A Natação feminina brasileira não tem tradição de ter nadadoras no estilo livre, ainda mais nos 50m. Não tinha. Em 2011, surgiu uma promessa, que ficou com a prata no pan de Guadalajara na prova mais rápida da Natação. Graciele Herrmann, de 21 anos, foi aos jogos de Londres e é vista como grande esperança para os jogos do Rio. Ela é a nossa entrevistada dessa semana no Surto. Confira:
- Quando você começou na natação e quando viu que poderia chegar mais longe no esporte?
Comecei a nadar aos doze anos de idade. Logo em minhas primeiras braçadas a natação despertou-me um desejo de buscar novos horizontes. Foi e é algo muito motivante para mim.
- Você ainda trabalha como modelo? Como faz(ou fazia) para poder conciliar o treinamento de alto nível e as passarelas?
Eu tive que fazer uma escolha, ser modelo ou nadadora. Não quer dizer que uma coisa seja excludente da outra, mas tudo é uma questão de foco. E, no momento meu foco é a natação.
- Você teve destaque no pan de Guadalajara em 2011, quando você conquistou a prata nos 50 m livres. como você descreve essa prova?
Trabalho e muito trabalho. Nada vem ao acaso. Tudo isso foi possível com muita dedicação e empenho. Somado a isto, um excelente planejamento e investimento feito pelo Grêmio Náutico União.
- Você é uma nadadora de provas de velocidade, onde cada detalhe vale um centésimo. Como é o foco do seu treinamento?
Hoje tenho que ser melhor que ontem. SEMPRE. O foco tem que ser a superação diária.
- Nos jogos de Londres, você terminou em 22º. Foi o que você esperava?
Os Jogos Olímpicos foi uma excelente experiência. No qual tive a oportunidade de nadar com experientes atletas mundiais. O resultado que esperava não veio, mas tudo tem seu tempo para acontecer. Um grande passo foi dado.
- Qual o seu planejamento para este ciclo olímpico Londres/Rio?
A vontade de estar no Jogos Olímpicos do Rio é IMENSA. O planejamento para ciclo Rio/2016 começou logo depois que cheguei das Olimpíadas de Londres. O planejamento foi pensando para ser alcançado passo a passo, contemplando competições nacionais e internacionais, clínicas de treinamento, equipe técnica, estrutura de treinamento.
- Você conseguiu índice para o mundial de Barcelona. Quais são suas expectativas na competição?
As expectativas são de melhorar minha marca pessoal. Alcançar meu melhor.
- Thiago Pereira criticou logo depois dos jogos de Londres o excesso de vaidade na preparação das nadadoras brasileiras. O que você achou dessa declaração?
A natação brasileira está vivendo um período de transformação. A CBDA está fazendo um belíssimo trabalho, investindo na parte técnica, competições e treinamentos.
- E o que você acha que falta para a natação feminina conquistar sua primeira medalha olímpica?
Estamos no caminho certo. Prova disto, pode ser visto nas revelações que surgiram este ano, em competições nacionais.
- O que você espera dos jogos olímpicos no rio, em 2016?
Espero ter a oportunidade de “QUEBRAR TUDO”.
- Pra encerrar, gostaria que você deixasse um recado para os leitores do Surto Olímpico
Primeiramente, fiquei muito feliz com o convite feito pela equipe do Surto Olímpico. Segundo, a Natação é um esporte “individual”, no qual você passa horas e horas olhando para o fundo da piscina, pensando na melhor forma de obter um resultado, melhorar sua performance, superar limites. Parece ser algo monótono, fatigante, mas NÃO, é DEMAIS. E algo desafiador, motivador, excitante.
Onde, limites pessoais são superados diariamente. Sou apaixonada pela natação e não consigo viver mais fora das piscinas.
Aproveito a ocasião, para agradecer meus patrocinadores: Correios, CDE/Exército, Time Nissan. E minha grande paixão e apoiador, o Clube Grêmio Náutico União.
fotos: Uol, Zero Hora.
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