Atletas brasileiros que participaram dos Jogos Pan-Americanos e
Parapan-Americanos de Toronto 2015 foram homenageados em sessão solene
realizada nesta quinta-feira (24.09), na Câmara dos Deputados, em
Brasília. Os investimentos e apoio ao esporte dados pelos poderes
executivo e legislativo foram destacados pelos deputados que se
pronunciaram e também pelos dirigentes e atletas presentes.
Presidida pelo deputado João Derly (PCdoB/RS), a sessão teve a
presença do ministro do Esporte, George Hilton, do presidente do Comitê
Paralímpico Brasileiro (CPB), Andrew Parsons, e do presidente da
Confederação Brasileira de Judô, Paulo Wanderley, que representou o
Comitê Olímpico do Brasil (COB).
“O Pan e Parapan de Toronto foram demonstrações claras dos recursos
que têm sido investidos nos últimos anos em estrutura e preparação dos
atletas. Mais de 90% dos atletas que competiram recebem bolsas do
Ministério do Esporte, o que demonstra que, quando há investimentos
organizados, é possível fazer do nosso país uma potência esportiva”,
disse o ministro do Esporte, George Hilton.
Ele lembrou que a disseminação da atividade esportiva é um dos
principais legados que serão deixados pelos investimentos feitos pelo
Ministério do Esporte. “Nos últimos dez anos, foram investidos mais de
R$ 4 bilhões para entregar centros de formação olímpicos e paralímpicos.
Estamos preparando o país para receber centros de iniciação esportiva,
entregaremos pistas de atletismo, tudo isso para que o Brasil tenha um
legado esportivo. Toda essa estrutura que está sendo entregue vai compor
a Rede Nacional de Treinamento”, explicou.
O objetivo da Rede é interligar as instalações esportivas e oferecer
espaços para detecção de novos talentos, formação de categorias de base,
com foco em modalidades olímpicas e paralímpicas. A estrutura pretende
aprimorar o intercâmbio entre técnicos, árbitros, gestores e outros
profissionais do esporte.
O exemplo dado pelos atletas de alto rendimento em competições
internacionais também reforça um legado de iniciação e prática
desportiva, na opinião do ministro. “Por mais que o governo invista, nós
sabemos que o brilho e a capacidade de superação é inegável dentro dos
atletas. Cada centavo que tem sido investido tem trazido retornos
significativos. Talvez o maior seja o legado imaterial, que é saber que
crianças, através do desempenho desses atletas, vão querer praticar
esporte”, completou George Hilton.
Técnico da Seleção Brasileira de judô no início dos anos 1990 e hoje
presidente da confederação brasileira da modalidade, Paulo Wanderley
acompanhou o crescimento do suporte dado pelo governo ao esporte no
Brasil. “Sou testemunha da evolução do esporte brasileiro não só no
aspecto de resultados, mas no aspecto de suporte e aporte de recursos.
No início dos anos 90, o resultado dos atletas estava mais condicionado
ao talento de cada um do que às questões de apoio e suporte. Então eu
posso falar com propriedade que hoje realmente o esporte brasileiro tem
apoio do governo, através de seus vários programas, de convênios, do
Bolsa-Atleta e Bolsa Pódio, do Plano Brasil Medalhas”, enumerou.
O discurso de Wanderley reiterou o pronunciamento de abertura da
sessão proferido pelo deputado João Derly. “Fui medalhista em 2007 e
vejo a evolução do esporte brasileiro. Muitas vezes tivemos que fazer
rifas, galetos, eu vendia pizza para me manter no esporte. E hoje vemos
que temos as condições de dar aos nossos atletas locais adequados,
material próprio e de qualidade, condições para viajar, competir, de ter
um fisioterapeuta, médico, nutricionista em sua equipe. Isso me enche
de orgulho e felicidade de saber que temos lutado agora do outro lado do
balcão para que a gente consiga desenvolver o desporto brasileiro”,
disse.
Atletas
Também estiveram presentes na sessão solene, representando os atletas
que participaram do Pan e do Parapan de Toronto, os judocas Tiago
Camilo e David Moura, o patinador Marcel Sturmer, além de Natália
Mayara, do tênis em cadeira de rodas; Iranildo Espíndola, do tênis de
mesa paralímpico; Ariosvaldo Silva, o Parré, do atletismo paralímpico; e
Luciano Resende, do tiro com arco paralímpico.
Iranildo pediu a palavra para agradecer o incentivo e apoio dados
pelos poderes executivo e legislativo. “Eu, em particular, estou no
processo desde o começo. Já passei por situações de ter até que
abandonar a carreira por falta de incentivo. Então só temos que
agradecer mesmo. Eu tenho quase 20 anos de Seleção Brasileira e digo que
no Rio 2016 a gente vai fazer o possível, colocar o coração na ponta da
chuteira, da raquete, da flecha, junto com a cadeira de rodas, para
conseguir o maior número de medalhas possível”, declarou.
Os judocas Tiago e David se disseram honrados com a homenagem. “Quando
nós competimos, representamos todos os brasileiros, então é uma honra e
mais do que merecida essa homenagem para todos os atletas que tanto
lutam e batalham por seus sonhos. O esporte, especificamente o judô, vem
melhorando bastante o investimento, a estrutura, espero que não acabe
depois dos Jogos Olímpicos, que seja um legado de estrutura e
oportunidades”, disse Tiago. “Estamos tendo todo o apoio, incentivo e
investimento para trazer o melhor resultado que a gente possa sonhar nas
Olimpíadas e eu estou bem confiante de que a gente vai trazer um
resultado histórico para o Brasil”, completou David.
O Brasil ficou em terceiro lugar no quadro de medalhas dos Jogos
Pan-Americanos, atrás de Estados Unidos, com 265 medalhas (103 ouros, 81
pratas e 81 bronzes), e Canadá, com 217 (78 ouros, 69 pratas e 70
bronzes). A delegação brasileira faturou 141 medalhas, com 41
ouros, 40 pratas e 60 bronzes. No Parapan, o Brasil conseguiu a campanha
mais vitoriosa da história. Foram 257 medalhas conquistadas pela
delegação nacional, com 109 ouros, 74 pratas e 74 bronzes.
Foto: ME
0 Comentários