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Grand Prix de Judô - Budapeste - Dia 01: Rafaela Silva brilha e traz ouro para o Brasil


Cada vez melhor. Esse é o mantra de Rafaela Silva na temporada. A brasileira tem, a cada nova competição, reafirmado sua condição de figurar entre as melhores do mundo. Já são seis pódios na temporada. Seis finais. E, agora, o segundo ouro consecutivo.

Hoje Rafaela foi um verdadeiro compressor. Com a força de sempre e uma concentração louvável, a campeã olímpica foi deixando para trás judoca por judoca para, na final, enfrentar a kosovar Nova Gjakova, em uma reedição da final de Tbilisi. Naquela ocasião, Rafaela ficou com a prata.

Dessa vez, a história foi diferente. A campeã mundial de 2013, primeira mulher brasileira a atingir o feito, teve um dia impecável, a começar das preliminares, quando venceu três lutas por ippon: Hadeel Elalmi (JOR), Carla Mascaro (ESP) e, nas quartas, Sabrina Filzmoser (AUT) .

A luta mais difícil viria em seguida. Nas semifinais, a atleta da casa, Hedvig Karakas, empurrada pela torcida enlouquecida fez fogo duro. Muito agressiva, a húngara conseguiu impor dois shidos a Rafaela. A condição fazia com que a brasileira pudesse ser desclassificada a qualquer momento, dando ar de tensão ao combate e exigido a perfeição da nossa judoca.

O embate foi para o Golden Score e, como a emoção parecia insuficiente, o árbitro aplicou o terceiro shido a Rafaela, a desclassificando. A brasileira reclamou muito da marcação e, de fato, ela foi revista e retirada, trazendo a atleta para a disputa novamente. Parece que o "susto" acordou Rafaela, que passou a fazer uma pressão impressionante na húngara, que durou pouco tempo depois disso e sofreu um lindo waza-ari da brasileira. Classificação para a final garantida.

A final foi um verdadeiro passei de Rafaela. Focando, principalmente, nos contragolpes, a brasileira conseguiu aplicar dois waza-ari, vencendo de forma incontestável.

A campeã do dia deu a seguinte declaração: "Fiz uma competição boa. Consegui aproveitar bastante os treinamentos que fizemos em Alicante e em Valência para praticar algumas coisas que eu vinha trabalhando e soltar mais golpes. Eu já estava entalada com essa final da Geórgia que perdi para essa adversária. Então, dessa vez, fui com um pouco mais de sangue nos olhos. Estou feliz com meu desempenho esse ano. É manter o foco agora, seguir firme nos treinos para os Jogos Pan-Americanos e para o Campeonato Mundial", concluiu. 

Outros brasileiros subiram no tatame

Eleudis Valentim (-52kg) chegou bem perto de beliscar o bronze. A brasileira foi impecável nas preliminares vencendo, em sequência, Anastasia Polikarpova (Rússia), Madelene Rubinstein (Noruega) e Ana Perez Box (Espanha).

Na semifinal, no entanto, a brasileira encontrou a suíça Fabienne Kocher, que havia vencido Larissa Pimenta nas quartas. 

O desejo de revanche dos brasileiros parou na força e pressão impostas pela suíça, conseguindo vencer a Eleudis nas punições.

Na briga pelo bronze, uma adversária de ponta: a romena Andrea Chitu (ROU). A romena venceu aplicando uma imobilização. Mesmo assim, a vitória de Eleudis foi importante para a atleta continuar sonhando com a vaga em Tóquio, que está disputando com Larissa Pimenta. 

Falando na pimentinha... Larissa ficou na sétima posição. Como adiantado, ela perdeu para Fabienne Kocher que, por seu histórico sem muito brilho, não parecia ser páreo para a brasileira. Ledo engano. A suíça fez muita pressão e a brasileira não conseguiu desenvolver seu melhor judô. Na repescagem, a brasileira foi vencida por Ana Perez Box (ESP), que perdeu nas quartas para Eleudis. 

Phelipe Pelim (60kg), Ítalo Carvalho (60kg), Diego Santos (66kg), Eduarda Francisco (48kg) e Tamires Crude (57kg). Todos começaram bem, com vitória. Porém, nas oitavas, sofreram com adversários mais fortes e foram eliminados em suas respectivas categorias. 

