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Isaquias Queiroz relata ano de altos e baixos, mas vislumbra Tóquio 2020 com duas medalhas para homenagear Jesus Morlán

Isaquias Queiroz viveu um montanha russa de emoções em 2018. Conseguiu ótimos tempos em etapas de Copa do Mundo, conquistou três medalhas nas três provas que disputou no mundial de canoagem velocidade, disputado em Portugal, perdeu em novembro seu treinador Jesus Morlán, vítima de um câncer no cérebro e terminou o ano vencendo como melhor atleta de 2018 no prêmio Brasil olímpico.

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Em entrevista para o Surto olímpico, Isaquias concordou que seu ano foi cheio de emoções sendo a principal a perda do treinador quem ele considerava como um pai: "Foi uma grande perda, não só para a canoagem, mas para todo o esporte. O Brasil conheceu a canoagem graças ao Jesus e ele foi um grande treinador para nós e mostrou um mundo novo. A gente descobriu o que era remar, o que era treinar de verdade e com essa base chegaram os grandes resultados."

Isaquias tem conseguido superar essa perda, com o apoio da família, amigos e dos treinamentos. E tanto ele quanto Erlon recusaram apoio psicológico e ele contou uma tática que o próprio Jesus fez nos últimos meses antes de morrer:  

"O Jesus sempre falava que a gente não precisava de psicólogo porque 'a gente não é nenhum louco'. Nem eu nem o Erlon precisamos de nada disso, pois de certa forma, a gente acabou superando essa perda dele antes mesmo dele ir. Nos últimos meses ele se afastou da gente, do treinamento, talvez já pensando que se ele fosse, a gente não sentisse tanto. Mas a gente sentiu bastante, logo no início. Mas depois, o treinamento acabou ocupando a nossa cabeça, mas o mais difícil talvez será no campeonato mundial ou olimpíada, já que ele sempre esteve com a gente nesses momentos." confidenciou

Jesus Morlán deixou detalhada as planilhas de treinamento para 2019 e 2020 para a seleção masculina de canoagem. E o seu auxiliar Lauro de Souza Júnior assumiu os treinamentos e o mais importante, entendeu a metodologia de Jesus trabalhar. E para 2019, a tática de 2018 será repetida com Isaquias nas provas individuais e Erlon no C2 com outro canoísta, e a tendência é garantir logo as vagas para Tóquio e esconder o jogo: 

"Meu foco no mundial seja partir para cima do Brendel no C1 1000 e no C2 classificar para Tóquio ficando entre os seis primeiros. Provável que a gente não mostre tudo o que somos capazes no C2, até mesmo para os alemães não mudarem e inventarem alguma estratégia meio louca, então a gente quer esconder mesmo no C2 em competições, mas depois seguir focado treinando nessa prova para 2020 ganhar o ouro, é uma prova que a gente é muito forte. "

Já que Sebastian Brendel foi citado, perguntamos se Isaquias tem uma expectativa maior de batê-lo no futuro, já que a carreira do alemão, mais velho que o brasileiro, pode começar a entrar em declínio em breve. Mas Isaquias rechaçou qualquer esperança pois sabe que ele é um atleta fora-de série: "Ele, eu e o Fuksa (Tcheco Martin Fuksa) somos os fora-de-série, estamos sempre dominando as provas individuais. Nem posso ficar pensando 'Ah ele (Brendel) está ficando velho'  a gente tem que treinar muito forte independente dele estar bem preparado ou não. Em qualquer competição que ele entra, ele é o cara a ser batido, ele é o objetivo da gente, e quero estar focado para poder vencê-lo"

Para Tóquio,o objetivo é claro: Conquistar duas medalhas, no C1 e no C2. Isaquias afirmou que tem a total noção de que a olimpíada representa para o público: "Não vai adiantar nada ganhar medalha em mundial, mas se chegar em olimpíada e perder. A medalha em mundial não vai servir pra nada." 

O outro motivo para essa obsessão pela medalhas olímpicas é nobre. É realizar o desejo de Jesus Morlán, que queria ter no currículo dez medalhas olímpicas: "Já estamos nos preparando para o mundial de 2019 e a gente está no foco total para 2020 também, para ganharmos a nona e a décima medalha olímpica para o Jesus Morlán, como ele imaginou. "


foto: Alexandre Loureiro/ Exemplus/COB


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