Quando a natação brasileira dava o pontapé para o bom momento que
vive hoje, Felipe França estava entre as estrelas, ao lado de Cesar
Cielo e Thiago Pereira. Depois de 15 anos sem o Brasil ganhar medalhas
em Mundiais, ele foi prata nos 50 metros peito em Roma/2009, mesma
competição que colocou Cielo como campeão e recordista mundial nos 100m e
50m livre. Atualmente, França tenta retomar o caminho das vitórias com a
touca do Corinthians e a primeira prova de fogo é o Troféu Maria Lenk.
Com o pescoço cheio de medalhas importantes (cinco só em Mundiais)
tanto nos 50m quanto nos 100m peito, França chegou aos Jogos de Londres
com grande responsabilidade. Se havia uma esperança de medalha, que não
Thiago Pereira ou Cesar Cielo, o cara era Felipe França. Mas o 12.º
lugar, fora até da final, foi um baque para o nadador, hoje com 26 anos.
“Foi período de bastante pressão. Quando uma pessoa chega no seu
limite de repente entra em depressão. Tive que ter esse espaço entre
2013 e 2014, para que pudesse refletir. Nunca querendo parar, isso nunca
pensei. Mas pensando o que eu ia fazer dali para frente”, revela
França. O nadador, que já tem um físico avantajado, com circunferências
bem maiores que dos rivais, ganhou 20 quilos e sequer conseguiu se
classificar para o Mundial de Barcelona.
Nesse meio tempo, Felipe Lima ganhou bronze nos 50m peito, João Gomes
Júnior ganhou espaço e Henrique Barbosa encostou no trio. Hoje o Brasil
tem quatro atletas com condições de fazer finais em Campeonatos
Mundiais nas provas de 100m e 50m peito.
Para voltar a ser competitivo, Felipe França, que nadou por 10 anos
no Pinheiros, seguiu o técnico Sérgio Marques e, desde o começo do ano,
treina no Corinthians. Lá, diz ter passado por grande transformação. “Eu
creio que (mudou) tudo. Principalmente a personalidade, o caráter
mudou bastante. Tenho seguido o que o Sergio fala e o (head coach)
Carlos Matheus tem me orientado bastante para que a gente siga com um
projeto até 2016.”
A estreia pelo clube foi na última terça, com o quarto lugar nos 200
metros peito. Mas França estava feliz após sua primeira prova no Maria
Lenk. “Já fiz meu melhor tempo de 200m peito. Só felicidade lá no
Corinthians, vida nova, tempo novo. A cabeça está focada principalmente
na Olimpíada e subir degrau por degrau.”
Campeão do Pan-Pacífico em 2010 e dos Mundiais de Curta (2010) e
Longa (2011) nos 50 metros peito, França agora traça os 100m e os 200m,
no mesmo estilo, como prioridade, uma vez que a prova curta não está no
programa olímpico. “O foco é os 100m, mas possivelmente os 200m também
vai ser. Trabalho mais voltado pro 100m. Nunca perdi minha velocidade
nos 50m. Treinando mais, perdendo mais gordura, vai facilitar para os
200m. Os 200m vêm na bandeja, mas meu principal é 100m.”
Foto: Estado de São Paulo
Fonte: Blog Olimpílulas/Estado de São Paulo
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