Cidade do ABC paulista, São Caetano do Sul é o local de treinamentos
de dois atletas de modalidades bastante distintas: Arthur Zanetti, da
ginástica artística, e Ronald Julião, da prova de lançamento de disco do
atletismo. O primeiro, campeão olímpico e mundial nas argolas, treina
no SERC Santa Maria e participou na quarta-feira (23), ao lado do
ministro do Esporte, George Hilton, do lançamento da pedra fundamental
para o início das obras do Centro de Excelência de Ginástica Artística e
Ginástica Rítmica.
Já Ronaldo Julião, medalha de prata nos Jogos Parapan-Americanos de
Toronto, treina no Centro de Atletismo de São Caetano do Sul, que existe
desde 2002. Além
de São Caetano, os dois têm em comum o foco nos Jogos Olímpicos do Rio
2016 e a intensa preparação a menos de um ano do evento.
Zanetti, que levou a
medalha de ouro no Pan de Toronto, mira agora o Mundial de Glasgow –
marcado para os dias 23 de outubro a 1º de novembro na cidade escocesa.
“A preparação está boa. Estamos de olho no Mundial. A equipe não está
definida, mas estou treinando duro, me aprimorando também em outros
aparelhos para ajudar a equipe. A ginástica masculina preza muito
conseguirmos pegar uma final por equipes, assim como fizemos de forma
inédita no ano passado”, diz o ginasta, lembrando do Mundial disputado
na China em 2014.
Além de competições internacionais, a preparação envolve cuidados com
os excessos na alimentação e muito treino. “A gente tem que fazer um
planejamento de alimentação, temos uma nutricionista que altera a dieta a
cada dois meses para o corpo não se acostumar sempre só com os mesmos
tipos de comida. Ela tem o calendário pronto até o ano que vem”,
explicou.
Em 2016, o ginasta espera repetir a medalha de ouro de Londres-2012,
mas dessa vez diante da torcida brasileira. “Estar em casa mostra uma
vantagem, sim. Sentir a energia da torcida passando para nós vai ser
maravilhoso. Todo mundo quer buscar o ouro, patrocinadores, governo e o
próprio atleta. Temos que manter a parceria sempre. Não adianta só
atleta querer ser campeão e não ter estrutura para treinar nem ter um
bom profissional nos orientando. O investimento está sendo feito. Isso
ninguém pode negar. O ministro deu o pontapé para o início das obras (do
Centro de Excelência de Ginástica), agora é torcer para que fique
pronto logo para podermos usá-la também na preparação para os Jogos
Olímpicos”, declarou.
Otimismo
Ronald Julião também mostra otimismo com a oportunidade de competir
em casa. “Viemos agora de bons resultados no Pan-Americano e, no
Mundial, fomos mais ou menos, mas a Fabiana (Murer) trouxe uma prata
para o Brasil (no salto com vara). Agora é pensar nos Jogos Olímpicos.
Temos chances reais de brigar por medalhas. Temos um local excelente
para treinar para trazermos esses resultados”, declarou.
O objetivo do atleta é melhorar ainda mais sua marca no lançamento de
disco para tentar superar alemães, poloneses e estonianos. “Há mais de
uma década eles dominam o ranking, estão sempre na frente. Mas tenho
esperança. Minha marca é 65 metros e eles estão lançando 68. Ou seja,
são três metros aí que temos que trabalhar para tirar a diferença”,
explicou.
Beneficiado pelo programa Bolsa-Atleta, Julião destaca a importância
dos investimentos para a evolução do esporte brasileiro. “Para nós é
importante porque temos que ter um bom local para treinar. Lá fora, eles
têm equipamentos, pistas de primeiro mundo, então se quisermos chegar
lá, precisamos ter isso à nossa disposição. O Ministério ajuda com
dinheiro com as bolsas, para comprarmos suplementos, material e com
repasses para as confederações”, disse.
Fotos: ME/Getty Images
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