Mais uma vez, a máxima
prevalece: quem não vai tão bem no Tour de France tem chances maiores nos Jogos
Olímpicos. Superando todas as expectativas e previsões, Alexandr Vinokurov
(Cazaquistão) venceu a prova de ciclismo de estrada dos Jogos Olímpicos de
Londres, superando competidores em melhores condições físicas e técnicas, e o
mais surpreendente: derrotando os favoritos da prova, o "dream team"
britânico do ciclismo de estrada.
A prova foi disputada
em um percurso que iniciava e terminava em frente ao Palácio de Buckingham, com
um circuito previamente planejado a 40 km de Londres, que foi batizado com o nome
de "zig zag", pela alternância de curvas em subidas e descidas. A
prova de hoje é uma "clássica", pois tudo acontece em apenas uma
única prova, com o vencedor sendo aquele que simplesmente chegar em primeiro,
diferente do "tour", que é uma prova de vários dias, seguindo o
conceito de regularidade (aquele que tiver o menor tempo cumprido em todas as
etapas).
A prova de hoje (28)
aconteceu em um circuito considerado plano, sem nenhuma montanha a ser
escalada, e todas as subidas eram muito leves, com uma chegada em Londres no
plano. Logo, era uma prova perfeita para os sprinters, ou ciclistas que se
destacam pela velocidade no quilômetro final da prova. E um dos favoritos
máximos para vencer nessas condições era o britânico Mark Cavendish,
considerado o melhor sprinter do mundo, e vencedor da última etapa do Tour de France
2012, em Paris. Mark
estava muito bem escoltado pela fortíssima equipe britânica, que ainda contava
com o veterano David Millar, o vice-campeão do Tour de France, Christopher
Froome e o atual campeão do Tour, Bradley Wiggins.
Porém, todo esse
poderio não valeu de muita coisa. Cavendish até partiu para o sprint final, mas
aí, as três semanas de Volta da França pesaram, e Vinokurov, que por sua vez
teve uma péssima volta em território francês, superou com tranquilidade o
britânico e outros favoritos mais destacados (como o italiano Vincenzo Nibali,
o alemão Tom Boonem, e os australianos Stuart O'Grady e Michael Rogers),
vencendo a sua primeira medalha olímpica. Para Vinokurov, a conquista tem um
tom especial, uma vez que o atleta já anunciou a sua aposentadoria ao final
desse ano.
A medalha de prata
ficou com o colombiano Rigoberto Uran, em uma disputa acirrada com Vinokurov e
com o medalhista de bronze, o norueguês Alexander Kistoff, que conseguiu
controlar o pelotão, que só buscou a "fuga" dos demais cilistas no
final da prova.
A disputa foi marcada
pelas ausências e decepções. A ausência de um ciclista britânico (aliás, os
britânicos puxaram o pelotão a prova inteira justamente para facilitar a vida
de Cavendish no final) no pódio foi algo surpreendente. Alguns dos melhores
ciclistas do mundo são desse país. Entre as ausências, vale a pena registrar
aquelas que já eram certas, como o espanhol Alberto Contador (cumprindo punição
de dopping) e Andy Schleck (contusão), além daqueles que não puderam competir
por causa de problemas durante o Tour, como Frank Schleck (suspenso por ser
pego no dopping durante o Tour de France), e o espanhol Samuel Sánchez,
medalhista de ouro em Pequim (2008), por ter se contundido durante a Volta da
França.
O Brasil estava presente
na competição do ciclismo de estrada em Londres, mas não tiveram chances de
vencer. Presos no meio do pelotão, Murilo Fischer, Gregolry Panizo e Magno
Prado Nazaret não conseguiram alcançar os líderes no final da etapa, ficando
longe da briga por medalhas.
Amanhã (29), vai
acontecer a prova feminina do ciclismo de estrada, e na próxima quarta-feira
(01/08), a prova do contra-relógio individual masculina.
Com informações da ESPN.com.br
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