Se o US Open vinha previsível, a grande surpresa do torneio veio nas
quartas de final. Insistindo na pancadaria com Tomas Berdych, Roger
Federer pouco ameaçou e foi eliminado, abrindo caminho para o escocês
Andy Murray, que levou um susto quando Marin Cilic sacou duas vezes para
abrir 2 sets de vantagem, mas foi quebrado em ambas. Do outro lado da
chave, ainda pelas quartas, Novak Djokovic confirmou seu favoritismo
contra del Potro, encontrando na semi David Ferrer, que venceu um grande
jogo contra Tipsarevic, decidido no tie break do 5º set.
Nas
semifinais, o fator tempo foi protagonista. Com previsão de chuva e um
tornado nas proximidades na noite de sábado, seria natural que os dois
jogos fossem realizados simultaneamente. Porém, a organização decidiu
manter os jogos na quadra central. Primeiro foi realizado o jogo entre
Berdych e Murray. Diante de um vendaval, o tcheco saiu na frente, mas
foi completamente dominado no 2º e no 3º set. O 4º parecia ir pelo mesmo
caminho com Murray abrindo 3-0, mas Berdych reagiu, e a vitória
escocesa se confirmou apenas no tie-break. Em seguida, Djokovic teve
muitas dificuldades com o forte vento, e perdia por 5-2 para Ferrer
quando o jogo foi suspenso devido ao tornado que se aproximava. Dessa
forma, o jogo terminou no domingo, com fácil virada do sérvio, e a
confirmação da final sendo disputada na segunda-feira pelo quinto ano
consecutivo.
Na decisão, contra Andy Murray pesava o fato de ter
perdido todas as suas 4 finais anteriores de grand slam. Por outro lado,
ele vinha do título olímpico jogando em casa, o que sugeria já estar
jogando melhor sob pressão. Djokovic vinha fazendo um torneio mais
sólido, mas o vento deu as caras novamente, voltando a complicar a vida
do sérvio. Dessa vez, porém, Djokovic conseguiu reagir, mas não evitou a
derrota no primeiro set, em um longo tie-break que durou mais de 20
minutos e acabou com o placar de 12-10. No segundo set o escocês começou
arrasador, abrindo rapidamente 4-0, mas a intensidade caiu, permitindo o
empate em 5-5. Em um set de altos e baixos, Murray voltou a quebrar
Djokovic e fechou em 7-5, ficando a apenas 1 set do título. Enquanto a
noite chegou, o vento diminuiu, e Djokovic cresceu no jogo, vencendo os
sets seguintes por 6-2 e 6-3. Mas a noite era, finalmente, de Andy
Murray. Enquanto o sérvio sofria com cãibras, Murray teve grande volume
de jogo, se impondo e devolvendo o placar de 6-2, garantindo seu
primeiro grand slam na final mais longa da história do US Open, com
quase 5 horas de duração.
No
feminino, a lógica pouco foi contrariada. Apenas a vaga na semi em que
se esperava Radwanska ou Kerber causou alguma surpresa, com a chegada de
Sara Errani, uma top10 mas que não inspirava confiança no piso duro.
Victoria Azarenka passeou até enfrentar a campeã de 2011, Stosur, quando
conquistou uma dura vitória em 3 sets. Com Sharapova, a história foi
parecida, tendo dificuldades contra Petrova e Bartoli, em dois jogos em
que a chuva caiu quando a campeã de Roland Garros perdia. Já Serena
Williams, confirmando a chave tranquila, chegou a vencer 23 games
consecutivos, incluindo um duplo 6-0 contra Hlavackova.
Nas
semis, Serena passeou novamente contra Errani. Já Azarenka e Sharapova
fizeram mais um jogo duro, colocando a bielorrussa, líder do ranking da
WTA, na decisão do torneio. A final, que seria realizada na noite de
sábado, foi adiada para domingo devido ao já citado tornado. E o jogo
começou fácil para Serena Williams. Sacando bem, quebrou Azarenka duas
vezes e fechou em 6-2 sem grandes dificuldades. No set seguinte, foi a
vez da bielorrussa ser mais consistente, levando a americana a cometer
uma série de erros e retribuindo o placar de 6-2. O set decisivo
demonstrou a força mental de Williams. Teve seu saque quebrado no 1-1, e
devolveu a quebra no game seguinte. Novamente quebrada no 3-3, viu
Azarenka sacar para o campeonato em 5-4, mas jogando no limite e
cometendo poucos erros, a norte americana ainda quebraria o saque de
Vika duas vezes, fechando em 7-5 e conquistando o tetracampeonato em
Nova York, seu 15º troféu de um grand slam, cada dia mais absoluta como o
maior nome de sua geração.
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