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Prodígio da ginástica, Rebeca evolui no solo com trilha sonora de Beyoncé

 Aquele tablado tem um quê de sagrado. É ali, a cada passada, que a infância de tanta dificuldade fica para trás. Sob os olhares de toda uma arena, Rebeca Andrade sente-se mais forte. Gosta de competir. E experimenta, a seu modo, a sensação de estar no palco, como a cantora de quem é fã. Beyoncé está nos pôsteres, nos desenhos, no guarda-roupa, no computador e no celular. Está pelos cantos da casa, nas músicas que cantarola com a anuência dos outros moradores. Não bastasse isso, faz parte de sua série de solo. 

A busca pela música ideal terminaria após uma conversa entre a coordenadora da seleção, Georgette Vidor, e a técnica Keli Kitaura. Era preciso encontrar algo que a motivasse, que a ajudasse a tirar o máximo de proveito do código de pontuação - o qual passou a exigir muito mais da parte artística -, e que mexesse com o público. 

- Ela canta Beyoncé o dia todo. É bem jeitosinha dançando e cantando (risos). Pediu que minha mãe fizesse um colant igual ao dela, para brincar. Sempre teve o sonho de conhecê-la. Então, a música tinha que ser dela (Single Ladies). Rebeca sabe dançar todas as coreografias e usa partes na série. O público também dança no ginásio e isso conta a favor dela, melhora a nota e ela se apresenta com mais vontade. A primeira vez que competiu com a trilha nova foi em maio. A anterior não era muito boa. A nota já aumentou muito com relação à anterior. Antes tirava 13,900 e agora 14,300, o que é muito bom - disse a treinadora. 

Aos 15 anos, Rebeca é tida como uma pérola pela Confederação Brasileira de Ginástica (CBG). É vista como uma ginasta completa. Tem técnica, boa flexibilidade e potência. Aparece como uma esperança de medalhas nas Olimpíadas do Rio em 2016. O que poderia significar uma pressão é encarado como motivação. No mês que vem, fará um teste de fogo nos Jogos Olímpicos da Juventude, em Nanquim, de 16 a 28 de agosto. Os treinadores querem saber como se comportará em uma competição de alto nível e com ambiente similar ao que deverá encontrar daqui a dois anos.   

- Eu acho bom ouvir elogio. Isso vai te dando mais força, você pode fazer mais. Estou treinando muito, muito, muito e acho que vou me sair bem. Estou correndo atrás do meu sonho, lutando por ele. A Beyoncé correu atrás dos dela sem passar por cima de ninguém. É uma pessoa humilde e isso a fez ainda mais especial. Ela serve de espelho para mim. É uma das seis pessoas mais admiradas por todo mundo. Eu adorei poder tê-la na minha série. Queria ter ido ao show do Rock in Rio, mas estava competindo. No próximo espero estar lá. Acho que vou ficar paralisada.

Rebeca tem jeito de menina, mas firmeza de gente grande. Quer um elemento com seu nome no código de pontuação do salto, assim como fizeram Daiane dos Santos (solo), Diego Hypolito (solo), Sergio Sasaki (barras paralelas) e Arthur Zanetti (argolas). Trabalha nele há algum tempo, mas só poderá apresentá-lo para ser avaliado num Mundial ou nas Olimpíadas. Quer uma medalha olímpica. Duas de preferência, no salto e no individual geral, e já em 2016. 

- Acho que meu sonho está pertinho, sim. Tenho que melhorar algumas coisas, fazer coisas novas nos aparelhos. Estou tentando controlar o peso, o que é uma tortura porque gosto de doces. Também procuro aprender com a experiência da Jade Barbosa, olho muito para a Mckayla Maroney  e Gabby Douglas. Estou procurando fazer tudo o que o Alexandrov (o russo Alexander Alexandrov, técnico da seleção brasileira que tem 15 medalhas olímpicas no currículo) fala para mim. Keli e Chico, meus técnicos no Flamengo, me falam que ele levou muitas meninas ao pódio nos Jogos. Quero ser uma dessas também. 

Fonte: globoesporte.globo.com

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