Nos últimos anos, o esporte olímpico brasileiro tem conseguido grandes
resultados, tanto nas modalidades já consagradas, como vôlei e judô,
quanto nas de pouca tradição, como tiro com arco, luta olímpica e
pentatlo moderno. Dois esportes, porém, não acompanharam a evolução:
remo e hóquei sobre a grama. O Secretário Nacional de Esporte de Alto
Rendimento do Ministério, Ricardo Leyser, afirmou no último dia 16, em
palestra realizada em São Paulo, que as duas modalidades não souberam
aproveitar o fato da próxima edição das Olimpíadas ser no Brasil:
- O problema é que o remo nem participa das chamadas públicas. O remo
nunca nos propôs nada, nunca nem se apresentou. A gente sugere
convênios, mas na "hora H", eles perdem o projeto. O hóquei na grama, a
gente ofereceu condições, mas eles têm problemas de gestão. Eles tiveram
um projeto que não foi adiante. Perderam a chance de estruturar o
esporte no país - criticou o dirigente.
O hóquei sobre a grama
dificilmente terá a participação brasileira nos Jogos de 2016. Pelo
fato do país não ter muita tradição, a Federação Internacional de Hóquei
(FIH) colocou uma meta para que o Brasil conseguisse a participação
olímpica. Teria que terminar o ano de 2014 entre os 40 primeiros do
ranking mundial feminino e no top 30 no masculino. Por enquanto, o
objetivo não foi atingido, e o risco de a modalidade não ser
representada nas Olimpíadas é grande.
Já o remo brasileiro é presença constante em Olimpíadas, mas sem
resultados positivos. No Mundial deste ano, nenhuma das embarcações
conseguiu uma classificação entre os doze primeiros colocados. Para o
presidente da Confederação Brasileira de Remo (CBRemo), Edson Altino
Júnior, o secretário Ricardo Leyser está equivocado:
- A
informação que ele deu não está bem correta. Fizemos toda a
documentação, temos projeto de lei de incentivo e convênios. Eles não
aceitaram um relatório de atividades e não deixaram a gente participar
da chamada pública deste ano. O problema é a burocracia. Não entendi o
porquê, já que a Confederação e o Ministério sempre foram parceiros -
disse o dirigente do remo.
A Confederação Brasileira de
Hóquei também culpou a burocracia para a falta de projetos aprovados
pelo Ministério. Segundo a entidade, um projeto foi enviado em 2013, mas
o Ministério só aprovou em julho deste ano, e a verba ainda não foi
enviada.
Apesar das críticas, Ricardo Leyser faz questão de
salientar que torce para que as seleções brasileiras de hóquei
participem dos Jogos:
- Vamos aguardar, a gente vai brigar até o último momento para o esporte entrar. Espero que não fique fora - disse o dirigente.
Até
o fim do ano, a Federação Internacional de Hóquei anunciará se o Brasil
poderá participar dos Jogos Olímpicos de 2016 na modalidade.
Foto: Guilherme Costa/Globoesporte.com
Fonte: Globoesporte.com
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