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Com vistas ao Rio 2016, atletas e dirigentes usam assessoria e redes sociais para reclamar de falta de apoio









Poucas modalidades conseguem viver com as próprias pernas, mas o farto dinheiro quase sempre é empregado em atletas consagrados, enquanto as categorias de base e competidores ainda em desenvolvimento não têm subsídio para realizar viagens e disputar torneios de alto nível. E isso porque o Rio de Janeiro receberá dentro de três anos os Jogos Olímpicos. Por causa disso, dirigentes e esportistas reclamam da falta de apoio, e não apenas em entrevistas para a imprensa. Hoje, assessorias de comunicação e redes sociais são muitos utilizadas para que suas queixas sejam apresentadas e divulgadas.

Por exemplo: em 10 de março deste ano, um dia após a reeleição de Coaracy Nunes na Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos, a nadadora Joanna Maranhão divulgou uma carta aberta em suas contas no Facebook e no Twitter para acusá-lo de lhe tirar patrocínios. Não satisfeito, o dirigente ainda teria feito ameaças à nadadora.

Em 11 de março, foi a vez de Andrea João, ex-ginasta, comentarista e presidente da federação do Rio de Janeiro (FGERJ), reclamar do "descaso" sofrido por seu esporte no estado que receberá a Olimpíada através de uma entrevista enviada por sua assessoria de imprensa.

"Nós mal temos um Centro de Treinamento, com exceção do Paraná. No Rio de Janeiro, atualmente, não temos nenhum espaço destinado aos atletas. Se você tem um CT onde pode se concentrar, no mínimo, é alguma coisa. Se um CT não for criado, acho que não só a ginástica artística, mas para todas as outras modalidades, a sobrevivência vai ser bastante difícil", afirmou Andrea João.

Ela chegou a dizer que o ouro conquistado por Arthur Zanetti em Londres mudaria a ginástica. "Eu realmente não sei o que essa medalha significa. Eu vejo o treinador dele exatamente com as mesmas condições que estava antes da conquista da medalha. Estou tremendamente decepcionada com a falta de valorização que o nosso país, que os nossos dirigentes, que a nossa sociedade deu à essa conquista", falou.

Outro medalhista olímpico no ano passado, Thiago Pereira também usou sua assessoria de imprensa para "lamentar a situação da natação brasileira antes de Olimpíada em casa". O prata em Londres deixou o Corinthians - o clube não quis renovar seu contrato - e o grupo de treinamento P.R.O 16, captaneado por Cesar Cielo, no começo de 2013.

"Engana-se quem pensa que a Olimpíada de 2016 não começou. Um grande resultado não sai de um dia pro outro. É preciso se comprometer antes e o esporte brasileiro como um todo sofre com indefinições. A natação e a ginástica são exemplos", disse. "O resultado não foi só meu. Na natação, o pódio é de todos que me cercam, como comissão técnica, entidades e patrocinador. Por isso que é preciso mais atenção", pediu Thiago.

A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) também vive problemas com a provável demolição do Estádio Célio de Barros, no Rio de Janeiro, local de treinamento para muitos atletas. "Informações chegadas ao conhecimento da CBAt dão conta de que o local próximo ao atual Célio de Barros, que deverá ser oferecido em compensação ao Atletismo e à natação, não comporta as duas modalidades. O espaço daria para construir uma pista inadequada, jamais um Estádio. Não é razoável, não é admissível", explicou a nota de 5 de março.

Um dos esportistas mais críticos, Diogo Silva, do taekwondo, usa seu Twitter para reproduzir matérias - como a da 'Folha de S.Paulo' sobre a vida de Ricardo Teixeira nos EUA - e emitir opiniões diversas sobre o esporte olímpico:

"No mundo ainda existe o tabu que esportes de lutas são violentos. Então vamos todo mundo jogar golfe e nadar no lago". "Os grandes lutadores do mundo deveriam se unir para pressionar o COI. O resultado final será em setembro. As lutas incentivam muitas crianças" - sobre a decisão do COI de retirar lutas do programa olímpico após o Rio-2016

"A luta olímpica saiu dos Jogos Olímpicos, e o taekwondo saiu das Olimpíadas Escolares , tudo isso devido à má gestão. Muito triste, essa notícia"

"Esse é o país que vivemos! Confederação de Tênis usou notas frias na prestação de contas de verba pública"

"Está precisando de uma mente mais radical nesse grupo seleto. Só diálogo com os caras nao funciona...rsrsrs" - sobre a eleição dos integrantes da Comissão de Atletas do COB

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