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Após dois anos, Miguel Cagnoni deixa a presidência da CBDA em definitivo


Depois de se afastar do cargo de presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) na sexta-feira, dando totais poderes ao ex-nadador medalhista olímpico Ricardo Prado, hoje diretor-executivo e diretor-secretário, Miguel Cagnoni anunciou neste sábado que deixa a presidência da entidade em definitivo. O anúncio foi feito por meio de uma mensagem enviada à reportagem do site do GloboEsporte.com e a presidentes de federações estaduais.

O agora ex-dirigente lembrou que tem enfrentado problemas de saúde no âmbito familiar com sua esposa e destacou que a CBDA vem enfrentando graves problemas desde 2016. Ele, que assumiu a presidência da entidade em 2017, relembrou o impedimento de receber recursos oriundos da Lei Agnelo-Piva, além do fato de que a confederação ficou sem o contrato dos Correios a partir de dezembro de 2018, o que "agravou consideravelmente a crise". Ele falou ainda sobre a busca, sem êxito, por patrocinadores.

"Plenamente consciente de estarmos às vésperas de uma Nova Olimpíada, sei que precisamos dar tranquilidade aos nossos atletas para que possam se concentrar nesse objetivo olímpico. Consciente que sou que a turbulência política vivida pela nesses dias pela CBDA em nada contribui para essa meta comum a todos, tomei a decisão baseado na minha grave crise de saúde familiar, minha própria saúde, de deixar o cargo de presidente da CBDA partir de hoje definitivamente. Todos os instrumentos necessários para minha sucessão existem e estão em vigor. Boa sorte a quem me suceder. Estarei sempre torcendo pelos esportes aquáticos"  escreveu.

Na sexta-feira, o GloboEsporte.com publicou que a Federação Internacional de Natação (Fina) enviaria um observador, o paraguaio Juan Carlos Orihuela, para acompanhar a Assembleia Geral da entidade, marcada para a próxima segunda-feira, dia 16 de setembro. A decisão da entidade internacional de mandar um representante confere credibilidade e respaldo jurídico à reunião, pedida e encabeçada por federações estaduais para decidir pelo afastamento de Cagnoni.

Há duas semanas, pressionado diante da crise financeira e institucional da CBDA, Cagnoni havia publicado um boletim antecipando o processo eleitoral, que deveria acontecer apenas em 2021. No comunicado, o presidente enumerou os motivos para antecipar o pleito. Afirmou que levou em consideração o cumprimento das recomendações do processo ético aberto pelo Conselho de Ética do Comitê Olímpico do Brasil à CBDA, entre outras razões. Disse, porém, discordar dos fundamentos da decisão. O boletim afirmava que um edital seria feito para convocar as eleições. Além disso, designava Paulo Schmitt, diretor jurídico da entidade, como responsável por gerenciar o processo eleitoral e a pela criação da comissão eleitoral.

Desde o final de 2016, a confederação tem passado por um declínio que a deixou em uma penúria financeira atualmente. Coaracy Nunes, que presidia a entidade desde 1988, foi afastado e preso- atualmente ele e mais 3 ex-dirigentes respondem em liberdade. O Brasil quase não pode disputar o mundial de esportes aquáticos de 2017, por falta de reconhecimento da FINA do novo governo de Miguel Cagnoni. um novo pleito foi realizado em fevereiro de 2018 e aceito pela entidade que rege os esportes aquáticos no mundo.

Mas miguel não conseguiu se manter por tempo por conta de dívidas de problemas com os correios, que era principal patrocinador da entidade e que não renovou o contrato, além de recursos da lei Agnelo/piva rejeitados por terem prestações de conta terem sidos rejeitados pelo COB - não ofam comprovados gastos de 1,6 milhões de reais, que seomam aos 6 milhões também não prestados da administração anterior de Coaracy.


Veja, na íntegra, a mensagem de Miguel Cagnoni endereçada aos presidentes das federações:

"Prezados presidentes,

Não é segredo para ninguém que tenho enfrentado sérios problemas de saúde no âmbito familiar com minha esposa. Não é segredo para ninguém que a CBDA vive graves e seríssimos problemas gerados a partir de 2016 e que assumimos a presidência da entidade em 2017 com um uma glosa na prestação de contas junto ao COB oriundas totalmente na gestão anterior que impediu desde então de recebermos os recursos oriundos da lei Agnelo Piva .

Os recursos que tínhamos desde o início da nossa gestão sempre foram insuficientes face às despesas então existentes. Promovemos desde logo sérios e profundos cortes na gestão da entidade mas que não foram suficientes para atingir o equilíbrio necessário. A partir de dezembro de 2018 ficamos sem o contrato dos correios o que agravou consideravelmente a crise. Lutamos incansavelmente na busca de novos patrocinadores sem nenhum resultado face a devastadora crise vividas no país que causou uma enorme retração nas parcerias comerciais.

Não tenho e nunca tive nenhuma vocação para me perpetuar no poder. Minha história e trajetória de vida sempre foi limpa e pautada por respeito, transparência e muito trabalho. Como ex-atleta sempre admirei muito a evolução dos esportes aquáticos no país do qual sei que contribui muito para tornar realidade.

Plenamente consciente de estarmos às vésperas de uma nova Olimpíada sei que precisamos dar tranquilidade aos nossos atletas para que possam se concentrar nesse objetivo olímpico. Consciente que sou que a turbulência política vivida pela nesses dias pela CBDA em nada contribui para essa meta comum a todos, tomei a decisão baseado na minha grave crise de saúde familiar, minha própria saúde, de deixar o cargo de presidente da CBDA a partir de hoje definitivamente. Todos os instrumentos necessários para minha sucessão existem e estão em vigor. Boa sorte a quem me suceder. Estarei sempre torcendo pelos esportes aquáticos".

foto: Sátiro Sodré/ SS Press/CBDA
Com informações de globoesporte.com

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