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Mundial de Canoagem Sprint - Último Dia: Isaquias Queiroz leva título mundial inédito no C1 1000m


Em Szeged

Isaquias Queiroz conquistou seu sexto título mundial e o primeiro no C1 1000m em uma manhã iluminada nas águas do Centro Olímpico de Szeged, na Hungria. No dia em que seu filho Sebastian comemora dois anos, ele venceu não só Sebastian Brendel, mas também o cansaço do dia anterior e Tomasz Kaczor (POL) e Adrien Bart (FRA), que ficaram com a prata e o bronze.

O Brasil sai de Szeged com seis medalhas. Além das duas medalhas conquistadas por Isaquias - ele também levou o bronze no C2 1000m ontem ao lado de Erlon de Souza -, foram quatro pódios na paracanoagem: Ouro e bronze para Luís Cardoso da Silva no VL2 e KL1, respectivamente, e prata e bronze para Caio Ribeiro de Carvalho no VL3 e KL3, respectivamente.


"É incrível, ganhar uma medalha, depois de um ano como esse. Eu vim para cá, não tava preparado ainda, sabia disso. Vim resfriado, remar C1 e C2 foi muito cansativo, mas conversei bastante com o Lauro de Souza durante o aquecimento", explicou logo depois da prova. "A prova do C1 me ajudou bastante a ter confiança. Eu tava cansado, mas acordei bem, sem pressão nenhuma já com a vaga olímpica", comentou, lembrando ainda da importância no legado deixado pelo treinador Jesús Morlán na conquista deste domingo, falecido em novembro do ano passado.

Ainda nas águas, na entrevista oficial, ele também agradeceu à Hungria, "por esse campeonato maravilhoso e é muito bom ganhar onde um grande ídolo meu já foi campeão", em referência a Attila Vajda, natural de Szeged, campeão olímpico em Pequim, e três vezes campeão mundial da prova, quem ele teria notado durante o aquecimento. Ele explicou que a queda n'água na comemoração foi uma homenagem a Vajda, que fez o mesmo gesto ao vencer o título mundial em Szeged, em 2011 (veja aqui). 


O brasileiro largou mal e passou os 250m apenas em oitavo lugar, enquanto o chinês Pengfei Zheng passou em primeiro, mas foi logo alcançado por uma série de adversários, entre eles o alemão Sebastian Brendel, atual tricampeão mundial da prova, que liderava na altura dos 500m, em uma corrida ainda embolada. Um sprint inspirado de Isaquias lhe valeu a liderança com certa folga, a qual nunca mais perdeu até a linha de chegada.

A respeito das condições da água e da estratégia adotada, ele explicou que conseguiu trabalhar com o vento e essa foi a chave da vitória. "Quando tem muito vento é complicado, porque ele atrapalha. Eu aproveitei a minha estatura baixa para me esconder o máximo possível. Sabia que o Brendel viria forte porque ele é muito alto, quanto mais alto pega mais vento. Eu não queria brigar contra o vento, queria ir junto com ele, quanto mais brigar é pior. Eu me botei mais embaixo, usando o tronco para descansar o braço e as pernas", explicou, complementando: "Quando passou da metade vi que estava bem, nos 400m vi 'é agora', fui indo, indo, indo e nos 250m, pensei 'ninguém me pega mais', se me pegarem é porque são foda mesmo'. Só que eu subi muito e não tinha mais como me pegar, tanto que já soltei porque no final já era hora de comemorar e já foi", celebrou.


Vagner Junior Souta participou da última prova da competição, e mira vaga olímpica

O único representante brasileiro no caiaque, Vagner Junior Souta terminou em 20º na prova de C1 5000m, que encerrou o Mundial de Szeged, na tarde de domingo. Ele também participou do K1 1000m, ainda na quinta-feira, terminando com o 30º melhor tempo e fora das semifinais. 

Em entrevista ao Surto Olímpico antes da prova dos 5000m, ele falou sobre seu desempenho no K1 1000m, o qual tenta uma vaga olímpica. "O foco é melhorar o máximo possível. Aqui eu já sabia que seria complicado, mas vale a pena tentar. O nível está muito alto e são poucas vagas para o individual. Fiz um tempo razoável, 3:36, mas não suficiente para pegar a semifinal", declarou.


Sobre sua rotina pós-competição ele comentou que "a gente sempre tenta melhorar os seus erros. Na quinta depois da prova eu cheguei no hotel e assisti o vídeo, vejo o que eu errei e tento consertar na próxima. Temos que continuar analisando".

Toda a delegação brasileira segue da Hungria para Brasília e disputa o Campeonato Nacional em na capital federal no próximo fim de semana. Atualmente treinando em Tui, Espanha, o atleta está focado primeiro na seletiva nacional que deve acontecer em fevereiro e em seguida no Pan-Americano do Chile, em maio, que dará uma vaga olímpica a um representante americano. 

