O Surto Entrevista de hoje traz um bate-papo com Fernando Portugal, capitão da seleção brasileira de Rugby Sevens, modalidade que fará a sua estréia nos Jogos Olímpicos em 2016.
Fale um pouco da sua vida e sua carreira no Rugby Sevens.
Joguei seven pela primeira vez em 1998 em um torneio que acontecia
em Campos do Jordão durante o inverno, que aliás era um dos únicos torneios de
sevens expressivos no Brasil naquela época. Joguei no ano seguinte, em 1999 e
neste mesmo ano participei pela primeira vez da seleção adulta de sevens em
três torneios internacionais. O primeiro foi em Entre Rios na
Argentina, um torneio de seleções de províncias da argentina muito forte. Os
outrso dois foram em Mar
Del Plata na Argenyina e Punta Del Este no Uruguai, ambos
válidos pelo Circuito Mundial de Sevens.
A partir daí sempre joguei os torneios possíveis aqui no Brasil, que
não eram muitos e os que a seleção disputava. Praticamente jogávamos dois torneiros
pelo clube e dois pela seleção, por ano. Muito pouco pra que pudéssemos nos
dedicar mais a esta modalidade.
Em 2005 foi um ano que nos dedicamos um pouco mais e já colhemos
frutos. Vencemos o Chile pela primeira vez na história e passamos a ter a
sensação de que poderíamos evoluir mais.
Somente em 2008 as coisas começaram a se intensificar mais. O Brasil
sediou um sulamericano da modalidade e nós treinamos como nunca havíamos
treinado. Fomos muito bem e passamos a levar os treinos mais a sério e com mais
frequência. A noticia de inclusão do Rugby no Jogos Pabnamericanos de
Guadalajara tbm nos fizeram estar mais atentos ao seven, que é uma modalidade,
que apesar de ter as mesmas regras do Rugby XV, tem uma dinâmica de jogo
bastante particular.
Quais as diferenças básicas entre o Rugby e o Rugby Sevens?
São jogados no mesmo espaço de campo e com as mesmas regras, mas tem
tempos e números de jogadores em campo diferentes, ou seja, a dinâmica do jogo
é completamente diferente.
O sevens, por ter apenas 7 jogadores de cada lado em campo, tem
muitos espaços para serem preenchidos, tanto em ataque,q uanto em defesa. Então os
jogadores são muito exigidos fisicamente, além de estarem sempre tomando
decisões e elas refletirem diretamente nos resultados sos jogos. O tempo tbm é
reduzido no sevens, dois de 7 minutos, o que não te dá tempo de adaptar-se ao
jogo, ou correr atrás do placar. Não permite erros. O XV os trabalhos são mais
dividios, tem posições muito mais específicas, afinal são 15 jogadores em campo. E com dois tempos
de 40 minuos, as vezes o ritmo da partida muda muito durante o jogo.
Quais as potências mundiais da modalidade?
A Nova Zelândia lidera a lista, tanto no rugby XV, quanto no rugby
sevens. São os grandes campeões. Outras seleções que sempre se destacam no
seven são as da Oceania, Fiji e Samoa. África do Sul e Inglaterra também sempre
estão entre as líderes mundiais. Outras seleções tradicionais no rugby XV, que
não tem tanta tradição no seven, tbm tem condições de montar grandes equipes se
se dedicarem. É o caso de Austrália, França, País de Gales, entre outras. A
Argentina é outra potencia mundial na modalidade, mas ainda tem o que crescer
para chegar num nível de Samoa, por exemplo.
Como você se sentiu quando, em 2009, o esporte foi escolhido para
entrar no programa Olímpico, ainda mais fazendo a estréia em casa, no Rio de
Janeiro?
Foi um momento muito emocionante na minha vida. Recebi a noticia
através do meu treinador Mauricio Coelho, que me ligou imediatamente quando
saiu a notícia.
Os sentimentos foram estranhos. Sempre fomos um pouco marginalizados
por jogar rugby, por vários motivos, mas o principal era porque pouca gente o
conhecia. A chance de fazer parte do universo olímpico é a chance que
precisávamos para existir. No Brasil torcemos por futebol o ano todo, ou para
esportes olímpicos em época de Jogos Olímpicos. Acho que o sentimento foi de
finalmente nascer!
Nesse primeiro ciclo Olímpico da modalidade, quais são as suas
expectativas do Brasil para o Sevens, tanto no masculino, quanto no feminino?
Falar em uma competição olímpica, seja qual for a modalidade, é
extremamente complicado. Se pegarmos por exemplo o futebol, que nos dizemos
potencia, é assustador nunca ter vencido uma medalha de ouro.
Não acho que seja hora para falarmos em posição, ou expectativa
olímpica. É claro que como jogador o sentimento é de que poderemos conseguir
vencer a medalha de ouro. No entanto, a hora é de aproveitarmos o momento e a
visibilidade, para nos consolidarmos como uma modalidade que é praticada no
Brasil, organizarmos com solidez segurança esse crescimento e colher os frutos
no futuro.
Em paralelo, trabalhar duro para representar o brasil dignamente
perante nosso povo no maior espetáculo esportivo do planeta.
Deixe algumas palavras para os leitores do blog.
Obrigado pelo espaço no blog. O rugby é um esporte fantástico e
precisa ser divulgado. A medida que as pessoas o conhecerem, tenho certeza de
que irão se apaixonar, ou pelo menos, admira-lo, como torcedores.
1 Comentários
Dale Portuga! Representando o Rugby no Brasil com toda garra! Assim vc mata o papai!
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