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Demolição do Célio de Barros e Julio Delamare é suspensa por 30 dias







Os praticantes do atletismo e dos esportes aquáticos conseguiram duas vitórias contra o governo do estado do Rio de Janeiro na defesa da manutenção do Julio Delamare e do estádio Célio de Barros, que seriam demolidos por conta das obras do Complexo do Maracanã. A Defensoria Pública da União anunciou na última sexta-feira a suspensão da autorização da demolição das duas instalações esportivas por 30 dias, pelo Iphan nacional (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), além da apelação de intervenção junto ao Comitê Olímpico Internacional (COI) e a proibição da construção de dois edifícios garagem de 22 metros de altura com restaurantes, bares e lojas no local.

De acordo com o defensor público federal André Ordacgy, o Iphan nacional optou pela suspensão da autorização de demolição para analisar outros argumentos e documentos selecionados pela Defensoria Pública. Como a comunicação foi feita pela secretaria de estado da Casa Civil no dia 8 de julho, a medida tem prazo válido até 8 de agosto.

"O Iphan do Rio tinha autorizado a demolição mesmo sem analisar a documentação. Recorremos ao Iphan nacional que garantiu que, mesmo que os estádios sejam demolidos no futuro, não poderão ser construídas torres de estacionamento no lugar deles. Além disso, suspenderam a autorização de demolição por 30 dias para analisar nossas argumentações. Não é a vitória total, mas é o início da vitória" - disse Ordacgy, acrescentando ainda que existe a possibilidade da demolição não ocorrer e dos locais, assim como o Maracanã, entrarem em processo de tombamento.

O defensor público também tem esperança de que o envio de documentos ao COI possa ajudar na manutenção das instalações.

"Continuamos lutando em outras frentes. Foi feita uma representação no Ministério do Esporte e aguardamos o posicionamento do ministro. A grande novidade é que temos um documento pronto que será enviado com urgência ao COI para que a senhora Nawal El Moutawakel (presidente da Comissão de Coordenação da entidade para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016) faça a análise. Não restou outra solução a não ser internacionalizar o conflito."

Questionado sobre a possibilidade de responsabilizar a gestão estadual por iniciar a demolição nas duas instalações esportivas, que já retirou a pista de atletismo, a gaiola de lançamento de peso e uma torre de controle dos locais, Ordacgy disse que, no futuro, pode existir essa reinvindicação.

"A questão da responsabilização do gestor público tem que ser apurada na esfera estadual. Especificamente no que pertine à atuação da Defensoria Pública da União, verificamos vários indícios que poderiam haver responsabilidades de gestão pública por parte do Iphan do Rio de Janeiro. Por isso levamos ao Iphan nacional, que ainda não tem uma decisão definitiva. Vamos ver como isso vai se desenvolver. Mas é possível a responsabilização, que se dá em esferas cível, administrativa e a criminal" - confirmou o defensor que, na coletiva, esteve acompanhado do diretor executivo da Confederação Brasileira de Desportos (CBDA), Dejair Madruga, do presidente da comissão de pais, alunos e ex-alunos da Escola Municipal Arthur Friedenreich e do presidente da federação de atletismo do Estado do Rio de Janeiro, Carlos Alberto Lancetta.

Muitos defensores do Parque Aquático Julio Delamare, do estádio de atletismo Célio de Barros e pais de alunos da Escola Municipal Arthur Friedenreich estiveram presentes na coletiva da Defensoria Pública da União. Munidos de cartazes que pediam a manutenção das duas facilidades esportivas, eles aproveitaram para dar seus depoimentos emocionados.

Os argumentos usados por eles, que tiveram espaço para falar, em prol da das instalações foram diversos, como por exemplo, o uso das facilidades por um grande número de idosos, crianças e portadores de necessidades especiais, além dos treinamentos dos atletas master e a educação dos alunos que frequentam a escola Friedenreich.

Uma das representantes das aulas de hidroginástica ministradas aos idosos no Parque Aquático Julio Delamare, Vânia Magnolia, lamentou que o projeto das obras do Complexo Maracanã compreendam a demolição dos dois locais, mas disse acreditar na suspensão plena da autorização da demolição.

"Somos cerca de dez turmas com 60 alunos. O projeto existe há 30 anos e atende idosos, crianças e pessoas com necessidades especiais. Não estamos fazendo nada. Em abril, recebemos um aviso de que ficaríamos sem aulas por uns dias. Depois, avisaram que teríamos aulas em clubes da região. Chegamos ao América, ninguém sabia de nada. E quando voltamos ao Complexo, estava tudo fechado e com tapumes. Isso é uma vergonha. Mas vamos conseguir mudar isso" - concluiu Vânia Magnolia.

Fonte: Globoesporte.com
Foto: Gabriel Fricke 

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