Como de costume, não podemos deixar de saber quem mais brilhou em Budapeste, para não perdermos de vista a corrida olímpica.

MULHERES

-48kg 

A ex-campeã mundial, Funa Tonaki (JPN) fez uma final épica contra a vencedora do Grand Prix de Antalya, Distria Krasniqi (KOS). Aliás, abrindo parenteses para reverenciar a geração de judocas kosovar. Hoje o pequeno país teve três chances de levar medalhas e saiu com duas. Mas voltando à categoria, Tonaki abriu o placar com um waza-ari. Distria correu atrás do prejuízo e aplicou um uchi-mata, empatando o placar e levando a luta para o Golden Score. No entanto, Tonaki conseguiu imobilizar a kosovar por 10 segundos na pontuação de ouro e garantiu o lugar mais alto do pódio.


A disputa pela primeira medalha de bronze foi espanhola. Julia Figueroa e Laura Martinez Abelenda repetiram o embate ocorrido no Grand Slam de Baku. Julia se saiu melhor e aplicou dois waza-ari na compatriota, garantindo o bronze.

A segunda medalha de bronze ficou entre Maryna Cherniak (UKR) e a atleta da casa Eva Csernoviczki (HUN). Nem mesmo a força da torcida foi suficiente e Maryna venceu Csernoviczki com um o-uchi-gari, após 17 segundos de Golden Score. 

-52kg

Japão mais uma vez. A judoca Chishima Maeda venceu a algoz das brasileiras na final. A suíça Fabienne Kocher, que estava em sua primeira final em competição dessa importância, tendo deixado para trás as brasileiras Larissa Pimenta e Eleudis Valentim, foi batida com um waza-ari.


As medalhas de bronze foram vencidas pela três vezes medalhista mundial, Andreea Chitu (ROU), e por Ana Perez Box (ESP). Chitu venceu a brasileira Eleudis Valetim, que resistiu até 55 segundos antes do Golden Score. Já a espanhola surpreendeu e venceu Majlinda Kelmendi (KOS), campeã olímpica no Rio/2016.

-57kg 


A campeã olímpica Rafaela Silva (BRA) conquistou seu sexto título de Grand Prix. A vitória veio em cima da vice-campeã europeia, Nora Gjakova (KOS). A luta foi dominada do início ao fim por Rafaela, que aplicou dois waza-ari. Primeira medalha do brasil na competição.

Rafaela vem em um ano de regularidade absurda. Foi a sexta final da brasileira e, mais importante, a segunda vitória seguida. 

Hedvig Karakas (HUN), atleta da casa, e Sabrina Filmoser (AUT), ambas atletas derrotadas por Rafaela Silva, foram as vencedoras da medalha de bronze.


HOMENS 

-60kg

Em duelo de campeões mundiais, o campeão mundial de 2015 derrotou o campeão mundial de 2014 na final dos -60kg. Yeldos Smetov (KAZ), em luta duríssima, venceu Ganbat Boldbaatar (MGL). Smetov se impôs e, aplicando um belo seoi-nage, nos segundos finais, conseguiu a vitória por ippon. 


As medalhas de bronze ficaram com Yang Yung Wei (TPE), medalhista de prata Grand Prix de Hohhot, e com Tornike Tsjakadoea (NED), medalhista de bronze no Grand Slam de Ecaterimburgo.

-66kg

Que tal vencer um Grand Prix no ocidente e, uma semana depois, no oriente? Foi o que fez o medalhista de ouro do Grand Prix de Montreal, Kherlen Ganbold. O mongol derrotou Yeldos Zhumakanov (KAZ) para conquistar a segunda medalha de ouro no circuito mundial em apenas uma semana. O medalhista de prata no campeonato Asiático-Pacífico de judô não foi páreo para Ganbold, que ganhou pelo placar de um waza-ari.


As medalhas de bronze ficaram com Mikhail Puliaec (RUS), três vezes vice-campeão mundial, e Shakhram Akhadov (UZB), medalhista de bronze no Grand Prix de Tashkent.

Calendário de amanhã

Ketleyn Quadros (63kg), Maria Portela (70kg), Ellen Santana (70kg), Jeferson Santos Jr (73kg), Leandro Guilheiro (81kg) e João Pedro Macedo (81kg)

Foto: CBJ/IJF

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