Últimas Notícias

Mundial de Vôlei de Praia Sub-21 - Último dia: Brasil campeão no masculino e feminino


O Brasil conquistou na manhã deste domingo (23.06) os títulos masculino e feminino do Campeonato Mundial Sub-21 de vôlei de praia, disputado em Udonthani (Tailândia). Rafael/Renato (PB) superou na final os italianos Windisch/Di Silvestre por 2 sets a 0 (21/11, 21/15), e Vitoria/Victoria (RJ/MS) venceu as russas Bocharova/Voronina por 2 sets a 1 (17/21, 21/15, 15/13). É o terceiro título seguido do país nos dois naipes, repetindo feito de 2016 e 2017. 

A campanha brasileira na Tailândia foi impecável. Rafael/Renato e Vitoria/Victoria terminaram a disputa do mundial de base invictos, ambos com sete triunfos. Somando as participações de 2016 e 2017, as duplas principais do país - que entram já na fase de grupos - não perdem uma partida no Campeonato Mundial Sub-21 há 21 jogos. No total, agora são 16 títulos da competição, sendo nove no feminino e sete no masculino (veja abaixo a lista completa). 

A final masculina teve domínio total dos brasileiros, que não estiveram atrás do placar em nenhum momento da partida. Rafael, que disputou um mundial de base pela primeira vez, comemorou a conquista ao lado do irmão gêmeo. A família, inclusive, é de amantes do voleibol, tendo sido incentivados pela mãe, Hellen, praticante da modalidade em João Pessoa (PB). 

"Eu tenho lutado por essa medalha por muitos anos, buscando meu espaço nas seleções de base, tentando evoluir ao máximo. É uma emoção muito grande, sempre tive o apoio e incentivo da minha família. Sempre trabalhei muito forte para isso e finalmente consegui essa medalha de ouro com meu irmão. É um sonho tornando-se realidade”, disse Rafael. 

"Estou muito feliz em ganhar esses dois títulos seguidos, especialmente agora ao lado do Rafael. Nós jogamos muito bem aqui na Tailândia, e na final, fizemos tudo certo em quadra, foi talvez nossa melhor partida. Ele (Rafael) jogou demais na defesa e me ajudou muito. Nosso entrosamento e união fez toda a diferença”, completou Renato. 

Renato, que em 2017 foi campeão junto de Adrielson (PR), se iguala a dois atletas olímpicos que também venceram duas vezes o Campeonato Mundial Sub-21: Pedro Cunha (RJ) e Pedro Solberg (RJ). O jovem paraibano de 19 anos também havia conquistado o Mundial Sub-19 em 2016. O técnico da seleção masculina de base do vôlei de praia, Robson Xavier, analisou o desempenho do time na competição e a forma dominante na final, sem chance aos italianos. 

“Eles imprimiram a qualidade deles, um saque muito forte e um volume defensivo muito alto. Renato é um jogador que desequilibra, consegue ter uma percepção do jogo acima da média, um talento imenso. E o Rafael possui um volume de jogo intenso, uma virada de bola muito eficiente. Isso tudo tornou o sistema defensivo muito forte. Estudamos muito bem a Itália, sabíamos da dificuldade do Di Silvestre em atacar no corredor. Ficamos bloqueando a diagonal dele. Tudo que planejamos, eles executaram com extrema competência. A Itália é uma excelente equipe, mas estávamos muito preparados, fizemos nossa melhor partida na decisão”, destacou. 

Se a medalha de ouro no masculino veio com domínio, no feminino ela foi conquistada na base da garra e emoção. Vitoria e Victoria começaram atrás na partida contra as russas, que já disputam o Circuito Mundial adulto, mas levaram o duelo ao tie-break. Perdendo por 13 a 11 no set final, conseguiram anotaram quatro pontos seguidos para virar o placar. Victoria comentou a diferença de postura do primeiro set para a sequência da partida. 

“Começamos um pouco ansiosas, errando algumas bolas fáceis e com um saque pouco eficiente. No segundo set, começamos a sacar muito melhor e isso foi fundamental. Colocamos pressão e começamos a conseguir defesas e alguns bloqueios por termos um saque melhor. O terceiro set foi disputado ponto a ponto, os times errando pouco. Felizmente nos superamos, encontramos alguns contra-ataques que nos permitiram a virada e o título”, disse Victoria, que completou. 

“Estou muito feliz por nossa campanha. A Vitoria se superou muito, ela recebeu basicamente todos os saques no primeiro set, em um calor muito intenso. Agradeço demais por ela ter defendido muito bem, convertido contra-ataques importantes, e ao ‘Big’ (o técnico da dupla, Marcelo Carvalhaes), por ter nos orientado e passado tranquilidade do primeiro para o segundo set”, disse. 

É o primeiro título mundial sub-21 de ambas, mas Victoria já havia vencido o Campeonato Mundial Sub-19, em 2016, quando tinha apenas 16 anos. Vitoria, autora do ponto final da partida, também celebrou muito a medalha de ouro, relembrando a volta por cima da dupla, que na edição passada havia sido eliminada no classificatório, deixando a disputa precocemente. 

“A alegria é muito grande, não consigo descrever a felicidade por esse título. Dois anos atrás, sofremos uma decepção muito grande, não passamos do classificatório e ficamos muito frustradas por nosso desempenho. Isso talvez tenha criado uma dúvida em nós, duas defensoras juntas. Mas quando fomos convocadas, nos unimos, nos fechamos. Foi uma superação a cada jogo, contra meninas quase sempre mais altas. Mas Victoria sempre me ajudou e eu sempre a ajudei. Jogamos muito bem, e, como falei, a Victoria é a melhor do mundo para mim (risos)”, declarou. 

O técnico da seleção de base feminina de vôlei de praia, Marcelo Carvalhaes, o ‘Big’, analisou o desempenho da dupla e destacou a importância da pressão no saque, levando o jogo para o tie-break após grande apresentação no segundo set do duelo. 

“Tivemos muita confiança nessa dupla desde o começo, confiança no trabalho, confiança nelas como atletas, individualmente. Jogaram com muita tranquilidade, pareciam duas jogadoras muito experientes, como se tivessem décadas de voleibol. Sempre acreditando no potencial delas. Não começamos bem, mas sabíamos que nosso saque iria crescer e fazer a diferença. Pedi para que a Victoria começasse a sacar ‘viagem’ para dificultar o ataque russo e criar mais defesas. Funcionou, vencemos o segundo set e fomos para o tie-break com confiança. Elas acreditaram na tática que traçamos e só posso agradecê-las”, disse o ‘Big’.

Foto: FIVB

0 Comentários

.

APOIE O SURTO OLÍMPICO EM PARIS 2024

Sabia que você pode ajudar a enviar duas correspondentes do Surto Olímpico para cobrir os Jogos Olímpicos de Paris 2024? Faça um pix para surtoolimpico@gmail.com ou contribua com a nossa vaquinha pelo link : https://www.kickante.com.br/crowdfunding/ajude-o-surto-olimpico-a-ir-para-os-jogos-de-paris e nos ajude a levar as jornalistas Natália Oliveira e Laura Leme para cobrir os Jogos in loco!

Composto por cinco editores e sete colaboradores, o Surto Olímpico trabalha desde 2011 para ser uma referência ao público dos esportes olímpicos, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo.

Apoie nosso trabalho! Contribua para a cobertura jornalística esportiva independente!

Digite e pressione Enter para pesquisar

Fechar