Sobre a escolha em participar apenas do K1 1000m, o paranaense natural medalhista de bronze no K2 1000m em Toronto-2015 e representante olímpico no K4 no Rio de Janeiro, ele explicou que "desde 2016, o grupo se espalhou e acabei focando mais no individual. O objetivo principal é o K1, mas não descarta a possibilidade de disputar o K2, "surgindo uma boa embarcação para o Pan-Americano".


Disputa pela liderança entre Alemanha, Belarus e Hungria, força da China e domínio de Lisa Carrington marcam último dia

No complemento das provas da Canoagem olímpica, que também definiram as últimas vagas dada pelo Mundial, novas potências confirmaram presenças e lendas consolidadas deram mais show.

Sun Mengya e Xu Shixiao deram mais o terceiro ouro à China na final dos 500m do C2. Takacs Kincso e Balla Virag deram a prata para a Hungria, fazendo a festa da torcida. O bronze foi para Volha Klimava e Nadzeya Makarchanka (BLR). No K-1 500m, Lisa Carrington (NZL) levou seu segundo título desta edição sem sofrer qualquer resistência. A prata foi para Volha Khudzenka (BLR) e o bronze para Danuta Kozak (POL). Foi seu terceiro título mundial nos 500m, sendo que ela é a atual heptacampeã dos 200m no K1. 

Na final do K4 feminino 500m, a Hungria segue seu domínio na prova que vem desde as Olimpíadas do Rio e levaram o tricampeonato na prova com Dora Bodonyi, Erika Medveczky, Tamara Csipes e Alida Dora Gazso. A prata ficou com Maryna Litvinchuk, Volha Khudzenka, Nadzeya Papok e Marharyta Makhneva (BLR) e o bronze foi para o time polonês formado por Karolina Naja, Anna Pulawska, Katarzyna Kolodziejczyk e Helena Wisniewskaakhneva.


Belarus venceu o quadro de medalhas final com 6 ouros, superando a Alemanha no número de pratas. A anfitriã Hungria venceu 5 provas. Apesar do sucesso, foi só na manhã deste domingo que a Alemanha faturou medalha em prova do programa olímpico e vieram dois ouros. Max Hoff e Jacob Schopf venceram o K2 1000m, a frente dos espanhois Francisco Cubelos e Inigo Pena. Cyrille Carre e Etienne Hubert (FRA) levaram o bronze. E na última prova olímpica disputada, o K4 500m, Tom Liebscher, Ronald Rauhe, Max Rendschmidt e Max Lemke deram o tricampeonato mundial à Alemanha, que também é a atual campeã olímpica. A prata foi para o time espanhol, formado por Saul Craviotto, Carlos Arevalo, Rodrigo Germade e Marcus Waltz. Já o bronze ficou com a Eslováquia, representada por Erik Vlcek, Adam Botek, Csaba Zalka e Samuel Balazraviotto. 

Em provas que não constam no programa olímpico Takacs Kincso e Balla Virag mais uma vez perderam para chinesas na disputa pelo ouro, desta vez no C2 200, contra Lin Wenjun e Zhang Luqi. O bronze foi para Dilnoza Rakhmatova e Nilufar Zokirova (UZB). No C1 200m masculino, Henrikas Zustautas (LTU) levou o ouro, Arstem Kozyr (BLR) prata e Zaza Nadiradze (GEO) bronze. Já no K2 200m masculino, Iurii Postrigai e Alexander Dyachenko (RUS) levaram o ouro, Piotr Mazur e Bartosz Grabowski (POL) foram prata e Mark Balaska e Levente Apagyi (HUN) conquistaram o bronze. 

No C4 masculino 500m Ivan Shtyl, Pavel Petrov, Viktor Melantev e Mikhail Pavlov levaram o ouro, superando nos metros finais Jan Vandrey, Conrad-Robin Scheibner, Tim Hecker e Moritz Adamavlov (GER). Andrei Bahdanovich, Evgeniy Tengel, Maksim Krysko e Vitali Asetskidamavlov (BLR).


Na tarde do domingo na Hungria aconteceram as provas de "maratona aquática" que encerraram a programação.

Depois do 4º no C1 1000m, o alemão Sebastian Brendel voltou à raia e venceu os 5000m, seu segundo ouro na competição - ele venceu também os 500m. A prata foi para Adolf Balazs (HUN) e o bronze ficou com Fernando Dayan Jorge Enriquez. Em gafe da organização, a bandeira chilena foi hasteada no lugar da cubana. 

Maria Mailliard coroou um ótimo mundial, em que lhe valeu a vaga olímpica com uma prata nos 5000m feminino no C1, em prova vencida por Volha Klimava (BLR). O bronze foi para a chinesa Zhang Yajue. No K1 feminino, a húngara Dora Bodonyi levou o ouro, seguida por Tabea Medert (ALE) e Maryna Litvinchuk (BLR). Na última disputa do dia, Aleh Yurenia (BLR) levou o ouro, três segundos a frente do alemão Max Hoff. O português Fernando Pimenta ficou com o bronze. O Brasileiro Vagner Junior Souta terminou em 20º lugar.

Fotos: Mateus Nagime / Surto Olímpico

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