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Técnico russo da ginástica brasileira cobra ginásio de alto nível para treinos







O russo Alexander Alexandrov começou a batalha contra o relógio. Fã do futebol brasileiro, o renomado treinador nem conseguiu tempo para assistir aos jogos do Brasileirão desde que chegou ao país para assumir o comando da seleção brasileira de ginástica feminina. O foco  é a busca de talentos do país, mas a maior preocupação está na questão do espaço ideal para trabalhar. Antes de começar a lapidar suas atletas, o vitorioso comandante continua ressaltando, de forma incisiva, a necessidade de um ginásio no Rio de Janeiro.

"Primeiro de tudo você precisa ter um bom ginásio, do mesmo nível dos Estados Unidos, Rússia e China. Os países que têm as melhores equipes sempre têm os melhores ginásios. Precisamos ter um grande ginásio no Rio o mais rápido possível. O Brasil precisa estar no mesmo nível destes países. Já estamos perdendo neste aspecto"  - disse o treinador.

Desde o incêndio no ginásio do Flamengo, na sede da Gávea, e da desativação do velódromo do Rio de Janeiro, a cidade-sede dos próximos Jogos Olímpicos ficou sem um espaço de treinamento para a ginástica. O Comitê Olímpico Brasileiro e a Confederação de Ginástica, por sua vez, garantem que já estão trabalhando junto aos governantes em busca do espaço ideal.

Além da ausência de uma base de treinamento ideal, Alexandrov enfrenta a dificuldade da língua. Mesmo tendo trabalhado um período em clubes dos Estados Unidos, o russo não fala muito bem nem o inglês. Nestes primeiros dias, a solução tem sido sua filha, Anastacia, de 36 anos, que tem exercido a função de intérprete nos treinamentos.

Alexander Alexandrov teve seu primeiro contato com as meninas do Brasil durante um camping realizado nesta semana em Três Rios, interior do Rio. Além de observar as maduras Jade Barbosa e Daniele Hypolito, ele mostrou um olhar mais atento às mais novas. Nomes como Rebeca Andrade e Tamiris Veiga chamam atenção, mas ainda devem ser poupadas neste ano.

"Existem meninas que têm muito potencial. Elas não estão prontas para competir esse ano, mas vão estar nos próximos. Nestes meses, o principal objetivo é treinar bem e competir da melhor forma. Mas acredito que a maior esperança brasileira está nas mais novas" - analisou o russo.

O semblante sério não assustou as ginastas. Muito pelo contrário. Referências da seleção, Daniele Hypolito e Jade Barbosa enalteceram o investimento do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) na vinda de Alexandrov.

"Acho importante este investimento. Tivemos muitos problemas com a ginástica no começo de 2013. Agora estamos começando a nos estruturar. Há três meses não tínhamos essa boa aparelhagem. A gente já está atrasado em algumas coisas. Mas é boa a vinda dele para somar com outros técnicos. Hoje, temos meninas que vão ter boa idade para 2016, que precisam ser trabalhadas. Temos tudo ao nosso favor. Nós víamos o Alexandrov nas competições com as russas, ele dá uma presença. Sabemos da fama dele" - analisou Jade Barbosa.

Entre os anos de 1988 e 1994, Alexander Alexandrov comandou a equipe da extinta União Soviética. Naquela época, conquistou medalhas de ouro por equipe em duas edições de Campeonatos Mundiais, além do topo do pódio nos Jogos Olímpicos de Barcelona 1992. Depois da desintegração do país, ele passou a trabalhar em clubes nos Estados Unidos.


Ele retornou à Rússia no último ciclo olímpico, quando obteve novamente bons resultados. Nos Jogos de Londres 2012, a equipe faturou o ouro com Aliya Mustafini, nas barras assimétricas, e foi prata na disputa por equipes. Além disso, as meninas russas ainda levaram dois bronzes individuais.

"Ele conhece a gente de longa data e treinou várias campeãs olímpicas. A última foi a Mustafi. A gente sabe o quanto ele é bom e importante para a ginástica no cenário mundial. Temos que tirar o chapéu para ele. O Brasil está com um cenário muito bom de treinadores" - afirmou Daniele Hypolito.

 A primeira grande competição das brasileiras sob o comando de Alexander Alexandrov será o Mundial de Ginástica Artística deste ano, que será disputado a partir do dia 30 de setembro, na Antuérpia, na Bélgica.

Fonte: Amanda Kestelman/Globoesporte.com
Foto: Globoesporte.com 

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