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Destaque do Hipismo Paralímpico, Rodolpho Riskalla conta como retomou treinos para Tóquio após 2 meses de isolamento


Em uma live realizada com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) o cavaleiro Rodolpho Riskalla, do hipismo paralímpico, terceiro colocado no ranking mundial no grau IV e classificado para os Jogos de Tóquio, contou como foi voltar a montar após as amputações devido a meningite em 2015, especialmente a reação do seu cavalo.

Riskalla era cavaleiro do hipismo convencional desde os 8 anos, com passagens pela Seleção Brasileira. Em 2015, contraiu meningite bacteriana e sofreu amputação tibial das duas pernas, mão direita e dedos da mão esquerda. Apenas dois meses depois as amputações ele montou novamente.

“A dona do meu cavalo da época me chamou para ir vê-lo e sugeriu que eu montasse. Foi de surpresa, não tinha prótese nem nada, os médicos nem recomendavam. Minha irmã e mãe me colocaram no cavalo. Percebi que conseguia montar, tinha medo de não me sentir bem. Não cheguei a ficar sozinho só com o cavalo, todos tinham medo. Os cavalos são muito sensitivos, ele foi muito bonzinho comigo. Sabíamos que ele era muito manso, mas aceitou super bem a transferência da cadeira de rodas”, relatou Riskalla que durante o período pós-cirúrgico utilizou cadeira de rodas para locomoção.

Ele explicou a importância da adaptação dos cavalos à deficiência do cavaleiro. “Não são todos os cavalos que se adaptam ao paraequestre e os que sim podem também não servir para todas as deficiências”, explicou.

Os atletas do hipismo paralímpico são divididos em cinco graus de acordo com a deficiência, sendo o grau I para atletas mais comprometidos fisicamente e o grau V para os menos comprometidos. Riskalla compete no grau IV.

No começo do ano, Riskalla conquistou a vaga para os Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, que devido a pandemia do Coronavírus foram adiados para 2021. Residente em Paris desde 2012, ele contou como foi o isolamento social.

“No meio de março o governo instituiu a quarentena e ninguém sabia por quanto tempo iria durar. Eu peguei os cavalos para poder treinar, minha mãe, irmã e eu ficamos em um camping car. Achávamos que iria durar 15 dias, mas durou dois meses. No dia 15 de maio pude voltar a treinar normalmente em Paris, levar os cavalos de volta para o haras e voltar para minha casa. Temos restrições de horário e de quantidade de pessoa, mas o hipismo acaba sendo mais sozinho é mais fácil”, contou.

O cavaleiro de 35 anos também contou os desafios da modalidade. “Eu não consigo levar o cavalo na minha mala, então requer toda uma logística de transporte, uma equipe para ir com ele, porque o cavalo também é o atleta e tudo isso gera custos. A mesma preparação que qualquer outro esporte tem para o atleta, nós do hipismo temos que fazer para o cavalo também e muitas vezes temos que renunciar a certas coisas para nós, cavaleiros, para dar ao cavalo. O cavalo também tem que ser feliz com o que faz”.

Foto: MPIX/CPB

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