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No Rio, Delamare e Célio de Barros tentam última cartada para sobreviver

Foto: Divulgação

Ameaçados de demolição, o Parque Aquático Julio Delamare e o estádio de atletismo Célio de Barros vão tentar a última cartada para se manterem de pé. Em audiência pública promovida na última quinta-feira, no Rio de Janeiro, a Defensoria Pública da União no Rio decidiu ingressar até a próxima semana com uma ação cívil pedindo o tombamento federal dos dois equipamentos. Após perderem várias batalhas judiciais contra o governo estadual, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) e a Federação de Atletismo do Rio de Janeiro (Farj) decidiram apelar para a esfera federal. Agora, para manter os dois equipamentos será preciso o reconhecimento do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). 

A audiência, presidida pelo defensor público André Ordacy, teve a participação dos dirigentes das duas entidades esportivas, do deputado federal Marcelo Freixo e depoimentos emocionados de atletas e da viúva de Julio Delamare, dona Mirian, de 81 anos. Presidente da CBDA, Coaracy Nunes pediu para que o governador Sérgio Cabral faça uma grande reflexão para manter o local que passou por uma reforma de R$ 10 milhões para os Jogos Pan-americanos de 2007 em sua primeira gestão.

- Esta audiência foi excelente. Nos deu algumas esperanças. Há uma verdadeira submissão do poder judiciário ao poder do estado. Agora vai ser diferente, vai ser na espera federal. Esse ato é absurdo e totalitário. Vou até as últimas consequências - disse Coaracy.

Quando falava por telefone com o globoesporte.com, Coaracy estava deixando o parque aquático:
- Estou dando um até logo, não um adeus - disse.

A audiência seguiu com depoimentos de atletas dos saltos ornamentais e do nado sincronizado. Houve choro e mais lamentações a repeito da falta de estrutura e da desvantagem para os adversários de outros países. Presidente da Farj, Carlos Alberto Lancetta se emocionou ao lembrar dos atletas que fizeram história no Célio de Barros. Disse que os treinamentos no local foram interrompidos de forma abrupta e argumentou que o terreno cedido pelo Exército, onde estão previstas as construções dos dois novos equipamentos, é menor do que a soma dos atuais. Enquanto a área localizada do outro lado da linha do trem mede 22 mil m², o Célio de Barros possui 26 mil m² e o Julio Delamare, 12 mil m².

O deputado Marcelo Freixo alegou que sem as duas instalações o foco esportivo do Maracanã dará lugar apenas ao entretenimento, e que as mudanças feitas pela concessionária afastarão o público mais carente. Também rebateu um estudo da empresa vencedora da concessão, que afirmou que os locais estavam precários, quando na verdade era mais utilizados do que o parque aquático Maria Lenk e o Engenhão. A audiência seguiu com o depoimento do presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-RJ), Agostinho Guerreiro, que após estudar as plantas disse que os dois equipementos não comprometem o fluxo de torcedores.

Em meio às obras do Maracanã as salas da CBDA no Julio Delamare estão sendo esvaziadas para que a nova sede administrativa da entidade comece a funcionar no Centro do Rio. A maior parte dos funcionários já não trabalha lá. O acesso vem sendo dificultado pelos escombros das obras e há constantes cortes de energia e da conexão da internet. No mês passado o ginásio de saltos ornamentais Carlos Arthur Nuzman foi abaixo para alargar o acesso de uma das saídas do estádio. O governo do Rio havia estendido o prazo para a desocupação para o dia 10 de maio. O Célio de Barros há tempos virou almoxarifado das obras do Maracanã. 

Para suprir a falta de local de treinamentos, a solução poderá ser o uso de instituições militares, como o Cefan, a Escola Naval, a Escola do Exército e a Unifa.

Fonte: Globoesporte.com

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