Para a equipe feminina da seleção brasileira, a posição final no
Mundial por Equipes de Kuala Lumpur, na Malásia, está longe de ser o
foco principal. Mesmo determinadas a demonstrar a grande evolução do
tênis de mesa verde e amarelo, Lin Gui, Caroline Kumahara, Bruna
Takahashi e Ligia Silva querem mesmo é aproveitar a oportunidade
histórica.
“Como é a primeira vez que vamos disputar a primeira divisão, estou
muito feliz. É uma honra e acredito que todos nós estamos muito animadas
para esse desafio”, afirmou Lin, 130ª colocada no ranking mundial.
“Sabemos que vão ser jogos muito difíceis e nossa estreia na primeira
divisão. É difícil falar em resultado, mas nossa expectativa é se focar
jogo a jogo e buscar uma vitória por vez”, completa Carol Kumahara.
Esta será a primeira vez que o Brasil disputa a primeira divisão
feminina do Mundial por Equipes, em feito histórico que começou a ser
pavimentado como título da segunda divisão em Tóquio, há dois anos.
Aquele título inédito, porém, já não pode passar de uma lembrança feliz.
“É muito bom para mim, que estive em 2014, poder representar o Brasil
de novo e estar junto com minhas companheiras. Espero que consigamos
trazer o melhor resultado para a seleção”, disse Lin, apontando, sem
rodeios, para esta edição.
A viagem para a Malásia foi na quarta-feira (24).
Nele, estão juntos os sonhos de duas gerações da modalidade,
representadas por Bruna Takahashi (15 anos) e Ligia Silva (34).
“Estou treinando firme para poder fazer bons jogos e dar meu 100% sem
me deixar intimidar pelas adversárias. Não vai ser fácil, mas eu vou dar
meu máximo”, decretou Bruna, com sua confiança habitual.
Mais experiente, Ligia destaca os fatores fora da mesa como um dos
diferenciais da equipe. Ela, Lin e Carol chegaram a uma final inédita
nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, 2015. Com o “reforço” de Bruna,
foram campeãs por equipes do Latino-Americano, já este ano.
“Sei que hoje formamos um grupo vencedor que não tem vaidade. Eu não me
diferencio por ser mais velha, estou ali para crescer junto com elas e
isso é o que nos faz um grupo cada vez mais unido”, explicou a amazonense.
Também presente em ambas as campanhas – e bronze individual no Pan -,
Caroline Kumahara acredita que a boa sequência em nível continental é
capaz de ser o combustível que fará o time se superar nesta edição do
Mundial.
“Com certeza todas estão crescendo e os últimos resultados servem para
dar mais confiança e motivação por um bom desempenho da equipe. Temos
que nos concentrar muito e ao mesmo tempo não nos cobrar demais, dar
nosso melhor e ir para cima de todo mundo, mostrar que a gente não vai
só para participar”, resumiu.
Lin, primeira brasileira finalista em uma edição de Jogos
Pan-Americanos e medalhista de prata em 2015, compartilha do pensamento
da companheira de equipe – tudo isso sem menosprezar adversárias como
China, Japão e Coreia.
“Sabemos que disputar a primeira divisão é muito difícil, todas as
equipes são muito fortes. Mas é um desafio para a gente mostrar que o
Brasil está evoluindo cada vez mais e acredito que todos nós estamos
muito preparadas para isso”, afirmou.
Com três Jogos Olímpicos no currículo – Sydney (2000), Atenas (2004) e
Londres (2012) -, Ligia Silva voltou a destacar o espírito de equipe em
prol da seleção como possível diferencial a nosso favor.
“Quando uma ganha, ganham todas, e quando uma perde é a mesma coisa. Um
bom ambiente contribui, então tento sim fazer com que todas da equipe
se sintam bem. Por mais que possamos ser rivais, como equipe lutamos
pela mesma coisa, que é o Brasil”.
Foto: Divulgação
0 Comentários