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Coluna Surto Mundo Afora #3

Por Bruno Guedes

Basquete

E a Eslovênia se sagrou campeã europeia pela primeira vez. Na final bateu a Sérvia, que até pouco mais de duas décadas atrás faziam parte de um mesmo país, a Iugoslávia. Ambas deixaram para trás Espanha e Rússia, respectivamente. O simbolismo que essa decisão carrega vai muito além do próprio esporte. Extrapola as fronteiras, literalmente.

Com o fim da União Soviética, muitos questionavam sobre o legado esportivo que seria herdado e apontavam os russos como os grandes beneficiados nessa herança de tanto investimento e guerra simbólica do esporte como política. Inegavelmente a Rússia realmente teve um poderio maior sobre os demais países que faziam parte da chamada "Cortina de Ferra" do Leste Europeu, zona de influência direta de Moscou. Mas muitos dos resultados obtidos ainda sobreviviam escondidos sob desmembramentos dos países e o ressurgimento das nações que durante décadas foram suplantadas por ditaduras ou opressões.

Agora, mais estabilizados e com possibilidades, vemos que há diversos países com essa herança esportiva. Passada a fase de reconstrução, o pesado projeto que a URSS espalhou pelos aliados acabou popularizando o esporte e transformando com a renovação e novas gerações. Antes Iugoslávia, Eslovênia e Sérvia são exemplos diretos de como o legado soviético se espalhou. Os iugoslavos sempre tiveram forte tradição no basquete, campeões olímpicos em 1980, na própria então União Soviética, com Bronze quatro anos depois - em solo americano - além de quatro outras finais levando a prata, 1968, 1976, 1988 e 1996.

Hoje separados, os filhos da República Socialista Federativa da Iugoslávia permanecem renovando o seu potencial esportivo com novos atletas. E em diversos esportes. Na Olimpíada Rio 2016, dos 50 primeiros do Quadro de Medalhas, 13 eram países membros da União Soviética ou da "Cortina de Ferro". Juntando todos os países ex-Iugoslávia, totalizaram 23 medalhas, terminando em nono no ranking geral, com nove medalhas de ouro. O Brasil, quatro vezes maior que a extinta República, ficou em 13ª com sete de ouro e 19 no total.

Beisebol

Retornando aos Jogos Olímpicos após ficar de fora das duas últimas edições, o beisebol teve um recorde quebrado no último dia 14 de setembro. O Cleveland Indians, time da Major League Baseball dos EUA onde joga o brasileiro Yan Gomes, primeiro atleta do país a atuar nas Grandes Ligas, venceu o Kansas City Royals por 3 a 2 e chegou a 22 vitórias seguidas. A franquia quebrou o número histórico da liga de triunfos em sequência do Chicago Cubs, que venceu 21 jogos em 1935.

Entretanto, há uma controversa marca ainda sendo discutida pelos especialista e fãs da beisebola. O New York Giants, hoje San Francisco Giants, em 1916 teria vencido 26 jogos seguidos. Porém, uma dessas partidas teria sido considerada empate, remarcada e jogada no dia seguinte. Portanto, para muitos, o recorde ainda não teria sido superado, ainda que o debate não seja conclusivo e a marca dos Cubs seja a usada como referência.

De volta às Olimpíadas em Tóquio 2020, o beisebol é o esporte mais popular do Japão, Cuba, Venezuela e diversos países do Caribe. Nos Estados Unidos, é o terceiro mais importante no país. No último World Baseball Classic, a Copa do Mundo da modalidade, os americanos conquistaram pela primeira vez o título e mesclando jogadores da MLB e da MiLB, as Ligas Menores. Os japoneses levantaram o caneco em duas vezes, em 2006 e 2010. Em 2014, quando teve a participação do Brasil, a República Dominicana foi a campeã.

Para 2020, além do beisebol, escalada, surfe, skate, caratê e softbol foram incluídos no programa olímpico.

Corrupção

O Comitê Olímpico Internacional (COI) fez um encontro em Lima, Peru, sede dos próximos Jogos Panamericanos, para oficializar Paris e Los Angeles como locais das próximas Olimpíadas de 2024 e 2018, respectivamente. Em meio aos escândalos de corrupção, não houve qualquer resultado prático ou explicação sobre as denúncias de compras de votos da Rio 2016 e Tóquio 2020.

Continuaremos acompanhando. E cobrando.


foto: FIBA/Divulgação

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