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Coluna Surto Mundo Afora #51 - Hóquei na Grama: As holandesas seguem imbatíveis e os belgas confirmam ascensão


Por Bruno Guedes

A Seleção Feminina de Hóquei na Grama da Holanda confirmou o favoritismo e foi campeã europeia 2019, na Bélgica, garantido vaga nas Olimpíadas. Apesar de dois resultados inesperados nos primeiros jogos, as holandesas mostraram porque estão imbatíveis nesse ciclo para Tóquio, vencendo todas as competições que disputou até agora. A vitória até certo ponto tranquila sobre a forte Alemanha na final, uma das possíveis que pode ameaçar sua hegemonia, provou que só uma zebra tira o ouro olímpico no ano que vem.

A Holanda empatou suas duas primeiras partidas contra equipes fortes, como as anfitriãs belgas e as espanholas. Ambos os jogos por 1 a 1. Os tropeços pareciam mostrar que as atuais campeãs mundiais e prata na Rio 2016 teriam vida complicada nessa competição, ao contrário de 2017 quando sobrou. Por este motivo saiu em segundo no grupo, algo surpreendente. Mas apenas pareceu. Com um time ainda em renovação e mescla de várias gerações, se impôs a partir de então.

Atropelou a Rússia por 14 a 0 e nas semifinais fez o jogo mais impressionante deste torneio. Venceu a Inglaterra, cuja base é a da campeã olímpica Grã Bretanha, por incríveis 8 a 0. Há três anos, nas Olimpíadas do Rio, as britânicas deram muito trabalho e venceram nos shootouts após empatarem em 3 a 3 no tempo normal. Mas desta vez, com equipes se renovando e buscando novos aspectos esportivos, a revanche foi avassaladora. Foi a terceira vez que se enfrentaram desde aquele embate em 2016. Todas com vitórias holandesas.

Além do título, a Holanda viu na veterana e grande defensora Caia van Maasakker a artilheira do torneio, bem como a ótima volta da fulminante Lidewij Welten, que ficou quase oito meses parada após grave lesão em 2018. Ambas com cinco gols. Ao todo as holandesas balançaram as redes 26 vezes, contra apenas dois contra. Números que demonstram a força laranja.

Já a Alemanha, que hoje parece ser a equipe mais próxima do estágio evolutivo holandês, fez um torneio com as oscilações que podem ser o seu grande problema. Após atropelar a Bielorrússia por 13 a 0, empatou em 1 a 1 com a Inglaterra e Irlanda. Também terminou em segundo no grupo. Ao vencer a Espanha por 3 a 2 nas semifinais, confirmou o bom trabalho que vem sendo feito desde 2016.


A Seleção Alemã vem fazendo uma renovação com nomes jovens e talentosos, como Anne Schroder, Pia Maertens e Selin Oruz. E todas sob a liderança da consagrada Janne Muller-Wieland, grande nome do hóquei do país atualmente. A média de idade da equipe foi de 24 anos, mostrando o trabalho a longo prazo.

As espanholas ficaram em terceiro, também mostrando como o investimento feito na liga local começa a dar frutos. Sétima no ranking mundial, seu time está no estágio mais alto de renovação, com média de idade em 27 anos e bastante jogadoras experientes, que já participaram das principais competições mundiais.

No Masculino, os campeões mundiais não deram chance ao azar e também confirmaram que a prata na Rio 2016 não foi ao acaso. A Bélgica levantou seu primeiro título europeu, e em casa, quase que sem sustos. Terminou o torneio com 100% de aproveitamento e vencendo todos os seus cinco jogos. De quebra, os artilheiros da Euro com Torn Boon e Hendrickk, ambos com cinco gols.

Superando a boa seleção espanhola por 5 a 0 na final, os belgas colheram o investimento recente no esporte. Numa categoria onde há um equilíbrio bem maior que no feminino, despontam como grandes favoritos ao título olímpico que deixaram escapar no Rio, onde foram derrotados pela Argentina.

Terceiros colocados, os holandeses decepcionaram ao serem derrotados pela mesma Espanha nas semi, num 4 a 3 eletrizante. O trabalho do técnico argentino Max Caldas é bem elogiado, porém viveu altos e baixos neste ciclo olímpico. A Holanda ainda parece ser a grande rival da Bélgica em Tóquio 2020, mas antes precisa se classificar. Ao contrário da forte escola alemã de hóquei, que decepcionou com três derrotas e um quarto lugar superado pelos rivais.

foto: Eurohockey.org

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