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Lance Armstrong dá mais detalhes sobre o doping e diz que é impossível vencer sem doping.



Na madrugada de hoje, foi exibida no canal de TV WON (e no Discovery Channel para o Brasil) a primeira parte da entrevista de Lance Armstrong para a apresentadora Oprah Winfrey. Lance demonstrou um pouco de frieza nessa parte, e evitou ao máximo expor outras pessoas que pudessem estar envolvidas no escândalo que manchou a imagem do ciclismo em alto nível. Veja os "melhores momentos" da entrevista do ex-atleta:

Oprah: Você nunca tomar substâncias proibidas para melhorar o desempenho de ciclismo?
Lance: Sim

O: Você usou EPO (eritropoetina, aumenta o nível de glóbulos vermelhos no sangue)
L: Sim.

O: Você usou outras substâncias proibidas além dessa?
L: Sim

O: Era possível vencer sem doping?
L: Não naquela geração. Era impossível vencer o Tour de France sem se dopar. De 200 atletas, geralmente 5 não se dopavam.

O: Você descaradamente negou tudo, então por que agora resolveu dizer a verdade?
L: Essa é a melhor pergunta. Eu não sei se tenho uma grande resposta. Isto é tarde demais, provavelmente para a maioria das pessoas e isso é minha culpa. Eu vejo esta situação como uma grande mentira que eu repeti um monte de vezes. Enquanto eu vivi esse processo, eu sei a verdade. A verdade não era o que eu disse.

O: O que você acha desses caras que andavam limpos? Eram otários?
L: Não. Isso não é verdade.

Sobre o doping:
L: Eu achava muito simples. Haviam drogas que forneciam oxigênio que eram benéficas para o ciclismo. Meu coquetel foi EPO, e não muito, transfusões e testosterona. Não há justificativa verdadeira.

L: Não me dopo desde 2005.

O: Você sentiu medo de ser pego?
L: Não. Hoje, os testes evoluiram. Naquela época, eles não iam à sua casa e não haviam testes fora de competição e na maioria da minha carreira, não havia o teste fora de competição, não sentia medo de ser pego porque você ia limpo para as corridas. É uma questão de agendamento. Isso soa estranho. Eu não sou fã da UCI, mas o passaporte biológico funcionou.

O: Alguém já foi demitido (por não participar do "programa de doping")?
L: Não.

O: Você era um valentão?
L: Sim. Eu era um valentão. Eu tentei controlar a narração. Se eu não gostasse do que alguém disse, eu tentava controlar isso. Eu fui assim por toda a minha vida. Eu queria vencer a qualquer custo. Quando fui diagnosticado (com câncer), eu faria qualquer coisa para sobreviver. Tomei essa atitude (vencer a qualquer custo) pelo ciclismo. Isso é ruim. Eu estava tomando drogas antes disso, mas eu não era um valentão. 

O: Sentia-se errado no momento?
L: Não. Assustador.

O: Você se sentiu mal com isso?
L: Não. Mesmo assustador.

O: Você sentiu que estava trapaceando?
L: Não. O mais assustador.
 

L: Eu vou passar o resto da minha vida tentando ganhar de volta a confiança e tentando se desculpar com as pessoas. Para o resto da minha vida.

L: Eu admito que doei dinheiro para a UCI (União Ciclística Internacional). Mas sem segundas intenções.

Perguntado sobre ter supostamente testado positivo em um teste durante o Tour de Suisse em 2001: 
L: Essa história não é verdadeira. Não havia nenhum teste positivo.

O: Você vai cooperar com a USADA (agência anti-doping dos EUA)?
L: Eu amo pedalar e eu digo que sei que as pessoas me vêem como alguém que desrespeitou o esporte, a camisa amarela. Se pudermos - e eu estou em nenhuma plataforma moral aqui, - se houvesse uma comissão da verdade e da reconciliação, se eu for convidado eu serei o primeiro homem a me prontificar.
 

Na madrugada de sexta para sábado, a partir de 0:00, teremos a exibição da 2ª parte da entrevista (que provavelmente abordará o lado mais humano de Lance, segundo o trailer exibido durante o programa de hoje), que será exibida nesse link e no canal Discovery Channel (consulte sua operadora de TV sobre o canal).

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