Técnico de Lance Armstrong durante grande parte da sua carreira, Johan
Bruyneel foi suspenso nesta terça-feira por dez anos por ter ajudado a
organizar um elaborado esquema de doping nas equipes que o ex-ciclista
norte-americano venceu por sete vezes a Volta da França.
A Agência Antidoping dos Estados Unidos (USADA, na sigla em inglês)
confirmou o veredicto dado por um painel da Associação Americana de
Arbitragem contra Bruyneel e outros dois membros das equipes dele. O
médico Pedro Celaya e o preparador físico Jose "Pepe" Marti cumprirão
oito anos de suspensão, explicou a agência.
Em comunicado, a USADA disse que Bruyneel "estava no topo de uma
conspiração para cometer doping generalizado nas equipes U.S. Postal
Service e Discovery Channel abrangendo muitos anos e muitos ciclistas".
Bruyneel alegou que ele, Armstrong e os outros foram feitos de bodes
expiatórios para uma época em que o doping era "um fato da vida" no
ciclismo. "Não discuto que há certos elementos da minha carreira que eu
desejava que tivessem sido diferente", disse, em um comunicado.
"No entanto, uma pequena minoria de nós tem sido usada como bode
expiatório para toda uma geração", completou Bruyneel, que, como um
cidadão belga, questionou o direito de a USADA processá-lo e disse que
vai analisar se entra com uma ação na Corte Arbitral do Esporte.
Bruyneel, Celaya e Marti enfrentaram acusações de tráfico e
administração de produtos e métodos dopantes, incluindo EPO, transfusões
de sangue, testosterona, hormônio de crescimento humano e cortisona.
"O painel concluiu que o próprio Bruyneel se beneficiou
consideravelmente dos sucessos das equipes e ciclistas que ele comandou
durante período relevante", afirmou a USADA. Bruyneel se recusou a depor
e "não apresentou testemunhas de fatos por conta própria", disse a
agência.
Bruyneel está proibido de trabalhar em todos os esportes até 11 de
junho de 2022. As sanções impostas a Celaya e Marti terminam em 11 de
junho de 2020. As punições valem a partir de junho de 2012, quando a
USADA acusou Armstrong e suas equipes de utilizarem doping generalizado
após uma longa investigação.
Armstrong perdeu todos os resultados conquistados após agosto de
1998, incluindo os sete títulos da Volta da França, além de ter sido
banido do esporte, assim como os médicos Michele Ferrari e Luis Garcia
del Moral. Em janeiro de 2013, o ex-ciclista norte-americano confessou
ter se dopado durante a sua carreira.
Fonte: Estado de São Paulo
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