A participação brasileira no Mundial Paralímpico de Natação, em
Glasgow, na Grã-Bretanha, foi a melhor da modalidade na história. O Brasil terminou a competição na quarta posição do quadro geral de
medalhas, com 11 de ouro, oito de prata e quatro de bronze, 23, no
total. Além disso, ainda foram conquistadas sete vagas diretas para os
Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. O resultado agradou não só atletas, mas
também a comissão técnica e dirigentes do Comitê Paralímpico Brasileiro
(CPB).
De acordo com o presidente da entidade, Andrew Parsons, o desempenho
dos 23 atletas que representaram o Brasil no Mundial foi o resultado de
um trabalho do Comitê que começou logo depois do Mundial de Montreal, em
2013. “Uma nova comissão técnica foi contratada, com Leonardo Tomasello
como técnico-chefe. Ele implementou uma nova filosofia de trabalho e
criamos o Centro de Referência em São Caetano do Sul. Nossa ideia era
colocar nossa comissão técnica, atletas e toda nossa infraestrutura
geograficamente no mesmo local. Isso foi algo que mudamos do ciclo de
Londres para esse ciclo do Rio”, explicou Parsons.
Em dois anos, os resultados da nova comissão apareceram e o Brasil
alcançou a quarta colocação no quadro de medalhas de Glasgow. “Dos 23
atletas que estão aqui, 22 fizeram final. Mostra que o critério que
criamos foi muito coerente. Os que estão aqui são ótimos atletas. E se
colocarmos aqui que a nadadora que não fez final individual conseguiu
uma medalha de ouro por ter participado do revezamento [4x50m livre
misto 20 pontos], isso mostra o nível que estamos alcançando com o
grupo”, analisou Jonas Freire, coordenador de Seleções do CPB e chefe de
missão neste Mundial.
Há pouco mais de um ano para os Jogos Paralímpicos do Rio-2016, o
desempenho dos atletas chama a atenção para a importância da modalidade
no objetivo de alcançar o quinto posto no quadro de medalhas dos Jogos.
Com um grande número de medalhas em disputa na natação, manter o alto
nível na reta final antes de chegar ao Rio será prioridade da comissão
técnica.
"A natação é uma das nossas modalidades mais fortes, e o Mundial serve
como termômetro para o que está por vir no Rio de Janeiro. Nossa meta
de quinto lugar no Rio depende muito do resultado que obtivemos aqui.
Este foi um trabalho novo da biomecânica que estreamos aqui. Fizemos uma
avialiação da semifinal para a final para melhorar o atleta, a
estratégia dele e buscar o melhor resultado. Um trabalho que pode
influenciar para uma mudança de tempo que pode fazer diferença para
buscar uma medalha”, ressaltou Edilson Rocha, o Tubiba, diretor técnico
do CPB.
Complementando o discurso de Tubiba, o técnico-chefe, Leonardo
Tomasello, esclareceu que o Mundial foi o termômetro não apenas para os
atletas, mas também para a comissão técnica. “Essa foi a nossa primeira
oportunidade para confrontar os principais adversários internacionais,
conhecer a realidade dos rivais, que nadam muito forte. Aqui o nível foi
excelente, com muitos recordes mundiais. Foi importante também para
testar a estrutura da comissão técnica, com a parte da biomecânica,
fisioterapia, área médica, do grupo em geral. Foi um trabalho
fundamental para os resultados em 2016″, observou Tomasello.
O Brasil participou do Mundial com 23 atletas. Nos sete dias de
disputa, o país conquistou 11 medalhas de ouro, oito de prata e quatro
de bronze. O maior medalhista da Seleção e da competição foi Daniel
Dias, que levou seis medalhas de ouro individuais, e mais duas em
revezamentos: uma de ouro no 4x50m livre misto 20 pontos e uma de prata
no 4x100m livre 34 pontos.
Foto: CPB
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