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Parceria entre Ministério do Esporte e CBC beneficia clubes de Porto Alegre


Os clubes gaúchos Grêmio Náutico União, Veleiros do Sul e Sogipa ganharam importantes reforços na noite da última quinta-feira (30.04). Depois das agremiações de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba foi a vez das entidades de Porto Alegre receberem recursos da Confederação Brasileira de Clubes (CBC) para projetos de formação de atletas. O ministro do Esporte participou da cerimônia de assinatura dos convênios e destacou a importância destas instituições para massificar a prática esportiva no país.

“O Ministério tem nesses grandes parceiros peças fundamentais para transformar o Brasil em uma grande potência esportiva. Os clubes são a base principal da propagação dos esportes. As federações e confederações estão mais focadas nos atletas profissionais, de alto rendimento. Os clubes têm a visão de chegar à base, cooptar a criança e prepará-la”, comentou George Hilton, que pretende ampliar o horizonte de clubes beneficiados. “São 16 clubes que já estão recebendo esses recursos, mas a ideia é ampliar esse número e, principalmente, levar essas parcerias para outras regiões do país, como o Norte e o Nordeste”.

O evento de descentralização das verbas ocorreu no clube Veleiros do Sul, que recebeu R$ 1,2 milhão da CBC. “Nosso projeto é para a formação de atletas de base, para a aquisição de materiais e equipamentos, velas, barcos de formação, barcos de entrada, que atende aos jovens entre oito e 15 anos. Estamos trazendo 25 barcos, porque são equipamentos importados. É um esporte que acaba tendo uma dificuldade de divulgação e de ampliação da base, por questões de custos”, explicou Eduardo Ribas, presidente da agremiação.

Um dos beneficiados será o bicampeão brasileiro Tiago Quevedo, 14 anos, que compete na Classe Optimist. Com o sonho de um dia ser campeão olímpico, ele conta que o interesse pela vela começou por influência da família e que o apoio do clube é fundamental no desenvolvimento da carreira. “A família do meu pai tem uma tradição aqui no clube. Quando eu era menor, me traziam aqui, eu olhava os barquinhos e me interessei. Comecei a fazer escola de vela e deu no que deu. Sempre foi o meu pai que me financiou e o clube, que ajuda muito na questão dos barcos, transporte e apoio técnico”.

Outra entidade beneficiada é o Grêmio Náutico União, que terá R$ 973 mil para formação de atletas olímpicos na natação, vôlei, basquete, esgrima, remo, ginástica artística e rítmica, tênis e judô. Francisco Miguel Schimidt, presidente da agremiação fundada em 1906, revelou que os recursos serão usados na compra de equipamentos e na reforma da academia do clube. “Esse convênio é o primeiro de outros tantos que esperamos assinar e que vem em boa hora para a preparação dos nossos atletas. Esses recursos serão investidos na aquisição de equipamentos e na modernização da academia. Hoje, com a descentralização da verba, iniciamos uma nova etapa”.

Oportunidades

Pela tarde, o ministro visitou a Sociedade de Ginástica Porto Alegre, que teve projeto aprovado no edital da CBC no valor de R$ 1,78 milhão para reforma da pista de atletismo e aquisição de equipamentos para corridas, saltos com vara e em altura, arremessos de disco, dardo e peso. A captação de talentos se dá de diversas formas, como explica Ricardo Schwarz, presidente do clube. “Nós temos filhos de associados, mas no atletismo a maioria é descoberta em competições escolares, projetos sociais e em parceria com a prefeitura, que encaminha algumas crianças”.

O local que é a casa de atletas medalhistas olímpicos e que recebem Bolsa Pódio do Ministério do Esporte, como os judocas Tiago Camilo, Mayra Aguiar e Felipe Kitadai, também abriga meninos como João Lucas Vieira, 12 anos, que vivia nas ruas da capital gaúcha e hoje conta com uma nova perspectiva de futuro praticando ginástica artística.

“Eu via que a ginástica era muito arriscada e eu gosto de me arriscar. Gosto mais das argolas, porque despenco lá de cima e me seguro”, conta o jovem atleta, que tem o sonho de um dia ser medalhista olímpico. Ele explica porque seu ídolo é o Diego Hypólito: “ele faz de tudo, não só um aparelho”.

O garoto foi descoberto por um ex-ginasta e professor de educação física da Sogipa, enquanto fazia piruetas e dava cambalhotas em uma praça de Porto Alegre. Hoje, ele é cuidado por um tutor e estuda em um colégio pago pelo clube.

“Ele vem de uma família desestruturada, carente. Agora ele está se desenvolvendo, tanto que já foi vice-campeão brasileiro na categoria dele. É mais do que uma promessa do ponto de vista esportivo, com certeza é uma aposta num futuro cidadão de bem, porque todas as condições anteriores o levariam para o caminho da violência”, resume o presidente da entidade fundada em 1867.

Além do apoio do clube, outro aspecto importante para o desenvolvimento dos novos valores é a chance de crescer ao lado de referências no esporte. E no caso do judô da Sogipa, o que não falta são “espelhos” para as futuras gerações. “Para a base, atletas novos surgindo, sem condições de treinamento, podendo mudar de vida, virar profissionais do esporte, os apoios que temos recebido vem em boa hora. A gente está há pouco tempo das Olimpíadas e a meta é ver essa gurizada que está surgindo, se inspirando na gente, buscando esse futuro”, afirma a medalhista olímpica Mayra Aguiar.

Praticante do esporte há quatro anos, Fabrício da Silva, hoje com 12 anos, fica entusiasmado em treinar ao lado dos ídolos e tenta aprender o máximo com eles. “A sensação é muito legal. Às vezes eu estou treinando e não sei algum golpe, então peço para eles me mostrarem e eu aprendo”.

Histórico

Ao todo, 16 clubes com 22 projetos receberam os recursos da Confederação Brasileira de Clubes, totalizando mais de R$ 23 milhões. “A CBC tem a missão de fazer os repasses da Lei Pelé para os clubes aplicarem os recursos na formação de atletas olímpicos e paraolímpicos. Os clubes podem buscar recursos para as categorias abaixo da profissional. E fazemos o processo de uma maneira mais democrática, por meio de chamada pública. Os clubes pegam o edital, fazem os projetos e, se aprovado, recebem o dinheiro”, explica Jair Pereira, dirigente máximo da Confederação.

Em 2011, uma alteração na Lei Pelé incluiu a CBC como beneficiária de 0,5% do total da arrecadação das loterias da Caixa Econômica Federal. O repasse foi uma reivindicação de clubes que tradicionalmente são formadores de atletas para o país. Para a inclusão da Confederação nos repasses da Lei Agnelo/Piva, o Ministério do Esporte abriu mão de parte da porcentagem que lhe cabe das loterias.

Fonte: www.esporte.gov.br

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