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Após novo escândalo, futuro do boxe em Tóquio 2020 está cada mais incerto


O risco de o boxe ser excluído dos Jogos Olímpicos de Tóquio, no ano que vem, cresceu após acusações de manipulação de resultados nos Jogos Rio 2016.

Uma série de decisões questionáveis na Rio/2016 causou enorme controvérsia e 36 funcionários e árbitros foram suspensos quando surgiram suspeitas de que as decisões em algumas das lutas haviam sido fraudadas, causando um grande conflito entre o Comitê Olímpico Internacional e o corpo de boxe amador, a AIBA, que já enfrentando outras crises desde o ciclo olímpico passado.

Como noticiado pelo Surto, o jornal francês Le Monde afirmou ter tido acesso a detalhes de uma investigação interna da AIBA, que levantou sérias dúvidas sobre as decisões nas olimpíadas do Rio de Janeiro.

O Le Monde noticiou que um e-mail do então presidente da AIBA, Wu Ching-Kuo, em Novembro de 2016, sugeriu que o diretor executivo Karim Bouzidi teria agido com outro funcionário e alto escalão para influenciar juízes, em particular aqueles que presentes em lutas com pugilistas da França e do Uzbequistão. 

Bouzidi foi retirado de seu cargo três dias antes do fim dos Jogos porque foi acusado de favorecer lutadores de alguns países.

A França ganhou seis medalhas no boxe, incluindo medalhas de ouro pelo peso-pesado Tony Yoka e, sua agora esposa, Estelle Mossely. O Uzbequistão saiu do Rio com 3 medalhas de ouro, 2 de prata e 2 de bronze.

Kevinn Rabaud, ex-técnico da seleção francesa, insistiu que não houve irregularidades: "Nós sempre jogamos dentro das regras", disse ele. “No Rio, conseguimos resultados graças à nossa reputação e aos nossos resultados anteriores”.

Devido a uma série de escândalos de corrupção, a AIBA tem sido constantemente provocada pelo COI para adotar medidas que garantam a probidade da entidade. Na semana passada, uma lista de 41 questões sobre governança, gestão financeira e integridade de suas competições foram enviadas a AIBA, que apresentará um relatório ao órgão olímpico. O COI decidirá em junho se o boxe deve continuar nos Jogos de Tóquio no próximo ano e com esse novo escândalo, a situação ante a entidade olímpica máxima certamente se complicou.

Na sexta-feira passada, o empresário uzbeque Gafur Rakhimov deixou o cargo de presidente da AIBA depois de ser acusado de ligações com o crime organizado e foi descrito pelo Departamento do Tesouro dos EUA como "um dos principais criminosos do Uzbequistão". Ele assumiu a presidência em novembro, apesar das repetidas advertências do COI contra sua eleição. No entanto, Rakhimov insistiu que as acusações contra ele eram "mentiras politicamente motivadas".

Michael Conlan, da Irlanda do Norte, que sempre insistiu ter sido enganado na luta pela medalha de ouro no Rio, disse ao jornal inglês The Daily Telegraph que: “A final olímpica do Rio foi a coisa mais dolorosa que eu já experimentei na minha carreira esportiva. Eu tive o sonho de ganhar o ouro olímpico desde os tempos de menino. Ganhei a medalha de bronze em Londres em 2012 e fiquei 100% convencido de que ganharia a medalha de ouro no Rio. Foi de cortar o coração. Eu odiaria ver o boxe removido das Olimpíadas. É a maior coisa que existe para os pugilistas amadores do mundo, mais do que ganhar o título amador mundial”.

Resta a expectativa para o mês de junho, quando saberemos o resultado final do COI. O Brasil não tem tido um ciclo olímpico com tantas esperanças como a última. De toda forma, vários pugilistas apresentam bons desempenhos em competições internacionais, destacado-se Beatriz Ferreira.

O boxe é um dos esportes olímpicos mais tradicionais. Desde os Jogos de St.Louis, em 1904, com exceção de Estocolmo/1912, esteve em todas as olimpíadas.

Foto: Divulgação

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