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COI apoia novo relatório da Wada, mas pede novos dados antes de punir a Rússia



O Comitê Olímpico Internacional se pronunciou na terça-feira (26) sobre a recomendação do painel da Agência Mundial Antidoping (Wada) de suspensão de quatro anos à Rússia por violações às regras. A entidade máxima do esporte olímpico afirmou dar total suporte às orientações da Wada, elaboradas depois de uma longa investigação nos laboratórios russos. 

Em nota oficial, porém, o COI ressaltou que não há provas de envolvimento das entidades olímpicas da Rússia na manipulação de dados enviados à Wada em janeiro de 2019. Caso seja oficialmente punido, a Rússia ficaria fora dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020, e de outros eventos de grande porte, como a Copa do Mundo de 2022, no Catar.

Uma decisão final sobre as punições propostas é esperada em 9 de dezembro, quando o conselho da Wada irá se reunir em Paris. Importante lembrar que qualquer decisão da Wada estaria sujeita a recurso no Tribunal de Arbitragem do Esporte (CAS).

"O COI condena de maneira firme as ações dos responsáveis pela manipulação dos dados do laboratório de Moscou antes da transferência para a Wada em janeiro de 2019. Essa manifestação flagrante é um ataque à credibilidade do esporte por si só e um insulto ao movimento esportivo no mundo inteiro. O COI vai dar suporte às fortes sanções contra todos os responsáveis pela manipulação.

O relatório prova que toda a manipulação dos dados é de responsabilidade das autoridades russas. Ao mesmo tempo, também notamos que o relatório aponta que as entidades esportivas não estão envolvidas na manipulação e não indica nenhuma má conduta dos movimentos esportivos neste mérito, em particular do Comitê Olímpico da Rússia ou de seus membros. Neste contexto, o COI aprova a oportunidade dada pela Wada para que os atletas russos possam competir quando eles estiverem aptos a demonstrar que não estão implicados de alguma forma."

O COI também afirma que as punições pela manipulação de dados precisam ser avaliadas em detalhes. Em nota, o COI atesta que os culpados devem ser punidos da forma mais dura por conta da gravidade das infrações. No entanto, afirma que a Wada deveria levar todos os dados ao Conselho da Europa e à Unesco.

As possíveis punições propostas foram incluídas em um relatório produzido por um comitê da Wada liderado pelo advogado britânico Jonathan Taylor. Seu painel investiga há vários anos a relação da Rússia com as regras antidoping. Segundo as investigações, a Rússia teria manipulado um banco de dados de resultados de testes entregues à Wada para ocultar testes de drogas falhados por atletas russos.

A decisão de barrar a Rússia e impor restrições a seus atletas e equipes é o capítulo mais recente de um escândalo que surgiu em 2015 com revelações de um amplo programa de doping patrocinado pelo Estado russo.

Se o conselho da Wada concordar com as recomendações de Taylor, os atletas russos só poderão competir em Tóquio da mesma forma que os Jogos de Inverno de 2018, em Pyeongchang, Coreia do Sul. Nesses Jogos, federações individuais foram autorizadas a liberar participantes específicos do país, que tinham um histórico limpo em casos de doping.

De acordo com fontes do jornal "The New York Times", as recomendações pedem que a Rússia seja barrada de todas as competições internacionais por quatro anos, incluindo a Copa do Mundo de futebol no Catar.

A Wada tem total autoridade para punir a Rússia, algo que não era o caso quando o escândalo surgiu pela primeira vez após as Olimpíadas de Sochi, em 2014. Na época, federações esportivas individuais, incluindo o Comitê Olímpico Internacional (COI), tinham permissão para lidar com o caso. Tanto que, na Olimpíada do Rio, a Rússia foi proibida de competir em algumas modalidades, como atletismo e remo, mas participou da maioria.

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