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Especial: 9 meses após fim da Rio 2016, escultura dos Anéis Olímpicos está danificada no chão da praça onde foi colocada

A escultura dos Anéis olímpica foi inaugurada com grande frisson no Rio de janeiro em 21 de julho de 2016. Colocada nas areias de Copacabana, as pessoas fizeram fila para tirar selfie com a escultura feita com material reciclado e criada pela artista plástica Elisa Brasil e pelo cenógrafo Tejota Bastos. Hoje sete meses depois do fim dos jogos Rio 2016, ela se encontra abandonada, destruída e caída no chão onde foi colocada, na Praça do Trem, ao lado do estádio Olímpico Nilton Santos,o Engenhão, sendo usada como banco para as pessoas que pela praça circulam.



Após seu enorme sucesso quando ficou em Copacabana entre julho e agosto, em novembro ela migrou para a praça do trem, no Engenho de Dentro, junto os Agitos paralímpicos. Ela ficou localizada atrás do museu da cidade olímpica, ao lado do estádio olímpico Nilton Santos, onde foram realizadas as provas do atletismo na Rio 2016. Se na inauguração ela demonstrava beleza, atualmente o estado dela é degradante. Muitas partes dos anéis estão quebradas, provavelmente por ação de vândalos e a escultura se encontra no chão e amarrada por um cabo de aço para que não seja levada, o que na atual conjuntura não será difícil. Mesmo no chão, ela ganhou a utilidade de banco para as pessoas que circulam pela praça e como lixeira, onde pessoas colocam lixo nos buracos feitos na estrutura dos anéis.

A escultura quebrada dos anéis olímpicos virou depósito de lixo. Foto: Marcos Antônio

Os Agitos paralímpicos estão em um estado um pouco melhor, mas não menos degradante. O Agito azul, que na época dos jogos paralímpicos exalava um cheiro de amaciante, teve uma parte arrancada. Os Agitos de cor vermelho (que tinha cheiro de guaraná) e verde (cheiro de menta) ainda permanecem em bom estado. O fato dos Agitos terem um base de metal, ao contrário dos anéis, contribui para sua melhor conservação.

Um pedaço do agito azul foi arrancado Foto: Marcos Antônio 


Não se sabe ao certo quando é que a estrutura dos anéis começou a ser danificada. Moradores relatam que após uma partida de futebol no estádio, ela apareceu tombada, mas ninguém soube precisar exatamente quando foi. O estádio Olímpico Nilton Santos recebe os jogos do Botafogo desde o início desse ano, inclusive em janeiro, um grande confronto entre torcidas de Flamengo e Botafogo nos arredores do estádio resultou com a morte de um torcedor.

Como a antiga responsável pela colocação das esculturas, a Secretaria especial de Ciência e Tecnologia não existe mais, O Surto olímpico enviou e-mails a secretaria de Desenvolvimento, Emprego e Inovação mas não obteve resposta, assim como não tivemos resposta da secretaria de educação,esporte e lazer da prefeitura do Rio de Janeiro.

Assim que foram colocados na praça do trem, os Anéis e Agitos eram assim... foto: Divulgação

O Rio de Janeiro sofre uma grave crise com a manutenção do que seria o legado olímpico na cidade. O Parque olímpico, apesar de ter alguns eventos, ainda se mantém esvaziado e estruturas que deveriam virar escolas, como a Arena do Futuro, permanece de pé e sem solução. O Parque radical de Deodoro, que deveria servia como uma opção de lazer à população, permanece fechado desde o início de 2017, embora recentemente a Prefeitura tenha dito que ele poderá reabrir em breve e as arenas de Deodoro como a da juventude e o estádio do hóquei na grama estão em péssimo estado de conservação, sem previsão de reparos.
Atualmente, escultura serve de banco para as pessoas na praça. foto: Regys Silva

A escultura dos anéis olímpicos pode não ter tido um valor financeiro enorme como as arenas, mas é um símbolo. Um símbolo de que a cidade sediou um dos eventos mais importantes do mundo e não merecia ser atacado pelas pessoas e abandonado pelo poder público. No chão, quebrado e com lixo, essa escultura se torna outro símbolo: O do descaso total dos políticos - e da população em parte - com todo o legado olímpico, que deveria ser motivo de orgulho para todos nós, mas nos causa tristeza pelo abandono.

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