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Coordenador dos Jogos de Tóquio admite que Olimpíada está ameaçada por conta da Covid-19


O chefe da Comissão de Coordenação do Comitê Olímpico Internacional (COI) para os Jogos de Tóquio, John Coates, alertou para as dificuldades enfrentadas pelos organizadores para repensar no megaevento no próximo ano, dada a permanência da pandemia do coronavírus e a incerteza sobre o futuro gerada pela crise.

Os Jogos de Tóquio estavam previstos para acontecerem esse ano, mas em março, foram adiados para ano que vem, já por conta da instabilidade sanitária. Os Jogos foram reagendados para 23 de julho a 8 de agosto de 2021, mas o contexto global atual tem gerado muitas dúvidas e a preocupação de que o coronavírus estrague os novos planos da organização é grande.

"Temos problemas reais porque temos atletas de 206 países diferentes", disse ele, em uma mesa redonda da Australia’s News Corp, nesta quinta-feira, 21. "Temos 11 mil atletas chegando, 5 mil técnicos e treinadores, 20 mil da imprensa, 4 mil trabalhando no comitê organizador, no momento, e haverá 60 mil voluntários chegando. São muitas pessoas".

Especialistas já disseram que deverá haver uma vacina contra o vírus para que a Olimpíada ocorra. Coates, que também é presidente do Comitê Olímpico Australiano (AOC), disse que os organizadores devem assumir que não haverá a vacina até o próximo ano e que, mesmo se existir, pode não ser suficiente para a "salvar" a Olimpíada.

O australiano também confirmou o que o presidente do COI, Thomas Bach, havia dito à rede britânica BBC, na quinta-feira, de que os Jogos serão cancelados se não puderem acontecer em 2021, não havendo a possibilidade de um novo adiamento caso a pandemia permaneça até o próximo ano.

"Os Jogos só podem acontecer em 2021. Não podemos adiar novamente e temos que assumir que não haverá uma vacina ou, se houver, não será suficiente para compartilhar em todo o mundo", disse Coates, que chegou a citar o Brasil como exemplo da permanência do coronavírus ao redor do mundo. O Brasil é o atual epicentro mundial e registrou quase 20 mil infectados somente na quarta-feira.

Japoneses de máscara, como prevenção à Covid-19 (Kyodo News)
No momento, há mais de 120 vacinas sendo testadas ao redor de todo o mundo. A corrida para encontrar um método eficaz o mais rápido possível é enorme. Há países em estágios mais avançados, como Alemanha, China, Estados Unidos e Grã-Bretanha. A previsão mais otimista é de que as unidades imunológicas estejam prontas no começo do ano que vem.


Futuro alternativo

Coates disse que o mês de outubro será decisivo para que os organizadores avaliem melhor as condições de realizar a Olimpíada no próximo ano. Segundo ele, as Olimpíadas terão de ser pensadas de uma maneira alternativa se a Covid-19 não for erradicada, como um evento sem público ou com atletas tendo que ficar de quarentena antes das competições.

"Em outubro deste ano, se houver sinais de que ela está sendo contida, mas não erradicada, então estamos começando a trabalhar - e estamos nos preparando para isso agora - os diferentes cenários pelos quais o esporte pode ocorrer", disse o australiano.

“Colocamos em quarentena a Vila Olímpica? Todos os atletas quando chegam lá entram em quarentena? Restringimos os espectadores nos locais? Separamos os atletas da zona mista onde estão os jornalistas?", questionou.

Assim como Toshiro Muto, o diretor-executivo de Tóquio-2020, Coates disse que os Jogos não serão "convencionais". "Teremos toda uma gama de cenários que começaremos a abordar este ano com base em que os Jogos ainda ocorrerão para os atletas no próximo ano. Mas podem ser Jogos muito diferentes do que estamos acostumados", concluiu o australiano.

Foto: Reuters

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