Maior evento esportivo do planeta, os Jogos Olímpicos reunirão 10.500
atletas, de 204 países, no Rio de Janeiro, em 2016. Além dos
competidores, o público também será numeroso – 7,5 milhões de ingressos
estarão disponíveis para as competições, que serão realizadas em 33
locais, espalhados por quatro regiões da cidade. Para garantir a
proteção das delegações e dos torcedores em um evento desse porte, os
órgãos de Segurança e Defesa do país já estão em preparação.
“É um evento altamente complexo, bem mais do que a Copa do Mundo”,
compara o coronel Antônio Ruy Costa Júnior, gerente de operações da
Assessoria Especial para Grandes Eventos do Ministério da Defesa. Ele
esteve presente no Rio de Janeiro na última semana para o seminário
“Copa 2014: legados para o Brasil”.
Durante o Mundial de futebol, foram mobilizados 59.523 integrantes
das Forças Armadas, 116.579 profissionais de segurança e 900 homens da
área de inteligência, além de 20 mil seguranças privados nos estádios.
Para organizar a atuação de todos os profissionais durante os Jogos
de 2016, um planejamento estratégico já foi elaborado desde o início
deste ano. Além disso, de acordo com o coronel, a preparação operacional
e tática terá início em janeiro de 2015 – a tempo de ser concluída
antes do início dos eventos-teste, em julho.
Assim, enquanto os atletas e a organização dos Jogos trabalharem para
avaliar todas as instalações competitivas nos eventos-testes, a
Segurança e a Defesa também colocarão a preparação à prova. Serão 39
eventos-teste para os Jogos Olímpicos e 12 para os Jogos Paraolímpicos.
Veja o que o coronel Antônio Ruy Costa Júnior contou sobre toda a operação para os Jogos Rio 2016.
Planejamentos
“Na semana passada, reunimos, no Rio de Janeiro, todos os envolvidos
das três Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica), incluindo as
quatro cidades-sede do futebol olímpico (Salvador, Brasília, Belo
Horizonte e São Paulo). Estamos elaborando o planejamento estratégico de
emprego conjunto das Forças Armadas. Ele é feito com base no
planejamento estratégico de segurança, que já está pronto desde o início
deste ano, envolvendo os órgãos de segurança pública, privada e a
defesa civil. A partir de janeiro, os comandos subordinados farão seus
planejamentos operacionais e táticos para que, no meio do ano, tudo isso
já esteja pronto para os eventos-teste das modalidades, quando
colocaremos a operação à prova para ver se tudo funciona em sua
plenitude.”
Eventos-teste
“Em julho do ano que vem começam os eventos-teste para os Jogos
Olímpicos. Para participarmos das competições, nossos planejamentos
precisam estar prontos para serem testados, validados e, se for o caso,
modificados para atender às necessidades de cada instalação olímpica. A
intenção do Comitê Organizador é testar todas as instalações esportivas e
nós testaremos a parte de segurança.”
Copa do Mundo x Jogos Olímpicos
“A Copa tinha uma única instalação. No Rio de Janeiro, teremos muitos
pontos recebendo diversas competições simultaneamente. Na Copa era um
jogo único e depois demorava cerca de três dias para ter outra partida,
em outra cidade. Em 2016, faremos uma operação de 17 dias nos Jogos
Olímpicos e, depois, de 12 dias nos Jogos Paraolímpicos, em quatro
regiões da cidade, paralela à vida cotidiana do Rio de Janeiro. É um
evento altamente complexo, bem mais do que a Copa do Mundo.”
Inspeção
“Ao redor de cada instalação, é estabelecido um perímetro de
segurança. Somente poderão entrar nessa área as pessoas credenciadas ou
com ingressos. Elas passarão por uma checagem de mochilas e bolsas. O
ambiente é fechado e capacitado para realizar um evento, sendo provado
que está limpo de qualquer artefato explosivo, químico, biológico,
radiológico ou nuclear. Após essa entrega da área limpa, ela precisa ser
mantida assim. Então, quem entrar precisará ser inspecionado.”
Protocolos de segurança
“Talvez o maior temor que exista em um grande evento é de um atentado
terrorista. A coordenação desse caso seria com o Exército Brasileiro,
que delega ao comando de operações especiais, ou seja, a tropas
especializadas e treinadas para isso e que vão coordenar o trabalho. A
operação é realizada por diversas frentes, como Polícia Federal,
Militar, Civil, Guarda Municipal, Comissão Nacional de Energia
Nuclear... São muitos participantes coordenados pelo comando de
operações especiais e que seguem protocolos. Por exemplo, se alguém
esquecer uma mochila na arquibancada do Maracanãzinho, existirá um
protocolo a ser seguido, um documento previamente assinado por todos,
que diz quem faz o quê, quando e onde. A ação tem que ser rápida.”
Foto: Divulgação
Fonte: Rio 2016
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