O debate acerca da mudança de cidade dos eventos de maratona e marcha atlética dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 parece estar longe de ter um fim. Corretores posicionaram a favor e contra da alteração de local para a cidade de Sapporo com temperaturas mais amenas. A proposta ganhou força após o Mundial de Atletismo Doha 2019, onde diversos atletas passaram mal ao longo das provas.
O Comitê Olímpico Internacional (COI) diz estar preocupado com saúde dos atletas, entretanto encontrou resistência por parte de autoridades da capital nipônica. Yuriko Koike, governador de Tóquio, afirmou que a decisão foi mais "imposta" do que discutida, mostrando o descontentamento com a realocação das corridas.
Entre os atletas, a alteração vem ganhando popularidade. "Eu acho que com Doha, eles tiveram um pouco de realidade sobre o quão ruim pode ser", disse o australiano Sinead Diver. A estadunidense Kellyn Taylor destacou também a lição aprendida no Qatar no último Mundial. "Eles estão levando em consideração as coisas que aconteceram em Doha e realmente tentando melhorar as coisas."
Um dos empecilhos nessa troca e a distância que separa Tóquio e Sapporo, 1.100 quilômetros, o que impede a inserção desses esportivas dentro do clima olímpico e das festividades que cercam os dias de competições. Além disso, o percurso na capital japonesa seria encerrado dentro do Estádio Olímpico, tradição abandona em Londres 2012 e Rio 2016 e que dá um ânimo a mais aos atletas.
Outros posicionamentos enxergam a alteração como algo desnecessário. "Se não é garantido que seja dez ou quinze graus mais frio, acho que prefiro tê-la em Tóquio" disse Diver. Taylor, por sua vez, não enxerga a temperatura como um problema crucial. "Todo mundo está correndo a mesma corrida. Você se prepara para isso e corre de forma inteligente. Vai ser uma festa do sofrimento."
Foto: Nariman El-Mofty/AP
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