas o sotfbol, protagonista do quadro desta semana também é um esporte que nasceu no improviso.

Tudo começou em 1887, no dia de ação de graças, quando o jornalista estadunidense George Hancock, do Chicago Board of Trade, aguardava com alunos de Yale e Harvard o resultado de uma partida de futebol americano entre as universidades. Ao término da partida, todos permaneceram no Farragut Board Club, onde ocorreu o jogo, por causa do mau tempo. 

Eis que um dos estudantes de Yale retirou de sua mochila uma luva de boxe, que foi enrolada e amarrada no formato de uma bola. Logo todos estavam brincando de arremessar e rebater, em movimentos semelhantes ao beisebol. Motivado pelas circunstâncias, Hancock passou a visualizar formas de disputar beisebol em ambientes fechados, uma vez que a bola de luva era mais leve e não atingia grande velocidade no local. Tal prática primeiramente levou o nome de indoor baseball

Hancock diminuiu as dimensões do campo de beisebol, para adaptá-lo ao cenário indoor, retirando também a obrigatoriedade do uso de luvas, mas solicitando sempre a utilização de joelheiras, já que os pisos de ambientes internos são mais duros. Porém, a ideia era a mesma, conquistas pontos colocando jogadores nas bases. Posteriormente a modalidade passou a ser praticada em ambientes externos também. 

Mas o softbol foi ganhar esta denominação apenas em 1926, algo proposto por Walter Hakanson, membro do grupo de moços de Denver, sendo oficializado em 1932 durante um congresso nacional de recreação, nos Estados Unidos.

Softbol nas Olimpíadas

Foto: Reprodução/WSBC
A modalidade foi inserida no programa esportivo dos Jogos Olímpicos a partir de Atlanta-96, permanecendo até Pequim 2008. A edição de Tóquio em 2021 marca o retorno do softbol às Olimpíadas. Porém, segue a determinação de que apenas mulheres podem disputar o torneio nesta modalidade, já que o beisebol é exclusivamente jogado por homens nos Jogos Olímpicos..

Os Estados Unidos estiveram nos quatro pódios olímpicos do softbol, ocupando o lugar mais alto entre 1996 e 2004 e ficando com a prata em 2008, após sua seleção ser derrotada pelo Japão na final. 

Quem também esteve em todos os pódios foi a seleção australiana, uma vez medalha de prata e bronze nas outras três oportunidades. 

Vale ressaltar que fora das Olimpíadas não existe restrição de gênero para a prática de beisebol e softbol. Mulheres e homens podem jogar normalmente as duas modalidades. A separação existe apenas nos Jogos Olímpicos.  


Outro detalhe interessante é que existem dois tipos de softbol. O fast-pitch (arremesso rápido) e slow-pitch (arremesso lento). 

Como a modalidade olímpica é a fast-pitch, ela será detalhada neste especial. A forma de jogo slow-pitch é jogada em partidas casuais, por lazer.

Diferenças entre o softbol e o beisebol

- Campo

Foto: Sun Devil Athletics
Como já foi relatado, o campo do softbol é menor que o de beisebol. O raio do local de jogo deve ter 60,96 metros, enquanto no beisebol o raio tem 68,58 metros. No entanto, também é dividido entre campo interno e externo. 

A distância entre as bases também é menor, tendo 14,2 m, sendo que cada vértice do diamante conta com bases duplas, uma para o time que estiver atacando (na cor laranja) e outra para quem for defender (na cor branca). Isso serve para evitar choques entre atletas, algo muito comum no beisebol.  

A área da arremessadora fica a 13 metros de distância da home plate, local onde são realizadas as rebatidas. Entretanto, diferentemente do beisebol, não há um montinho e os arremessos são feitos em local plano. 

- Duração do jogo

As partidas de softbol costumam ser menores por causa do número de entradas, que são os turnos em que as equipes revezam entre arremessos e rebatidas (ataque e defesa). São sete entradas, duas a menos que no beisebol. 

- Arremesso 

A forma de arremessar também é diferente. No softbol, se lança a bola com um movimento chamado "catavento", de baixo para cima, sem erguer o braço acima do ombro. 

- Bola

A bola de softbol é mais macia e tem 30,5 centímetros de circunferência, sendo maior que a de beisebol, que tem no máximo 23,5 centímetros. 

Bola de softbol. Foto: Divulgação
O time de softbol e os objetivos de cada atleta

Um time titular de softbol terá nove atletas em campo. Eles recebem os mesmos nomes e funções que no beisebol. Vamos relembrar:

- Arremessadora: Fica no centro do campo e efetua os arremessos na direção da rebatedora. Seu objetivo é realizar lançamentos que impossibilitem a rebatida. A cada erro na tentativa de rebater a bola, o time que está arremessando conquista um strike. Três strikes eliminam a atleta que está com o taco. Após três eliminações, trocam-se as posições e quem atacava passa a se defender e vice-versa. 

No entanto, quem arremessa também pode cometer erros, que recebem o nome de ball. Isso acontece quando a lançadora não atinge a área de rebatida da atleta. Mas o único que pode interpretar isso em campo é o arbitro, que determinará quando foi strike ou ball. A área de strike é localizada entre os joelhos e os ombros. 

Cometer quatro balls dá a possibilidade da rebatedora avançar para a primeira base. 

- Rebatedora: Posiciona-se na home plate para fazer as rebatidas. Seu objetivo é conseguir o home run, assim como no beisebol. Se não for uma tacada que lhe garanta pontuação, é necessário que seja suficientemente boa para avançar pelo menos uma base. 

Neste caso, a regra é igual a do beisebol. Se o home run for conquistado sem atletas na base, é concedido um ponto ao time. Com uma atleta ocupando uma das bases, ganha-se dois pontos e assim sucessivamente. O número máximo de pontos que podem ser conquistados por home run são quatro, apesar de ser algo muito difícil de ocorrer.  

- Defensoras de base: Dentro do campo interno existem três defensoras para as três bases. Portanto, suas funções são evitar o roubo de sua área, buscando sempre a eliminação de forma ágil e precisa na hora de se posicionar para receber um lançamento vindo do campo externo após a rebatida. 

- Interbase: Faz o trabalho sujo. Se uma defensora de base comete um erro, cabe a atleta interbase consertar a situação e salvar uma jogada. Ela também pode participar de jogadas de eliminação, recebendo e lançando uma bola vinda do campo externo. 

- Campistas: Também são jogadoras com funções defensivas. Três delas estarão em campo, sendo que sempre será exigido muita atenção às rebatidas, uma vez que ao pegar a bola sem ela tocar no chão, a rebatedora adversária estará eliminada. 

As campistas ficam espalhadas nas três zonas do campo: direita, central e esquerda. Além disso, precisam ter muita força no braço, pois lançarão várias vezes a bola para as defensoras de base, partindo de longas distâncias. 

- Recebedora: Assim como no beisebol, a recebedora do softbol ficará atrás da rebatedora e será a responsável por segurar a bola em jogadas em que não houve rebatida. uma vez com a bola na mão durante as ações do jogo, ela também pode lançar para alguma defensora de base, buscando uma eliminação. 

Regras básicas

Cada time vai atacar e defender em sete turnos. Quem conquistar mais pontos vence a partida. Em caso de empate, um novo turno é jogado. Se isso persistir, a última rebatedora é reposicionada na segunda base, até que ocorra o desempate. 

Aqui encontramos mais uma semelhança com o beisebol. O time que vai defender/arremessar entra em campo com nove jogadoras, enquanto o time que ataca/rebate entra apenas com uma, podendo ter até quatro atletas dependendo sempre da conquista das bases ao longo do turno. 

Copa do Mundo de softbol

Foto: Divulgação/WBSC
Quem organiza e comanda o softbol, assim como o beisebol a nível mundial é a World Baseball Softball Confederation (WBSC). Então é responsabilidade desta entidade promover a Copa do Mundo. 

O primeiro Mundial feminino da modalidade ocorreu no ano de 1965, em Melbourne, na Austrália. As donas da casa derrotaram as estadunidenses por 1 a 0, conquistando o título. Desde então 16 copas foram realizadas e outras três seleções foram campeãs.

Grande parte dos títulos foram conquistados pela seleção dos Estados Unidos, com 11 canecos. Na sequência surge o Japão, com três títulos. A Nova Zelândia fecha o grupo das quatro campeãs. 

A maior hegemonia foi vista entre os anos de 1986 e 2010, quando as estadunidenses venceram o mundial sete vezes seguidas. 

Outro detalhe interessante é que a final Estados Unidos contra Japão ocorre de forma consecutiva desde o Mundial de Saskatoon, no Canadá, em 2002. São sete decisões em sequência, com cinco títulos para as estadunidenses e dois para as japonesas. 

Esse enfrentamento ocorreu em outras duas oportunidades fora dessa sequência, em 1970 e 1974, com uma taça para cada lado.   

Curiosidades da Copa do Mundo de softbol masculino 

A Copa do Mundo masculina da modalidade também teve 16 edições, começando em 1966, no México. Porém, os anfitriões não tiveram a mesma sorte que a Austrália, primeira sede da Copa feminina. A torcida mexicana presenciou a derrota por 6 a 0 diante a seleção dos Estados Unidos. 

Diferentemente da competição feminina, existem várias potências no esporte entre os homens, sem nenhuma grande hegemonia. A Nova Zelândia é a maior campeã do evento, com sete títulos, seguida pelos Estados Unidos com cinco, Canadá com quatro, Austrália com um e por fim a Argentina, também com um caneco, conquistado justamente no último mundial realizado, em 2019. 

A Venezuela já disputou uma final de Mundial, perdendo para a Nova Zelândia, ficando com o vice-campeonato. 

A seleção de Bahamas ficou com um histórico terceiro lugar, em 1980, no Mundial realizado em Tacoma, nos Estados Unidos. 

Na próxima semana o Surto de A a Z retorna com entrevistados especiais do beisebol brasileiro. 

Foto: Reprodução/WBSC

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